Precariedade, sindicalismo e ação coletiva
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2012 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10316/40814 https://doi.org/10.4000/configuracoes.1133 |
Resumo: | A atual tendência de precarização das relações de trabalho, na Europa e no mundo, de dissociação entre condições profissionais e vínculos laborais, está a pôr em causa os velhos critérios e formas de diálogo, os valores de solidariedade e no fundo o “contrato social” inspirado pela filosofia iluminista e consolidado desde o pós -II Guerra Mundial, sob o modelo de Estado-Providência. Nos últimos vinte anos, as transformações ocorridas do mercado de trabalho fustigaram de forma dramática os direitos e a qualidade do emprego, conduzindo a uma imparável desagregação do sistema produtivo que até aos anos oitenta do século passado pôde sustentar uma classe média que parecia em expansão e alimentar os sonhos individuais de muitos trabalhadores. O aumento e a diversificação da precariedade laboral passou a constituir um dos principais traços de recomposição do mercado de trabalho tanto em Portugal como nos outros países da União Europeia. É neste quadro que importa discutir o legado do movimento sindical e interpelar a sua capacidade de adaptação a esta nova realidade. Para tal, o presente artigo procura interpretar o significado das novas formas de ação coletiva e movimentos “inorgânicos” que têm surgido nos últimos tempos, revelando novas linguagens, modalidades de mobilização e de ativismo cívico e político, procurando responder à crescente fragilização do mundo do trabalho e desafiando os hábitos e as formas organizativas das velhas estruturas sindicais |
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Precariedade, sindicalismo e ação coletivaPrecariousness, trade unionism and collective ActionPrécarité, syndicalisme et action collectivePrecariedadeSindicalismoMovimentos sociaisTrabalhoA atual tendência de precarização das relações de trabalho, na Europa e no mundo, de dissociação entre condições profissionais e vínculos laborais, está a pôr em causa os velhos critérios e formas de diálogo, os valores de solidariedade e no fundo o “contrato social” inspirado pela filosofia iluminista e consolidado desde o pós -II Guerra Mundial, sob o modelo de Estado-Providência. Nos últimos vinte anos, as transformações ocorridas do mercado de trabalho fustigaram de forma dramática os direitos e a qualidade do emprego, conduzindo a uma imparável desagregação do sistema produtivo que até aos anos oitenta do século passado pôde sustentar uma classe média que parecia em expansão e alimentar os sonhos individuais de muitos trabalhadores. O aumento e a diversificação da precariedade laboral passou a constituir um dos principais traços de recomposição do mercado de trabalho tanto em Portugal como nos outros países da União Europeia. É neste quadro que importa discutir o legado do movimento sindical e interpelar a sua capacidade de adaptação a esta nova realidade. Para tal, o presente artigo procura interpretar o significado das novas formas de ação coletiva e movimentos “inorgânicos” que têm surgido nos últimos tempos, revelando novas linguagens, modalidades de mobilização e de ativismo cívico e político, procurando responder à crescente fragilização do mundo do trabalho e desafiando os hábitos e as formas organizativas das velhas estruturas sindicaisThe current trend of de-structuring industrial relations in Europe is leading to new forms of labour and expanding precariousness at work, as well as undermining the old criteria and forms of dialogue, working conditions, and values of solidarity. This process is threatening the old “social contract” model, inspired by Enlightenment philosophy and has been consolidated since the post-World War II under the form of welfare state. Over the last twenty years deep changes have occurred in the world of work and labour relations which have dramatically lashed the rights and quality of employment, leading to a breakdown of the former productive system which has been feeding middle-class expectations and the expansion of individual dreams (of socially upward mobility) of thousands of workers. The growth and diversification of job insecurity has become one of the main traits of decomposition of the labour market both in Portugal and in other European Union countries. It is in this context that it is important to discuss the legacy of the labour movement and question its ability to adapt to this new reality. To this end, this paper analyses the significance of new forms of collective action and “inorganic” movements that have emerged in recent times, revealing new languages, forms of mobilization and political activism, seeking to respond to the increasing fragility of the world of labour and challenging old trade union habits, organizational formsLa tendance actuelle de précarisation des relations de travail en Europe et dans le monde et la dissociation entre les conditions et les liens professionnels menacent les anciens critères et les formes de dialogue, les valeurs de solidarité et, en somme, le modèle de contrat social inspiré par la philosophie illuministe et consolidé depuis la seconde guerre mondiale sous la forme d’État providence. Au cours des vingt dernières années, les changements survenus dans le marché du travail ont porté atteinte d’une forme dramatique aux droits et à la qualité de l’emploi, ce qui a conduit à une désagrégation du système productif. Jusqu’aux années quatre-vingt du siècle dernier, celui-ci a pu faire vivre une classe moyenne qui semblait être en expansion et a alimenté les rêves individuels de nombreux travailleurs. L’augmentation et la diversification de la précarité de l’emploi sont devenues l’un des principaux aspects de la recomposition du marché du travail au Portugal et dans d’autres pays de l’Union européenne. C’est dans ce contexte que doit être discuté l’héritage du mouvement ouvrier et que nous devons nous demander quelle est sa capacité d’adaptation à la nouvelle réalité d’aujourd’hui. Ce texte essaye donc d’interpréter la signification des nouvelles formes d’action collective et des mouvements « inorganiques » qui sont apparues ces derniers temps et qui révèlent de nouveaux discours, des nouvelles formes de mobilisation et d’activisme civique et politique, cherchant à répondre à la fragilité croissante du syndicalisme et bouleversant les habitudes et les formes d’organisation des anciennes structuresCICS2012info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articlehttp://hdl.handle.net/10316/40814http://hdl.handle.net/10316/40814https://doi.org/10.4000/configuracoes.1133https://doi.org/10.4000/configuracoes.1133por1646-50752182-7419http://configuracoes.revues.org/1133Estanque, Elísioinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2021-06-29T10:03:41Zoai:estudogeral.uc.pt:10316/40814Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T20:51:07.071964Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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