Radiobiologia: efeito das radiações ionizantes na célula e formas de protecção das radiações ionizantes

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Moreira, João Vítor de Almeida
Data de Publicação: 2011
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.6/987
Resumo: A radiação ionizante é a radiação com energia suficiente para que durante uma interacção com um átomo, possa remover electrões fortemente vinculados à sua órbita, fazendo com que o átomo se torne carregado ou ionizado. A radiação ionizante ocorre sob duas formas: ondas ou partículas. Ondas com maior comprimento, mas com frequência mais baixa (calor e rádio) têm menos energia do que aquelas com comprimentos mais curtos e frequência mais alta (radiação X e gama). Nem toda a radiação electromagnética é ionizante. Apenas a parte de alta frequência do espectro electromagnético, que inclui raios X e gama são ionizantes. As formas específicas de radiação ionizante designam-se partículas de radiação, que consistem em partículas atómicas e subatómicas (electrões, protões, etc.) que transportam energia na forma de energia cinética ou de massa em movimento. Desde sempre o Homem está exposto a radiação proveniente de fontes naturais (radiação de fundo) e, recentemente, de fontes artificiais. Relativamente à radioactividade natural, há que ter em conta que existem pequenas quantidades de urânio, tório e outros elementos radioactivos que emitem baixos níveis de radiação ionizante. Outra fonte de exposição natural são os raios cósmicos. A grande maioria destes são filtrados pela atmosfera mas, em locais de grande altitude ou em voos comerciais, a exposição pode ser considerável, ao contrário do que sucede ao nível do mar. Os raios cósmicos podem também interagir com átomos na atmosfera terrestre criando isótopos radioactivos como é o caso do Carbono-14. Os efeitos da radiação no corpo humano são complexos e dependem do tipo de radiação, mais concretamente da sua intensidade e energia. A radiação ionizante, pela sua elevada energia, é capaz de penetrar na matéria, ionizar os átomos, romper ligações químicas e causar danos nos tecidos biológicos, como a presença de eritema, dermatite, lesão vascular e alopécia, cataratas e ainda alterações a nível dos sistemas hematopoiético, gastrointestinal, neuronal e vascular. A exposição a doses elevadas de radiação ionizante pode ainda resultar na destruição de células ou na indução de cancro. No entanto, o uso de radiação ionizante tem inúmeras aplicações que apresentam largos benefícios para a sociedade e para os indivíduos. Um exemplo comum é o recurso à radiação ionizante em medicina, onde esta é largamente utilizada com fins diagnósticos (raio-X, TC e mamografia) e terapêuticos (radioterapia, braquiterapia e medicina nuclear). No contexto industrial, as aplicações são igualmente vastas, destacando-se a radiografia industrial em ensaios não-destrutivos, esterilização por irradiação e os medidores nucleares de densidade, humidade, peso e nível de interface. Devido aos efeitos deletérios da radiação ionizante no organismo humano, é necessário recorrer a diversos métodos para protecção, os quais estão devidamente regulamentados pelas diferentes entidades e devem ser conhecidos e utilizados, não só por profissionais experientes, mas também pelo público em geral, que está exposto a radiações. Nos diferentes métodos de protecção, há que ter em conta os métodos de barreira (óculos, protectores das gónadas, aventais e luvas de chumbo, entre outros), tempo de exposição e distância à fonte de radiação. O objectivo desta dissertação de mestrado passa por efectuar uma pesquisa bibliográfica acerca dos seguintes aspectos ligados à radiação ionizante: efeitos a nível celular; fontes de exposição a radiação; limites máximos de radiação a que um indivíduo pode estar exposto; medidas de protecção radiológica e sua fiscalização.
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As formas específicas de radiação ionizante designam-se partículas de radiação, que consistem em partículas atómicas e subatómicas (electrões, protões, etc.) que transportam energia na forma de energia cinética ou de massa em movimento. Desde sempre o Homem está exposto a radiação proveniente de fontes naturais (radiação de fundo) e, recentemente, de fontes artificiais. Relativamente à radioactividade natural, há que ter em conta que existem pequenas quantidades de urânio, tório e outros elementos radioactivos que emitem baixos níveis de radiação ionizante. Outra fonte de exposição natural são os raios cósmicos. A grande maioria destes são filtrados pela atmosfera mas, em locais de grande altitude ou em voos comerciais, a exposição pode ser considerável, ao contrário do que sucede ao nível do mar. Os raios cósmicos podem também interagir com átomos na atmosfera terrestre criando isótopos radioactivos como é o caso do Carbono-14. Os efeitos da radiação no corpo humano são complexos e dependem do tipo de radiação, mais concretamente da sua intensidade e energia. A radiação ionizante, pela sua elevada energia, é capaz de penetrar na matéria, ionizar os átomos, romper ligações químicas e causar danos nos tecidos biológicos, como a presença de eritema, dermatite, lesão vascular e alopécia, cataratas e ainda alterações a nível dos sistemas hematopoiético, gastrointestinal, neuronal e vascular. A exposição a doses elevadas de radiação ionizante pode ainda resultar na destruição de células ou na indução de cancro. No entanto, o uso de radiação ionizante tem inúmeras aplicações que apresentam largos benefícios para a sociedade e para os indivíduos. Um exemplo comum é o recurso à radiação ionizante em medicina, onde esta é largamente utilizada com fins diagnósticos (raio-X, TC e mamografia) e terapêuticos (radioterapia, braquiterapia e medicina nuclear). No contexto industrial, as aplicações são igualmente vastas, destacando-se a radiografia industrial em ensaios não-destrutivos, esterilização por irradiação e os medidores nucleares de densidade, humidade, peso e nível de interface. Devido aos efeitos deletérios da radiação ionizante no organismo humano, é necessário recorrer a diversos métodos para protecção, os quais estão devidamente regulamentados pelas diferentes entidades e devem ser conhecidos e utilizados, não só por profissionais experientes, mas também pelo público em geral, que está exposto a radiações. Nos diferentes métodos de protecção, há que ter em conta os métodos de barreira (óculos, protectores das gónadas, aventais e luvas de chumbo, entre outros), tempo de exposição e distância à fonte de radiação. O objectivo desta dissertação de mestrado passa por efectuar uma pesquisa bibliográfica acerca dos seguintes aspectos ligados à radiação ionizante: efeitos a nível celular; fontes de exposição a radiação; limites máximos de radiação a que um indivíduo pode estar exposto; medidas de protecção radiológica e sua fiscalização.Ionizing radiation is a kind of radiation with enough energy so that during an interaction with an atom, it can remove electrons strongly tied to its orbit, causing the atom to become charged or ionized. Ionizing radiation occurs in two forms: waves or particles. Longer waves, but with lower frequency (heat and radio) have less energy than those with shorter lengths and higher frequency (X and gamma radiation). Not all electromagnetic radiation is ionizing. Only the high frequency part of the electromagnetic spectrum, which includes X-rays and gamma rays, is ionizing. Specific forms of ionizing radiation are called radiation particles, which consist of atomic and subatomic particles (electrons, protons, etc.) that transport energy as kinetic energy or mass in motion. Mankind has always been exposed to radiation from natural sources (background radiation) and recently, from artificial sources too. With regard to natural radioactivity, it must be remembered that there are small amounts of uranium, thorium and other radioactive elements that emit low levels of ionizing radiation. Another source of natural exposure are cosmic rays. Most of these are filtered through the atmosphere, but in high altitudes or on commercial flights, the exposure can be considerable, unlike what happens at sea level. Cosmic rays can also interact with atoms in Earth's atmosphere creating radioactive isotopes such as Carbon-14. The effects of radiation on the human body are complex and depend on the type of radiation, specifically its intensity and energy. Ionizing radiation, for their high energy, can penetrate matter, ionize the atoms, break chemical bonds and cause damage to biological tissues such as erythema, dermatitis, vascular lesions, alopecia, cataracts, and even changes in the hematopoietic, gastrointestinal, neuronal and vascular systems. Exposure to high doses of ionizing radiation may also result in the destruction of cells or even cancer induction. However, the use of ionizing radiation has many applications that have broad benefits for society and individuals. A common example is the use of ionizing radiation in medicine, where it is widely used for diagnostic purposes (X-ray, CT scans and mammography) and treatment (radiotherapy, brachytherapy and nuclear medicine). In the industrial setting, applications are similarly extensive, especially in industrial radiography in non-destructive tests, sterilization by radiation and nuclear gauges of density, humidity, weight and interface level. Due to the deleterious effects of ionizing radiation on the human body, it is necessary to use several methods for protection, which are properly regulated by different entities and should be known and used, not only by experienced professionals, but also by the general public exposed to radiation. The different protective methods that should be considered are: barrier methods (protective glasses, gonads protectors, lead aprons and gloves, among others); exposure time; distance to the source of radiation. The objective of this dissertation is to do a literature research on the following aspects of ionizing radiation: effects at cellular level; sources of radiation; maximum radiation dose that an individual can be exposed; radiation protection measures and its supervision.Universidade da Beira InteriorSalgueiro, AbelSimões, Manuel EstevesuBibliorumMoreira, João Vítor de Almeida2013-02-01T11:08:55Z2011-062011-06-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.6/987porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-12-15T09:36:24Zoai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/987Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T00:42:56.560696Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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