Clarificando a Evolução Biológica e cultivando a sua unidade
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2022 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10174/33734 https://doi.org/http://dx.doi.org/10.23925/2178-2911.2022v25espp102-121 https://doi.org/10.23925/2178-2911.2022v25espp102-121 |
Resumo: | O Ensino pré-universitário da Biologia e da Geologia remete para a Teoria Evolutiva como a necessária explicação científica para a diversidade das espécies, dentro da sua unidade fundamental por parentesco. Trata-se duma matéria onde muitos professores se sentem pouco à vontade, acabando por contentar-se com formulações simplistas, por vezes até menos rigorosas devido à interferência dos meios de comunicação de massas; por outro lado, todos desejam uma autonomia crítica que lhes permita cuidar o melhor possível da formação que ministram, bem como valorar e esclarecer as noções que circulam. É certo que as formulações matemáticas da Teoria Evolutiva são frequentemente desencorajadoras, mas o verdadeiro problema está na dificuldade em penetrar nas controvérsias que dividem os cientistas, as quais inadvertidamente propagam uma noção de relativismo que, no essencial, é enganadora. Torna-se necessário fazer uma narrativa crítica de como as ideias sobre Evolução Biológica foram sendo revistas à medida que os contributos da Genética as iam pondo à prova, e averiguar até que ponto as controvérsias existentes (ou “ismos”) são necessárias, ou úteis sequer; e há que contrapor a importância de dar-lhes a proporção adequada, face ao benefício superior de ganhar uma perceção segura da dimensão do que é consensual e aplicável. Nesta comunicação propõe-se uma revisão de todo este processo histórico, no sentido de estabelecer balizas temporais para o conteúdo unificador da Teoria Evolutiva, através do reconhecimento de três marcos de desenvolvimento conceptual: a obra evolutiva de Charles Darwin, a Genética das Populações, e a Teoria Neutral. Excluem-se por isso as correntes de pensamento que desde o século XIX até à atualidade vêm causando divisão, e onde a pretensamente chamada «Modern Synthesis», propagandeada a partir dos anos 1940, assume particular relevo. Finalmente, aborda-se o aspeto evolutivo da Ontogenia, também conhecido por “evo-devo”, cuja integração na atual Teoria Evolutiva continua a ser problemática. A Ontogenia é um nexo fundamental para a compreensão da Morfologia e da Fisiologia, e estas por sua vez continuam a ser essenciais na Taxonomia, a qual implica uma explicação evolutiva no Sistema Natural filogenético. Mais, a Ontogenia é o ponto de vista para a compreensão em concreto, ao nível do organismo, dos processos evolutivos. Se por um lado a Teoria Neutral da Evolução Molecular veio trazer o suporte fundamental para uma interpretação dos processos macroevolutivos, o “como” da Evolução passa necessariamente pelo estabelecimento de mecanismos de unidade e diversidade, ainda dificilmente generalizáveis, centrados na Ontogenia. |
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