Variação dinâmica dos marcadores inflamatórios e seu valor prognóstico em doentes com carcinoma da laringe e hipofaringe submetidos a faringolaringectomia total
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Data de Publicação: | 2022 |
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Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2184-64992022000400313 |
Resumo: | Resumo Introdução: A utilização de marcadores de prognóstico para delinear as estratégias terapêuticas mais adequadas a cada caso (cirurgia, quimioradioterapia e/ou radioterapia) assume-se como um dos pilares da abordagem ao doente com carcinoma espinocelular (CEC) da hipofaringe e laringe. Para além dos estadio clínico e patológico determinado pelo TNM, já há evidência que a resposta inflamatória sistémica (RIS) relacionada com o tumor tem implicações na agressividade e progressão tumoral. No entanto, o seu valor como fator de prognóstico independente ainda continua ambíguo. Objetivos: Analisar a RIS tumoral, a sua variação dinâmica perioperatória e após tratamento adjuvante e o seu valor prognóstico em doentes com CEC da laringe e hipofaringe submetidos a faringolaringectomia total. Material e Métodos: Análise retrospetiva dos dados clinico-patológicos dos doentes submetidos a faringolaringectomia total entre janeiro de 2013 e dezembro de 2018 num hospital de nível terciário. A RIS foi avaliada utilizando os seguintes parâmetros: rácios linfócitos-monócitos (RLM), plaquetas-linfócitos (RPL), neutrófilos-linfócitos (RNL) e índice imuno-inflamatório sistémico (IIS). Foram utilizadas a análise de Kaplan-Meier e regressão de Cox para analisar os resultados de sobrevivência e riscos associados. Resultados: Foram incluídos 59 doentes no estudo, com uma média de idades de 59.2 anos. O tempo médio de seguimento dos doentes foi de 49.2 meses. O RPL pré-operatório foi o melhor preditor da sobrevivência global (SG) a 5 anos (area under the curve (AUC) 0.796, p<0.005). Determinou-se o valor de cutoff ótimo para cada parâmetro inflamatório analisado no período pré-operatório, pós-operatório e após tratamento adjuvante (RLM: 2.6, 2.8 e 2.2, respetivamente; RPL: 125.0, 162.6 e 57.2, respetivamente; RNL: 2.3, 2.8 e 3.9, respetivamente; IIS: 931.4, 732.8 e 931.43, respetivamente). A análise de sobrevivência multivariada ajustada para possíveis fatores de confundimento evidenciou que a SG e a sobrevivência livre de metastização à distância (SLM) foi estatisticamente inferior nos doentes com RPL pré-operatório >125.0 (HR 4.39, p<0.005 e HR 17.65, p<0.005, respetivamente). Verificou-se um decréscimo significativo da RIS após tratamento completo com cirurgia com ou sem quimioradioterapia adjuvante. No entanto, o padrão de variação dos parâmetros com o tratamento instituído não teve influência na SG ou SLM. Os doentes com RPL pré-operatória >125.0 tendem a apresentar RNL e IIS mais elevados (p<0.005), embora estes não evidenciaram ser fatores preditivos independentes de sobrevivência. Conclusões: Um elevado RPL pré-operatório foi significativamente associado a pior SG e SLM em doentes submetidos a faringolaringectomia total. Ainda assim, a utilização deste marcador na nossa prática clínica para prever os resultados pós-operatórios deve ser realizada de forma crítica. |
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Variação dinâmica dos marcadores inflamatórios e seu valor prognóstico em doentes com carcinoma da laringe e hipofaringe submetidos a faringolaringectomia totalResposta inflamatória sistémicacarcinoma da laringecarcinoma da hipofaringerácio plaquetas-linfócitosSobrevivênciaResumo Introdução: A utilização de marcadores de prognóstico para delinear as estratégias terapêuticas mais adequadas a cada caso (cirurgia, quimioradioterapia e/ou radioterapia) assume-se como um dos pilares da abordagem ao doente com carcinoma espinocelular (CEC) da hipofaringe e laringe. Para além dos estadio clínico e patológico determinado pelo TNM, já há evidência que a resposta inflamatória sistémica (RIS) relacionada com o tumor tem implicações na agressividade e progressão tumoral. No entanto, o seu valor como fator de prognóstico independente ainda continua ambíguo. Objetivos: Analisar a RIS tumoral, a sua variação dinâmica perioperatória e após tratamento adjuvante e o seu valor prognóstico em doentes com CEC da laringe e hipofaringe submetidos a faringolaringectomia total. Material e Métodos: Análise retrospetiva dos dados clinico-patológicos dos doentes submetidos a faringolaringectomia total entre janeiro de 2013 e dezembro de 2018 num hospital de nível terciário. A RIS foi avaliada utilizando os seguintes parâmetros: rácios linfócitos-monócitos (RLM), plaquetas-linfócitos (RPL), neutrófilos-linfócitos (RNL) e índice imuno-inflamatório sistémico (IIS). Foram utilizadas a análise de Kaplan-Meier e regressão de Cox para analisar os resultados de sobrevivência e riscos associados. Resultados: Foram incluídos 59 doentes no estudo, com uma média de idades de 59.2 anos. O tempo médio de seguimento dos doentes foi de 49.2 meses. O RPL pré-operatório foi o melhor preditor da sobrevivência global (SG) a 5 anos (area under the curve (AUC) 0.796, p<0.005). Determinou-se o valor de cutoff ótimo para cada parâmetro inflamatório analisado no período pré-operatório, pós-operatório e após tratamento adjuvante (RLM: 2.6, 2.8 e 2.2, respetivamente; RPL: 125.0, 162.6 e 57.2, respetivamente; RNL: 2.3, 2.8 e 3.9, respetivamente; IIS: 931.4, 732.8 e 931.43, respetivamente). A análise de sobrevivência multivariada ajustada para possíveis fatores de confundimento evidenciou que a SG e a sobrevivência livre de metastização à distância (SLM) foi estatisticamente inferior nos doentes com RPL pré-operatório >125.0 (HR 4.39, p<0.005 e HR 17.65, p<0.005, respetivamente). Verificou-se um decréscimo significativo da RIS após tratamento completo com cirurgia com ou sem quimioradioterapia adjuvante. No entanto, o padrão de variação dos parâmetros com o tratamento instituído não teve influência na SG ou SLM. Os doentes com RPL pré-operatória >125.0 tendem a apresentar RNL e IIS mais elevados (p<0.005), embora estes não evidenciaram ser fatores preditivos independentes de sobrevivência. Conclusões: Um elevado RPL pré-operatório foi significativamente associado a pior SG e SLM em doentes submetidos a faringolaringectomia total. Ainda assim, a utilização deste marcador na nossa prática clínica para prever os resultados pós-operatórios deve ser realizada de forma crítica.Sociedade Portuguesa de Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço2022-12-01info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articletext/htmlhttp://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2184-64992022000400313Revista Portuguesa Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço v.60 n.4 2022reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAPporhttp://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2184-64992022000400313Azevedo,CátiaMar,Fernando MilhazesRios,GuilhermeRibeiro,CarlaMiranda,DanielVilarinho,SérgioDias,Luísinfo:eu-repo/semantics/openAccess2024-09-05T23:01:07Zoai:scielo:S2184-64992022000400313Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openairemluisa.alvim@gmail.comopendoar:71602024-09-05T23:01:07Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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