O papel da violência e do stress na qualidade de vida percebida dos técnicos de reinserção social

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Freitas, Carina Patrícia Santos
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/11328/1877
Resumo: A violência no trabalho pode ocorrer em qualquer setor de atividade profissional, no entanto o risco da sua existência aumenta quando nos referimos ao setor social. Tal circunstância poderá relacionar-se com a proximidade física entre os profissionais e os utentes, com a pressão e o stress inerentes do próprio trabalho social. Estas ocorrências poderão influenciar negativamente a vida do profissional e a perceção da sua Qualidade de Vida (QV). O estudo da violência e do stress no trabalho dos técnicos de reinserção social revela-se importante pele facto de ainda existirem poucos estudos sobre esta população. Os técnicos de reinserção social diariamente estão expostos ao risco ao trabalharem com clientes com comportamentos imprevisíveis, e com historial de consumos de substâncias ilícitas. Tanto a violência como o stress são fenómenos em ascensão caraterizando-se como um problema atual que tem vindo a aumentar na última década. Atualmente constituem num problema que interfere na qualidade de vida do trabalhador e na organização empregadora ao afetar o sentimento de compromisso do indivíduo para com o trabalho e a sua produtividade. É importante perceber o fenómeno do stress e da violência no trabalho e qual o seu papel na QV dos técnicos para que seja possível a implementação de práticas que aumentem a qualidade de vida no trabalho e que esta se reflita numa melhor prestação do profissional e no aumento da perceção positiva do trabalhador da sua QV. Esta dissertação pretende explorar e compreender o fenómeno da violência e do stress ocupacional nos técnicos de reinserção social explorando ainda os seus efeitos na sua qualidade de vida percebida. Esta investigação foi realizada numa Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS) da cidade do Porto, mais especificamente nas valências que têm como foco de trabalho a prevenção, tratamento e reinserção social de pessoas adictas. O grupo de participantes foi composto por 13 técnicos da instituição que demonstraram interesse e disponibilidade para participarem no estudo. Para a concretização deste estudo seguimos os pressupostos da metodologia qualitativa, tendo sido realizado um estudo de caso. Para a recolha de dados realizaramse 13 entrevistas presenciais semiestruturadas que foram realizadas aos técnicos no seu local de trabalho e 21 observações naturalista realizadas durante o período laboral dos técnicos. Para a análise dos dados provenientes destas técnicas recorreu-se à técnica de análise de dados Template analysis criada por Nigel King (King & Brooks, 2014). Os resultados obtidos desta investigação permitiram-nos compreender que as caraterísticas do trabalho, nomeadamente as condições precárias em que os técnicos trabalham, as exigências do trabalho e os recursos laborais limitados como fatores chave no desenvolvimento do stress ocupacional e na diminuição da QV. A existência de autonomia, liberdade de expressão no trabalho, a adaptação do serviço às necessidades dos utentes, o estabelecimento de prioridades de intervenção e a organização do trabalho funcionam como elementos positivos na perceção de qualidade de vida. O trabalho de equipa e a relação estabelecida com os utentes, destacam-se como sendo fatores protetores primordiais face ao stress ocupacional e à ocorrência de violência no trabalho, promovendo o desenvolvimento de uma positiva perceção de qualidade de vida. O contacto direto com os utentes, as características da população com que trabalham, a imprevisibilidade do contexto, os momentos de conflito com que os técnicos se deparam diariamente, o amadorismo dos parceiros, nomeadamente o não cumprimento dos compromissos estabelecidos com a instituição, e a brevidade de resposta exigida aos técnicos face aos problemas que vão ocorrendo constituem os indicadores mais relevantes no desenvolvimento de stress ocupacional. A exploração do fenómeno da violência, permitiu constatar a existência de violência verbal (ameaças e insultos) física, e destruição da propriedade da instituição. Na exploração deste fenómeno foi-nos possível identificar uma série de potenciais desencadeadores dos comportamentos violentos, e perceber que o contacto com utentes avaliados como perigosos traduz-se num momento de tensão e de desconforto para o técnico que o vivencia. Todos estes fatores descritos, afetam negativamente a qualidade de vida dos técnicos, ao interferirem no seu descanso, na sua autoavaliação profissional e nas suas relações extraprofissionais. A (in)segurança no trabalho é generalizada e associada ao caráter imprevisível do mesmo. É relevante que exista um reforço de segurança, e melhorias das condições laborais destes técnicos, para que exista qualidade de vida no trabalho e que esta contribua positivamente na perceção que o técnico tem da sua qualidade de vida. Sendo que a aprendizagem funcional surge como um forte diminuidor do stress ocupacional ao permitir que os profissionais desenvolvam estratégias de coping face às demandas laborais, tornando-os mais capazes e providos de ferramentas para uma execução mais segura do seu trabalho.
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Os técnicos de reinserção social diariamente estão expostos ao risco ao trabalharem com clientes com comportamentos imprevisíveis, e com historial de consumos de substâncias ilícitas. Tanto a violência como o stress são fenómenos em ascensão caraterizando-se como um problema atual que tem vindo a aumentar na última década. Atualmente constituem num problema que interfere na qualidade de vida do trabalhador e na organização empregadora ao afetar o sentimento de compromisso do indivíduo para com o trabalho e a sua produtividade. É importante perceber o fenómeno do stress e da violência no trabalho e qual o seu papel na QV dos técnicos para que seja possível a implementação de práticas que aumentem a qualidade de vida no trabalho e que esta se reflita numa melhor prestação do profissional e no aumento da perceção positiva do trabalhador da sua QV. Esta dissertação pretende explorar e compreender o fenómeno da violência e do stress ocupacional nos técnicos de reinserção social explorando ainda os seus efeitos na sua qualidade de vida percebida. Esta investigação foi realizada numa Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS) da cidade do Porto, mais especificamente nas valências que têm como foco de trabalho a prevenção, tratamento e reinserção social de pessoas adictas. O grupo de participantes foi composto por 13 técnicos da instituição que demonstraram interesse e disponibilidade para participarem no estudo. Para a concretização deste estudo seguimos os pressupostos da metodologia qualitativa, tendo sido realizado um estudo de caso. Para a recolha de dados realizaramse 13 entrevistas presenciais semiestruturadas que foram realizadas aos técnicos no seu local de trabalho e 21 observações naturalista realizadas durante o período laboral dos técnicos. Para a análise dos dados provenientes destas técnicas recorreu-se à técnica de análise de dados Template analysis criada por Nigel King (King & Brooks, 2014). Os resultados obtidos desta investigação permitiram-nos compreender que as caraterísticas do trabalho, nomeadamente as condições precárias em que os técnicos trabalham, as exigências do trabalho e os recursos laborais limitados como fatores chave no desenvolvimento do stress ocupacional e na diminuição da QV. A existência de autonomia, liberdade de expressão no trabalho, a adaptação do serviço às necessidades dos utentes, o estabelecimento de prioridades de intervenção e a organização do trabalho funcionam como elementos positivos na perceção de qualidade de vida. O trabalho de equipa e a relação estabelecida com os utentes, destacam-se como sendo fatores protetores primordiais face ao stress ocupacional e à ocorrência de violência no trabalho, promovendo o desenvolvimento de uma positiva perceção de qualidade de vida. O contacto direto com os utentes, as características da população com que trabalham, a imprevisibilidade do contexto, os momentos de conflito com que os técnicos se deparam diariamente, o amadorismo dos parceiros, nomeadamente o não cumprimento dos compromissos estabelecidos com a instituição, e a brevidade de resposta exigida aos técnicos face aos problemas que vão ocorrendo constituem os indicadores mais relevantes no desenvolvimento de stress ocupacional. A exploração do fenómeno da violência, permitiu constatar a existência de violência verbal (ameaças e insultos) física, e destruição da propriedade da instituição. Na exploração deste fenómeno foi-nos possível identificar uma série de potenciais desencadeadores dos comportamentos violentos, e perceber que o contacto com utentes avaliados como perigosos traduz-se num momento de tensão e de desconforto para o técnico que o vivencia. Todos estes fatores descritos, afetam negativamente a qualidade de vida dos técnicos, ao interferirem no seu descanso, na sua autoavaliação profissional e nas suas relações extraprofissionais. A (in)segurança no trabalho é generalizada e associada ao caráter imprevisível do mesmo. É relevante que exista um reforço de segurança, e melhorias das condições laborais destes técnicos, para que exista qualidade de vida no trabalho e que esta contribua positivamente na perceção que o técnico tem da sua qualidade de vida. Sendo que a aprendizagem funcional surge como um forte diminuidor do stress ocupacional ao permitir que os profissionais desenvolvam estratégias de coping face às demandas laborais, tornando-os mais capazes e providos de ferramentas para uma execução mais segura do seu trabalho.Violence at work can occur in any sector of professional activity, however the risk of its existence increases when we refer to the social sector. This may be related to the physical proximity between professionals and users, with the pressure and stress inherent in social work itself. These events may negatively influence the life of the professional and the perception of their Quality of Life (QoL). Violence at work can occur in any sector of professional activity, however the risk of its existence increases when we refer to the social sector. This may be related to the physical proximity between professionals and users, with the pressure and stress inherent in social work itself. These events may negatively influence the life of the professional and the perception of their Quality of Life (QoL). The study of violence and stress in the work of social reinsertion technicians is important because there are still few studies on this population. Social reinsertion technicians on a daily basis are exposed to risk by working with clients with unpredictable behaviors and with a history of illicit substance use. Both violence and stress are rising phenomena characterizing itself as a current problem that has been increasing in the last decade. Today they constitute a problem that interferes with the worker's quality of life and the employer's organization by affecting the individual's sense of commitment to work and productivity. It is important to understand the phenomenon of stress and violence at work and its role in the QoL of the technicians so that it is possible to implement practices that increase the quality of life at work and that this is reflected in a better professional performance and increase of the worker's positive perception of his QOL. This dissertation aims to explore and understand the phenomenon of violence and occupational stress in social reinsertion technicians exploring their effects on their perceived quality of life. This research was carried out in a Private Institution of Social Solidarity (IPSS) of the city of Porto, more specifically in the valences that have as their focus the prevention, treatment and social reintegration of addicted persons. The group of participants was composed of 13 technicians from the institution who showed interest and willingness to participate in the study. For the accomplishment of this study we follow the assumptions of the qualitative methodology, having been carried out a case study. For the data collection, 13 semistructured face-to-face interviews were carried out, which were carried out by technicians at their place of work and 21 naturalistic observations made during the technicians' work period. For the analysis of data from these techniques we used the technique of data analysis Template analysis created by Nigel King (King & Brooks, 2014). The results obtained from this research enabled us to understand that the characteristics of work, namely the precarious conditions in which the technicians work, the labor requirements and the limited labor resources as key factors in the development of occupational stress and the decrease of the QoL. The existence of autonomy, freedom of expression at work, the adaptation of the service to the needs of the users, the establishment of intervention priorities and the organization of work function as positive elements in the perception of quality of life. he team work and the established relationship with the users, stand out as primary protective factors in the face of occupational stress and the occurrence of violence at work, promoting the development of a positive perception of quality of life. The direct contact with the users, the characteristics of the population with which they work, the unpredictability of the context, the moments of conflict with which the technicians are confronted daily, the amateurism of the partners, namely the non-fulfillment of the established commitments with the institution, and Response to the problems that are occurring are the most relevant indicators in the development of occupational stress. The exploitation of the phenomenon of violence, allowed to verify the existence of verbal violence (threats and insults), and destruction of the property of the institution. In the exploration of this phenomenon we were able to identify a series of potential triggers of violent behavior and to perceive that the contact with users evaluated as dangerous translates into a moment of tension and discomfort for the technician who experiences it. All these factors negatively affect the quality of life of the technicians, interfering in their rest, in their professional self-assessment and in their extra-professional relationship. The (in) security in the work is generalized and associated to the unpredictable character of the same. It is relevant that there is a reinforcement of safety, and improvements of the working conditions of these technicians, so that there is quality of life at work and that this contributes positively in the technician's perception of his quality of life. Being that functional learning appears as a strong occupational stress reliever by allowing professionals to develop coping strategies in the face of labor demands, making them more capable and equipped with tools for safer execution of their work.2017-07-04T13:30:58Z2017-07-042017-03-23T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfFreitas, C. P. S. (2017). O papel da violência e do stress na qualidade de vida percebida dos técnicos de reinserção social. (Dissertação de Mestrado), Universidade Portucalense, Portugal. Disponível no Repositório UPT, http://hdl.handle.net/11328/1877http://hdl.handle.net/11328/1877Freitas, C. P. S. (2017). O papel da violência e do stress na qualidade de vida percebida dos técnicos de reinserção social. (Dissertação de Mestrado), Universidade Portucalense, Portugal. Disponível no Repositório UPT, http://hdl.handle.net/11328/1877http://hdl.handle.net/11328/1877TID:201661462porhttp://creativecommons.org/licenses/by/4.0/info:eu-repo/semantics/openAccessFreitas, Carina Patrícia Santosreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-11-16T02:07:09Zoai:repositorio.upt.pt:11328/1877Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T22:39:47.216732Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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Atualmente constituem num problema que interfere na qualidade de vida do trabalhador e na organização empregadora ao afetar o sentimento de compromisso do indivíduo para com o trabalho e a sua produtividade. É importante perceber o fenómeno do stress e da violência no trabalho e qual o seu papel na QV dos técnicos para que seja possível a implementação de práticas que aumentem a qualidade de vida no trabalho e que esta se reflita numa melhor prestação do profissional e no aumento da perceção positiva do trabalhador da sua QV. Esta dissertação pretende explorar e compreender o fenómeno da violência e do stress ocupacional nos técnicos de reinserção social explorando ainda os seus efeitos na sua qualidade de vida percebida. Esta investigação foi realizada numa Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS) da cidade do Porto, mais especificamente nas valências que têm como foco de trabalho a prevenção, tratamento e reinserção social de pessoas adictas. 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A existência de autonomia, liberdade de expressão no trabalho, a adaptação do serviço às necessidades dos utentes, o estabelecimento de prioridades de intervenção e a organização do trabalho funcionam como elementos positivos na perceção de qualidade de vida. O trabalho de equipa e a relação estabelecida com os utentes, destacam-se como sendo fatores protetores primordiais face ao stress ocupacional e à ocorrência de violência no trabalho, promovendo o desenvolvimento de uma positiva perceção de qualidade de vida. O contacto direto com os utentes, as características da população com que trabalham, a imprevisibilidade do contexto, os momentos de conflito com que os técnicos se deparam diariamente, o amadorismo dos parceiros, nomeadamente o não cumprimento dos compromissos estabelecidos com a instituição, e a brevidade de resposta exigida aos técnicos face aos problemas que vão ocorrendo constituem os indicadores mais relevantes no desenvolvimento de stress ocupacional. A exploração do fenómeno da violência, permitiu constatar a existência de violência verbal (ameaças e insultos) física, e destruição da propriedade da instituição. Na exploração deste fenómeno foi-nos possível identificar uma série de potenciais desencadeadores dos comportamentos violentos, e perceber que o contacto com utentes avaliados como perigosos traduz-se num momento de tensão e de desconforto para o técnico que o vivencia. Todos estes fatores descritos, afetam negativamente a qualidade de vida dos técnicos, ao interferirem no seu descanso, na sua autoavaliação profissional e nas suas relações extraprofissionais. A (in)segurança no trabalho é generalizada e associada ao caráter imprevisível do mesmo. É relevante que exista um reforço de segurança, e melhorias das condições laborais destes técnicos, para que exista qualidade de vida no trabalho e que esta contribua positivamente na perceção que o técnico tem da sua qualidade de vida. 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