Seguimento remoto de doentes com cardioversor-desfibrilhadores implantados
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2013 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.6/1420 |
Resumo: | Introdução: Os doentes (D) com dispositivos implantáveis requerem um seguimento rigoroso que inclui várias consultas anuais. O número crescente de doentes com CDI e CRT-D dificulta a manutenção do número de consultas habitual. Este estudo retrospectivo pretende avaliar se o sistema de monitorização à distância e consequente redução do número de consultas presenciais é eficaz e oferece segurança e qualidade de vida aos doentes. Material e Métodos: Foram estudados 120 D consecutivos (média de idades, 63,9 anos; sexo masculino 80%; CDI 54,2%; CRT-D 45,8%) que tiveram, pelo menos, 1 ano de seguimento entre a implantação do dispositivo (CDI ou CRT-D) e o início da monitorização remota (MR) e, pelo menos, 1 ano de follow-up de MR. O seguimento foi efectuado através da consulta dos processos clínicos e da base de dados Patient Management da plataforma online da Boston Scientific e, quando necessário, através de contacto telefónico. Avaliaram-se os seguintes parâmetros: número de consultas presenciais; tempo entre a ocorrência de eventos geradores de alertas e a avaliação hospitalar; detecção de eventos, como, TV e/ou FV; número de internamentos e número de dias por internamento e satisfação dos doentes. Resultados: A MR permitiu reduzir o número de consultas presenciais em 65,7%, p<0,001. O tempo máximo entre a ocorrência de eventos e a avaliação hospitalar diminuiu significativamente, p=0,001 - no período de MR foi de 4 dias (média de 1,9 dias) comparativamente com o tempo máximo no período pré-MR de 120 dias (média de 30,5 dias). Houve detecção de taquicardia ventricular (TV) e/ou fibrilhação ventricular (FV) em 73 D no período de MR versus 63 D no período pré-MR, registando-se 1637 TV no período pós-MR vs 394 no período pré-MR e 68 FV no período pós-MR vs 57 no período pré-MR. Houve uma redução de 33,3% na taxa de internamentos e uma redução média no número de dias por internamento de 4,67 dias (pré-MR) para 2 dias (pós-MR), p=0,007. Durante o seguimento, 100% dos D consideram que é fácil utilizar o sistema de MR, estão satisfeitos e sentem-se confortáveis com esta forma de follow-up; 96,3% têm confiança no sistema e consideram-no seguro; 7,4% esquecem-se esporadicamente de transmitir os seus dados para a central; e 3,7% preferem a consulta hospitalar à MR. Conclusões: O sistema de MR permite avaliar um número alargado de doentes, reduzindo o número de consultas presenciais e internamentos, sendo eficaz na detecção de eventos e aumentando a rapidez de resposta face a eventos geradores de alertas que exigem uma intervenção precoce. O aparente aumento no número de eventos detectados revela que o sistema Latitude permite um armazenamento da informação mais fidedigno. A grande maioria dos doentes considera este sistema uma mais-valia para a melhoria da sua qualidade de vida. É, por isso, expectável que os dispositivos de MR venham a ser aplicados a todos os aparelhos a implantar. |
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Seguimento remoto de doentes com cardioversor-desfibrilhadores implantadosCardioversor-desfibrilhador implantadoCardioversor-desfibrilhador implantado - Monitorização remotaCardioversor-desfibrilhador implantado - Consultas presenciaisCardio-ressincronizador desfibrilhadorIntrodução: Os doentes (D) com dispositivos implantáveis requerem um seguimento rigoroso que inclui várias consultas anuais. O número crescente de doentes com CDI e CRT-D dificulta a manutenção do número de consultas habitual. Este estudo retrospectivo pretende avaliar se o sistema de monitorização à distância e consequente redução do número de consultas presenciais é eficaz e oferece segurança e qualidade de vida aos doentes. Material e Métodos: Foram estudados 120 D consecutivos (média de idades, 63,9 anos; sexo masculino 80%; CDI 54,2%; CRT-D 45,8%) que tiveram, pelo menos, 1 ano de seguimento entre a implantação do dispositivo (CDI ou CRT-D) e o início da monitorização remota (MR) e, pelo menos, 1 ano de follow-up de MR. O seguimento foi efectuado através da consulta dos processos clínicos e da base de dados Patient Management da plataforma online da Boston Scientific e, quando necessário, através de contacto telefónico. Avaliaram-se os seguintes parâmetros: número de consultas presenciais; tempo entre a ocorrência de eventos geradores de alertas e a avaliação hospitalar; detecção de eventos, como, TV e/ou FV; número de internamentos e número de dias por internamento e satisfação dos doentes. Resultados: A MR permitiu reduzir o número de consultas presenciais em 65,7%, p<0,001. O tempo máximo entre a ocorrência de eventos e a avaliação hospitalar diminuiu significativamente, p=0,001 - no período de MR foi de 4 dias (média de 1,9 dias) comparativamente com o tempo máximo no período pré-MR de 120 dias (média de 30,5 dias). Houve detecção de taquicardia ventricular (TV) e/ou fibrilhação ventricular (FV) em 73 D no período de MR versus 63 D no período pré-MR, registando-se 1637 TV no período pós-MR vs 394 no período pré-MR e 68 FV no período pós-MR vs 57 no período pré-MR. Houve uma redução de 33,3% na taxa de internamentos e uma redução média no número de dias por internamento de 4,67 dias (pré-MR) para 2 dias (pós-MR), p=0,007. Durante o seguimento, 100% dos D consideram que é fácil utilizar o sistema de MR, estão satisfeitos e sentem-se confortáveis com esta forma de follow-up; 96,3% têm confiança no sistema e consideram-no seguro; 7,4% esquecem-se esporadicamente de transmitir os seus dados para a central; e 3,7% preferem a consulta hospitalar à MR. Conclusões: O sistema de MR permite avaliar um número alargado de doentes, reduzindo o número de consultas presenciais e internamentos, sendo eficaz na detecção de eventos e aumentando a rapidez de resposta face a eventos geradores de alertas que exigem uma intervenção precoce. O aparente aumento no número de eventos detectados revela que o sistema Latitude permite um armazenamento da informação mais fidedigno. A grande maioria dos doentes considera este sistema uma mais-valia para a melhoria da sua qualidade de vida. É, por isso, expectável que os dispositivos de MR venham a ser aplicados a todos os aparelhos a implantar.Background: Patients (Pt) with implantable devices require rigorous monitoring that includes several annual consultations. The growing number of patients with ICD and CRT-D hinders the maintenance of the usual number of consultations. This retrospective study aims to evaluate if the system for remote monitoring and consequent reduction in the number of in-office visits is effective and offers safety and quality of life for patients. Materials and Methods: We studied 120 consecutive Pt (mean age, 63,9 years, 80% male; ICD 54,2%, CRT-D 45,8%) who had at least 1-year of follow-up between the implantation of the device (ICD or CRT-D) and the beginning of remote monitoring (RM) and at least 1-year followup of RM. Follow-up was carried out by consulting the clinical files and Patient Management database of Boston Scientific's online platform and, when necessary, through telephone contact. We evaluated the following parameters: number of in-office visits; time between the occurrence of events that generate alerts and hospital evaluation; event detection, as VT and VF; number of admissions and number of days per hospitalization and patient satisfaction. Results: RM reduced the number of in-office visits in 65,7%, p <0,001. The maximum time between the occurrence of events and hospital evaluation decreased significantly, p = 0,001 - in the post-RM period it was 4 days (mean 1,9 days) compared to the maximum time in the pre-RM period of 120 days (average 30,5 days). It was detected ventricular tachycardia (VT) and/or ventricular fibrillation (VF) in 73 Pt in the post-RM period versus 63 in the pre-RM period, registering 1637 VT in the post-RM vs 394 in the pre-RM and 68 VF in the post-RM vs 57 in the pre-RM. There was a 33,3% reduction in the rate of hospitalizations and a reduction in the average number of days per hospitalization of 4,67 days (pre-RM) for 2 days (post-RM), p = 0,007. During follow-up, 100% of Pt find RM system easy to use, are satisfied and feel comfortable with this form of follow-up; 96,3% have confidence in the system and consider it safe; 7,4% occasionally forget to transmit their data to the central; and 3,7% prefer a hospital appointment to RM. Conclusion: The RM system allows us to evaluate a large number of patients, reducing the number of in-office visits and hospitalizations, being effective in detecting events and increasing the speed of response in the face of events that generate alerts that require early intervention. The apparent increase in the number of detected events reveals that the Latitude system allows more reliable storage of information. The vast majority of patients consider this system an asset to improve their quality of life. It is therefore expected that the RM devices will be applied to all devices to deploy.Universidade da Beira InteriorAdragão, PedroBragança, Gisela Ana PaulauBibliorumNabais, Inês Lousa Manso Meirinho2013-10-16T11:09:08Z2013-052013-05-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.6/1420porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-12-15T09:36:58Zoai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/1420Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T00:43:14.442664Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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Introdução: Os doentes (D) com dispositivos implantáveis requerem um seguimento rigoroso que inclui várias consultas anuais. O número crescente de doentes com CDI e CRT-D dificulta a manutenção do número de consultas habitual. Este estudo retrospectivo pretende avaliar se o sistema de monitorização à distância e consequente redução do número de consultas presenciais é eficaz e oferece segurança e qualidade de vida aos doentes. Material e Métodos: Foram estudados 120 D consecutivos (média de idades, 63,9 anos; sexo masculino 80%; CDI 54,2%; CRT-D 45,8%) que tiveram, pelo menos, 1 ano de seguimento entre a implantação do dispositivo (CDI ou CRT-D) e o início da monitorização remota (MR) e, pelo menos, 1 ano de follow-up de MR. O seguimento foi efectuado através da consulta dos processos clínicos e da base de dados Patient Management da plataforma online da Boston Scientific e, quando necessário, através de contacto telefónico. Avaliaram-se os seguintes parâmetros: número de consultas presenciais; tempo entre a ocorrência de eventos geradores de alertas e a avaliação hospitalar; detecção de eventos, como, TV e/ou FV; número de internamentos e número de dias por internamento e satisfação dos doentes. Resultados: A MR permitiu reduzir o número de consultas presenciais em 65,7%, p<0,001. O tempo máximo entre a ocorrência de eventos e a avaliação hospitalar diminuiu significativamente, p=0,001 - no período de MR foi de 4 dias (média de 1,9 dias) comparativamente com o tempo máximo no período pré-MR de 120 dias (média de 30,5 dias). Houve detecção de taquicardia ventricular (TV) e/ou fibrilhação ventricular (FV) em 73 D no período de MR versus 63 D no período pré-MR, registando-se 1637 TV no período pós-MR vs 394 no período pré-MR e 68 FV no período pós-MR vs 57 no período pré-MR. Houve uma redução de 33,3% na taxa de internamentos e uma redução média no número de dias por internamento de 4,67 dias (pré-MR) para 2 dias (pós-MR), p=0,007. Durante o seguimento, 100% dos D consideram que é fácil utilizar o sistema de MR, estão satisfeitos e sentem-se confortáveis com esta forma de follow-up; 96,3% têm confiança no sistema e consideram-no seguro; 7,4% esquecem-se esporadicamente de transmitir os seus dados para a central; e 3,7% preferem a consulta hospitalar à MR. Conclusões: O sistema de MR permite avaliar um número alargado de doentes, reduzindo o número de consultas presenciais e internamentos, sendo eficaz na detecção de eventos e aumentando a rapidez de resposta face a eventos geradores de alertas que exigem uma intervenção precoce. O aparente aumento no número de eventos detectados revela que o sistema Latitude permite um armazenamento da informação mais fidedigno. A grande maioria dos doentes considera este sistema uma mais-valia para a melhoria da sua qualidade de vida. É, por isso, expectável que os dispositivos de MR venham a ser aplicados a todos os aparelhos a implantar. |
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