Desconstrução do aroma do vinho do Porto branco
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2021 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10773/31952 |
Resumo: | O vinho do Porto, resultado da união do sol com a terra do Douro, é um vinho licoroso 100% português, que resulta de uma fermentação alcoólica parcial, interrompida pela adição de aguardente vínica (≈77 % vol. etanol). As propriedades organoléticas do vinho do Porto são reconhecidas e procuradas mundialmente pelo seu carácter único. Estas propriedades são, em grande parte, fruto da sua composição em compostos orgânicos voláteis (VOCs), cujo papel é de extrema importância devido à contribuição direta para as propriedades sensoriais do vinho do Porto, bem como pela sua participação em diversas reações químicas durante o processo de vinificação e envelhecimento, que originam compostos com diferentes propriedades sensoriais. O presente trabalho insere-se no âmbito da realização de um estágio curricular na empresa Symington Family Estates e visou a desconstrução do aroma de um vinho do Porto Branco doce de 2 anos, com o objetivo de determinar os VOCs chave que contribuem para o aroma deste vinho. Para tal, foram utilizadas duas técnicas de extração de VOCs do vinho, nomeadamente Extração Líquido-Líquido (ELL) e Microextração em Fase Sólida (SPME), sendo posteriormente analisados por Cromatografia em Fase Gasosa acoplada a Espetrometria de Massa (GC-MS) e acoplada a Olfatometria (GC-O) com recurso a Aroma Extraction Dilution Analysis (AEDA). Numa primeira fase, foram otimizados os parâmetros para a extração de VOCs por ELL, sendo que os resultados demonstraram que as melhores condições englobam utilizar 400 mL de vinho, separados três vezes com 1:1 éter dietílico/pentano, sem adição de NaCl ao vinho antes da extração e com a adição ao extrato da lavagem de MgSO4 anidro. A análise do vinho do Porto Branco por GC-MS permitiu a identificação de 47 VOCs através da técnica ELL e de 45 VOCs através da técnica SPME, incluindo ácidos, álcoois, aldeídos, furanos, cetonas, benzenóides, compostos terpénicos, ésteres e outros não identificados. Em relação ao perfil de aroma deste vinho, a análise por GC-O relevou a presença de vários descritores olfativos interessantes, especialmente frutado tropical (maracujá, ananás e toranja), florais (flor de laranjeira e rosas), anis, mel, feno e chá. A técnica AEDA permitiu identificar os aromas com maior impacto no aroma do vinho (FD=512), sendo alguns de foro positivo (chá, fruta madura, picante, mel e rosas) e outros de foro negativo (químico, casca de batata, terroso, chulé e suor). A análise por GC-MS permitiu identificar os VOCs responsáveis por alguns destes aromas, nomeadamente álcool isoamílico (químico), ácido butanóico e isovalérico (chulé e suor) e álcool feniletílico (mel e rosas). Assim, foi possível, por recurso a estas técnicas analíticas, descontruir e traçar o perfil de aroma do vinho do Porto Branco em estudo, concluindo-se que apresenta como principal características os aromas frutado tropical, floral e feno. |
id |
RCAP_ba4ead31746aba5500fbe76d0ffa3c2c |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:ria.ua.pt:10773/31952 |
network_acronym_str |
RCAP |
network_name_str |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
repository_id_str |
7160 |
spelling |
Desconstrução do aroma do vinho do Porto brancoVinho do Porto brancoCompostos orgânicos voláteisCromatografia em fase gasosaSniffingAEDAO vinho do Porto, resultado da união do sol com a terra do Douro, é um vinho licoroso 100% português, que resulta de uma fermentação alcoólica parcial, interrompida pela adição de aguardente vínica (≈77 % vol. etanol). As propriedades organoléticas do vinho do Porto são reconhecidas e procuradas mundialmente pelo seu carácter único. Estas propriedades são, em grande parte, fruto da sua composição em compostos orgânicos voláteis (VOCs), cujo papel é de extrema importância devido à contribuição direta para as propriedades sensoriais do vinho do Porto, bem como pela sua participação em diversas reações químicas durante o processo de vinificação e envelhecimento, que originam compostos com diferentes propriedades sensoriais. O presente trabalho insere-se no âmbito da realização de um estágio curricular na empresa Symington Family Estates e visou a desconstrução do aroma de um vinho do Porto Branco doce de 2 anos, com o objetivo de determinar os VOCs chave que contribuem para o aroma deste vinho. Para tal, foram utilizadas duas técnicas de extração de VOCs do vinho, nomeadamente Extração Líquido-Líquido (ELL) e Microextração em Fase Sólida (SPME), sendo posteriormente analisados por Cromatografia em Fase Gasosa acoplada a Espetrometria de Massa (GC-MS) e acoplada a Olfatometria (GC-O) com recurso a Aroma Extraction Dilution Analysis (AEDA). Numa primeira fase, foram otimizados os parâmetros para a extração de VOCs por ELL, sendo que os resultados demonstraram que as melhores condições englobam utilizar 400 mL de vinho, separados três vezes com 1:1 éter dietílico/pentano, sem adição de NaCl ao vinho antes da extração e com a adição ao extrato da lavagem de MgSO4 anidro. A análise do vinho do Porto Branco por GC-MS permitiu a identificação de 47 VOCs através da técnica ELL e de 45 VOCs através da técnica SPME, incluindo ácidos, álcoois, aldeídos, furanos, cetonas, benzenóides, compostos terpénicos, ésteres e outros não identificados. Em relação ao perfil de aroma deste vinho, a análise por GC-O relevou a presença de vários descritores olfativos interessantes, especialmente frutado tropical (maracujá, ananás e toranja), florais (flor de laranjeira e rosas), anis, mel, feno e chá. A técnica AEDA permitiu identificar os aromas com maior impacto no aroma do vinho (FD=512), sendo alguns de foro positivo (chá, fruta madura, picante, mel e rosas) e outros de foro negativo (químico, casca de batata, terroso, chulé e suor). A análise por GC-MS permitiu identificar os VOCs responsáveis por alguns destes aromas, nomeadamente álcool isoamílico (químico), ácido butanóico e isovalérico (chulé e suor) e álcool feniletílico (mel e rosas). Assim, foi possível, por recurso a estas técnicas analíticas, descontruir e traçar o perfil de aroma do vinho do Porto Branco em estudo, concluindo-se que apresenta como principal características os aromas frutado tropical, floral e feno.Port Wine, product of the union of the sun and the land of Douro, is a 100% Portuguese liqueur wine, resulting from a partial alcoholic fermentation, interrupted by the addition of Aguardente (~77% vol.). The organoleptic properties of port wine are recognized worldwide for its unique character. These properties are, the result of its composition in organic compounds (VOCs), whose role is very important role due to their direct contribution to Port’s wine aroma properties, but also for their participation in diverse chemical reactions during the vinification and maturing processes, forming compounds with broad diversified sensorial properties. The present work consists in an internship at Symington Family Estates and aims to deconstructing the aroma of a 2 years sweet White Port wine, with the aim of determining the key VOCs that contribute to this aroma. For this purpose, two extraction techniques were used, namely Liquid-liquid extraction (ELL) and Solid Phase microextraction (SPME), coupled to gas chromatography coupled to mass spectrometry, and gas chromatography coupled with olfactometry supported by the AEDA technique. Firstly, the optimization of the parameters that influence the ELL extraction was carried out, namely the determination of the solvent used in the ELL, the number of separations, the amount of wine to be extracted, the effect of adding NaCl to wine before extraction and the washing effect of anhydrous MgSO4. After observing the results, the chosen conditions were: use of 400 mL of wine, 3 separations with 1:1 diethyl ether/pentane combination, without adding NaCl before extraction and washing of anhydrous MgSO4. The GC-MS Analysis allowed the identification of 47 VOCs using the ELL technique and 45 VOCs using the SPME technique integrated into several families, including acids, alcohols, aldehydes, furans, ketones, benzenes, terpenic compounds, esters and others not identify. Regarding the aroma profile, the GC-O analysis revealed the presence of several descriptors, with special emphasis on tropical fruity aromas (passion fruit, pineapple and grapefruit), certain floral aromas such as anise, floral freshness, orange blossom and roses, honey, herbaceous and tea. The AEDA analysis identified the aromas with the greatest impact on wine (FD=512) include the descriptors "chemical", "potato peel/spicy/earthy", "sweat", "tea/ripe fruit" and "warmed honey/ roses'. The identification by GC-MS allowed the identification of the VOCs responsible for some of these aromas, namely isoamyl alcohol ('chemical'), butanoic and isovaleric acids ('sweat') and phenylethyl alcohol ('warmed honey/roses'). Thus, deconstruction traces the aroma profile of the White Port Wine under study, having as main characteristics the tropical fruity, floral and hay aromas.2023-07-30T00:00:00Z2021-07-23T00:00:00Z2021-07-23info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10773/31952porMorais, Rafaela Jordãoinfo:eu-repo/semantics/embargoedAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-02-22T12:01:47Zoai:ria.ua.pt:10773/31952Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T03:03:48.225444Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
dc.title.none.fl_str_mv |
Desconstrução do aroma do vinho do Porto branco |
title |
Desconstrução do aroma do vinho do Porto branco |
spellingShingle |
Desconstrução do aroma do vinho do Porto branco Morais, Rafaela Jordão Vinho do Porto branco Compostos orgânicos voláteis Cromatografia em fase gasosa Sniffing AEDA |
title_short |
Desconstrução do aroma do vinho do Porto branco |
title_full |
Desconstrução do aroma do vinho do Porto branco |
title_fullStr |
Desconstrução do aroma do vinho do Porto branco |
title_full_unstemmed |
Desconstrução do aroma do vinho do Porto branco |
title_sort |
Desconstrução do aroma do vinho do Porto branco |
author |
Morais, Rafaela Jordão |
author_facet |
Morais, Rafaela Jordão |
author_role |
author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Morais, Rafaela Jordão |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Vinho do Porto branco Compostos orgânicos voláteis Cromatografia em fase gasosa Sniffing AEDA |
topic |
Vinho do Porto branco Compostos orgânicos voláteis Cromatografia em fase gasosa Sniffing AEDA |
description |
O vinho do Porto, resultado da união do sol com a terra do Douro, é um vinho licoroso 100% português, que resulta de uma fermentação alcoólica parcial, interrompida pela adição de aguardente vínica (≈77 % vol. etanol). As propriedades organoléticas do vinho do Porto são reconhecidas e procuradas mundialmente pelo seu carácter único. Estas propriedades são, em grande parte, fruto da sua composição em compostos orgânicos voláteis (VOCs), cujo papel é de extrema importância devido à contribuição direta para as propriedades sensoriais do vinho do Porto, bem como pela sua participação em diversas reações químicas durante o processo de vinificação e envelhecimento, que originam compostos com diferentes propriedades sensoriais. O presente trabalho insere-se no âmbito da realização de um estágio curricular na empresa Symington Family Estates e visou a desconstrução do aroma de um vinho do Porto Branco doce de 2 anos, com o objetivo de determinar os VOCs chave que contribuem para o aroma deste vinho. Para tal, foram utilizadas duas técnicas de extração de VOCs do vinho, nomeadamente Extração Líquido-Líquido (ELL) e Microextração em Fase Sólida (SPME), sendo posteriormente analisados por Cromatografia em Fase Gasosa acoplada a Espetrometria de Massa (GC-MS) e acoplada a Olfatometria (GC-O) com recurso a Aroma Extraction Dilution Analysis (AEDA). Numa primeira fase, foram otimizados os parâmetros para a extração de VOCs por ELL, sendo que os resultados demonstraram que as melhores condições englobam utilizar 400 mL de vinho, separados três vezes com 1:1 éter dietílico/pentano, sem adição de NaCl ao vinho antes da extração e com a adição ao extrato da lavagem de MgSO4 anidro. A análise do vinho do Porto Branco por GC-MS permitiu a identificação de 47 VOCs através da técnica ELL e de 45 VOCs através da técnica SPME, incluindo ácidos, álcoois, aldeídos, furanos, cetonas, benzenóides, compostos terpénicos, ésteres e outros não identificados. Em relação ao perfil de aroma deste vinho, a análise por GC-O relevou a presença de vários descritores olfativos interessantes, especialmente frutado tropical (maracujá, ananás e toranja), florais (flor de laranjeira e rosas), anis, mel, feno e chá. A técnica AEDA permitiu identificar os aromas com maior impacto no aroma do vinho (FD=512), sendo alguns de foro positivo (chá, fruta madura, picante, mel e rosas) e outros de foro negativo (químico, casca de batata, terroso, chulé e suor). A análise por GC-MS permitiu identificar os VOCs responsáveis por alguns destes aromas, nomeadamente álcool isoamílico (químico), ácido butanóico e isovalérico (chulé e suor) e álcool feniletílico (mel e rosas). Assim, foi possível, por recurso a estas técnicas analíticas, descontruir e traçar o perfil de aroma do vinho do Porto Branco em estudo, concluindo-se que apresenta como principal características os aromas frutado tropical, floral e feno. |
publishDate |
2021 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2021-07-23T00:00:00Z 2021-07-23 2023-07-30T00:00:00Z |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/masterThesis |
format |
masterThesis |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://hdl.handle.net/10773/31952 |
url |
http://hdl.handle.net/10773/31952 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/embargoedAccess |
eu_rights_str_mv |
embargoedAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação instacron:RCAAP |
instname_str |
Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação |
instacron_str |
RCAAP |
institution |
RCAAP |
reponame_str |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
collection |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação |
repository.mail.fl_str_mv |
|
_version_ |
1799137693400039424 |