PERCEPÇÕES SOBRE A POBREZA: ATRIBUIÇÕES CAUSAIS E SOLUÇÕES PERCEBIDAS PARA A POBREZA NO INICIO DA ADOLESCÊNCIA

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Gomes, Carlos Manuel Rosendo
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.8/9205
Resumo: O presente estudo pretende analisar a perceção de jovens desfavorecidos, em início da adolescência, sobre o desenvolvimento das atribuições causais da pobreza, persistência e soluções que identificam para conseguirem ter um futuro melhor. Foram entrevistados jovens com idades compreendidas entre os 12 e os 15 anos, residentes na cidade das Caldas da Rainha, cujos agregados familiares estão a ser beneficiários de ajuda social por parte de associações desta cidade. Através das suas vozes, esta pesquisa visa enriquecer a nossa compreensão acerca das causas da pobreza nas Caldas da Rainha e como essas perceções podem influenciar e melhorar as estratégias de intervenção das instituições sociais que atuam junto das família desfavorecidas. Esta investigação assenta numa metodologia qualitativa aplicada a um estudo exploratório que visa recolher perceções sobre as causas e soluções para a pobreza. A recolha de dados foi realizada em ambiente de grupos focais através de entrevistas semiestruturadas. As referências teóricas de base foram os trabalhos realizados por Amartya Sen e Deepa Narayan e por autores como Alfredo Bruto da Costa, Luís Capucha, Amélia Bastos, Hernani Carmo, Rogério Amaro entre outros. A compreensão das causas da pobreza, por se encontrarem associadas a atitudes e comportamentos, tem sido estudada sobre diferentes perspetivas. No nosso estudo utilizámos o modelo que separa os tipos de causas em fatalista, estruturalista e individualista. No primeiro tipo a pobreza é determinada pelo destino ou sorte, no segundo é vista como um resultado dos sistemas político, económico e social, e por último a pobreza é atribuída às escolhas e ações dos próprios pobres. Com base nos dados do estudo concluímos que os jovens da nossa amostra tendem a entender a pobreza um fenómeno cujas causas têm origem em fatores externos bem determinados verificando-se uma persistência do tipo estruturalista. A maioria acredita que é possível sair da pobreza e que para que isso seja possível indicaram soluções equilibradas entre fatores internos e externos. Com o estudo esperamos fornecer informações pertinentes para politicas públicas voltadas para o combate à pobreza, fomento da participação cidadã e promoção do bem-estar infantil.
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