Representações de vinculação na infância: Competência verbal, estabilidade e mudança

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Maia, Joana
Data de Publicação: 2012
Outros Autores: Veríssimo, Manuela, Ferreira, Bruno, Monteiro, Lígia, Antunes, Marta
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: https://doi.org/10.14417/ap.70
Resumo: Visando identificar diferenças individuais no modo como as crianças encenam uma variedade de situações relacionadas com a vinculação, o Attachment Story Completion Task (ASCT, Bretherton & Ridgeway, 1990) tem sido utilizado em diferentes culturas, sendo uma das metodologias narrativas de completamento de histórias mais utilizadas durante o período pré-escolar. Não obstante o vasto reconhecimento do seu valor, tanto clínico como empírico, mais estudos revelam-se indispensáveis para confirmar a validade discriminativa do ASCT face a medidas de competência verbal, bem como para clarificar alguns aspectos relacionados com a sua fiabilidade. Procurando contribuir para uma melhor compreensão da utilização do instrumento na população portuguesa, o presente estudo debruça-se especificamente sobre a potencial influência da idade e do Q.I. verbal nas respostas dadas pelas crianças. O ASCT foi aplicado a 159 crianças em idade pré-escolar e escolar (M=66.11, DP=9.96),tendo o desempenho dos sujeitos ao longo da tarefa sido analisado através de uma escala contínua de segurança, por investigadores independentes, previamente treinados. Os valores de segurança (quer história a história, quer no conjunto das histórias) não apresentaram associações relevantes com nenhuma das variáveis sócio-demográficas consideradas, nem com a idade dos participantes. Foi, no entanto, encontrada uma associação positiva, de fraca intensidade com o Q.I. verbal, estimado através da WPPSI-R [Wechsler, 1989) [r=.16, p(unilateral)<.05]. A estabilidade da medida foi explorada numa sub-amostra de 34 sujeitos, após um intervalo temporal de, aproximadamente, 11 meses. Verificou-se que, embora haja uma tendência para o desempenho global dos sujeitos ser avaliado, em termos da média grupal, de forma significativamente mais elevada [t(33)=2.50, p(unilateral)<.01, d=.49], quando avaliada intra-sujeitos, a segurança mostra-se moderadamente estável (r=.33, p<.05, n=34). Finalmente, foram encontradas evidências que sugerem influências recíprocas, ao longo do desenvolvimento, entre aspectos associados à segurança das representações e capacidade verbal.
id RCAP_bc39881f64e38cf034db4636a74455db
oai_identifier_str oai:ojs.localhost:article/70
network_acronym_str RCAP
network_name_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository_id_str 7160
spelling Representações de vinculação na infância: Competência verbal, estabilidade e mudançaEstabilidade temporal da segurança de vinculação; Metodologias narrativas;Representações de vinculaçãoVisando identificar diferenças individuais no modo como as crianças encenam uma variedade de situações relacionadas com a vinculação, o Attachment Story Completion Task (ASCT, Bretherton & Ridgeway, 1990) tem sido utilizado em diferentes culturas, sendo uma das metodologias narrativas de completamento de histórias mais utilizadas durante o período pré-escolar. Não obstante o vasto reconhecimento do seu valor, tanto clínico como empírico, mais estudos revelam-se indispensáveis para confirmar a validade discriminativa do ASCT face a medidas de competência verbal, bem como para clarificar alguns aspectos relacionados com a sua fiabilidade. Procurando contribuir para uma melhor compreensão da utilização do instrumento na população portuguesa, o presente estudo debruça-se especificamente sobre a potencial influência da idade e do Q.I. verbal nas respostas dadas pelas crianças. O ASCT foi aplicado a 159 crianças em idade pré-escolar e escolar (M=66.11, DP=9.96),tendo o desempenho dos sujeitos ao longo da tarefa sido analisado através de uma escala contínua de segurança, por investigadores independentes, previamente treinados. Os valores de segurança (quer história a história, quer no conjunto das histórias) não apresentaram associações relevantes com nenhuma das variáveis sócio-demográficas consideradas, nem com a idade dos participantes. Foi, no entanto, encontrada uma associação positiva, de fraca intensidade com o Q.I. verbal, estimado através da WPPSI-R [Wechsler, 1989) [r=.16, p(unilateral)<.05]. A estabilidade da medida foi explorada numa sub-amostra de 34 sujeitos, após um intervalo temporal de, aproximadamente, 11 meses. Verificou-se que, embora haja uma tendência para o desempenho global dos sujeitos ser avaliado, em termos da média grupal, de forma significativamente mais elevada [t(33)=2.50, p(unilateral)<.01, d=.49], quando avaliada intra-sujeitos, a segurança mostra-se moderadamente estável (r=.33, p<.05, n=34). Finalmente, foram encontradas evidências que sugerem influências recíprocas, ao longo do desenvolvimento, entre aspectos associados à segurança das representações e capacidade verbal.ISPA - Instituto Universitário2012-11-24info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleapplication/pdfhttps://doi.org/10.14417/ap.70https://doi.org/10.14417/ap.70Análise Psicológica; Vol 29, No 3 (2011); 403-424Análise Psicológica; Vol 29, No 3 (2011); 403-4241646-60200870-8231reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAPporhttp://publicacoes.ispa.pt/index.php/ap/article/view/70http://publicacoes.ispa.pt/index.php/ap/article/view/70/pdfMaia, JoanaVeríssimo, ManuelaFerreira, BrunoMonteiro, LígiaAntunes, Martainfo:eu-repo/semantics/openAccess2023-05-11T10:22:43Zoai:ojs.localhost:article/70Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T17:51:51.304635Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
dc.title.none.fl_str_mv Representações de vinculação na infância: Competência verbal, estabilidade e mudança
title Representações de vinculação na infância: Competência verbal, estabilidade e mudança
spellingShingle Representações de vinculação na infância: Competência verbal, estabilidade e mudança
Maia, Joana
Estabilidade temporal da segurança de vinculação; Metodologias narrativas;Representações de vinculação
title_short Representações de vinculação na infância: Competência verbal, estabilidade e mudança
title_full Representações de vinculação na infância: Competência verbal, estabilidade e mudança
title_fullStr Representações de vinculação na infância: Competência verbal, estabilidade e mudança
title_full_unstemmed Representações de vinculação na infância: Competência verbal, estabilidade e mudança
title_sort Representações de vinculação na infância: Competência verbal, estabilidade e mudança
author Maia, Joana
author_facet Maia, Joana
Veríssimo, Manuela
Ferreira, Bruno
Monteiro, Lígia
Antunes, Marta
author_role author
author2 Veríssimo, Manuela
Ferreira, Bruno
Monteiro, Lígia
Antunes, Marta
author2_role author
author
author
author
dc.contributor.author.fl_str_mv Maia, Joana
Veríssimo, Manuela
Ferreira, Bruno
Monteiro, Lígia
Antunes, Marta
dc.subject.por.fl_str_mv Estabilidade temporal da segurança de vinculação; Metodologias narrativas;Representações de vinculação
topic Estabilidade temporal da segurança de vinculação; Metodologias narrativas;Representações de vinculação
description Visando identificar diferenças individuais no modo como as crianças encenam uma variedade de situações relacionadas com a vinculação, o Attachment Story Completion Task (ASCT, Bretherton & Ridgeway, 1990) tem sido utilizado em diferentes culturas, sendo uma das metodologias narrativas de completamento de histórias mais utilizadas durante o período pré-escolar. Não obstante o vasto reconhecimento do seu valor, tanto clínico como empírico, mais estudos revelam-se indispensáveis para confirmar a validade discriminativa do ASCT face a medidas de competência verbal, bem como para clarificar alguns aspectos relacionados com a sua fiabilidade. Procurando contribuir para uma melhor compreensão da utilização do instrumento na população portuguesa, o presente estudo debruça-se especificamente sobre a potencial influência da idade e do Q.I. verbal nas respostas dadas pelas crianças. O ASCT foi aplicado a 159 crianças em idade pré-escolar e escolar (M=66.11, DP=9.96),tendo o desempenho dos sujeitos ao longo da tarefa sido analisado através de uma escala contínua de segurança, por investigadores independentes, previamente treinados. Os valores de segurança (quer história a história, quer no conjunto das histórias) não apresentaram associações relevantes com nenhuma das variáveis sócio-demográficas consideradas, nem com a idade dos participantes. Foi, no entanto, encontrada uma associação positiva, de fraca intensidade com o Q.I. verbal, estimado através da WPPSI-R [Wechsler, 1989) [r=.16, p(unilateral)<.05]. A estabilidade da medida foi explorada numa sub-amostra de 34 sujeitos, após um intervalo temporal de, aproximadamente, 11 meses. Verificou-se que, embora haja uma tendência para o desempenho global dos sujeitos ser avaliado, em termos da média grupal, de forma significativamente mais elevada [t(33)=2.50, p(unilateral)<.01, d=.49], quando avaliada intra-sujeitos, a segurança mostra-se moderadamente estável (r=.33, p<.05, n=34). Finalmente, foram encontradas evidências que sugerem influências recíprocas, ao longo do desenvolvimento, entre aspectos associados à segurança das representações e capacidade verbal.
publishDate 2012
dc.date.none.fl_str_mv 2012-11-24
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://doi.org/10.14417/ap.70
https://doi.org/10.14417/ap.70
url https://doi.org/10.14417/ap.70
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv http://publicacoes.ispa.pt/index.php/ap/article/view/70
http://publicacoes.ispa.pt/index.php/ap/article/view/70/pdf
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv ISPA - Instituto Universitário
publisher.none.fl_str_mv ISPA - Instituto Universitário
dc.source.none.fl_str_mv Análise Psicológica; Vol 29, No 3 (2011); 403-424
Análise Psicológica; Vol 29, No 3 (2011); 403-424
1646-6020
0870-8231
reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron:RCAAP
instname_str Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron_str RCAAP
institution RCAAP
reponame_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
collection Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository.name.fl_str_mv Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1799131595320328192