Edifícios de Habitação Social: Diagnóstico e Cenários de Intervenção no Edificado
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Data de Publicação: | 2011 |
Outros Autores: | , , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | https://revistas.rcaap.pt/cct/article/view/9100 |
Resumo: | Este artigo decorre de um estudo de avaliação e diagnóstico das necessidades de intervenção em dois bairros sociais (a “Zona J” e a “Pantera Cor-de-rosa”), situados em Marvila (Chelas), na cidade de Lisboa, realizado por uma equipa do ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa, para o IHRU - Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana. No essencial, o estudo propõe um instrumento de apoio à decisão das entidades responsáveis – o Gabinete Viver Marvila do Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU) e a Câmara Municipal de Lisboa (CML) – sobre o futuro dos bairros em causa. Projectados e construídos nas décadas de 70 e 80 do século XX, reconhecem-se nestes bairros problemas de conflitualidade, gestão e governabilidade, assim como um avançado estado de degradação e deterioração do património edificado e do espaço público. Actualmente, o problema da habitação em Portugal já se não trata de uma questão quantitativa mas sim qualitativa. O défice habitacional, sentido na época em que foram projectados e construídos estes conjuntos urbanos, tem vindo a deixar de estar no centro do debate. Por outro lado, decorridos cerca de 30 a 40 anos desde a sua construção, estes apresentam já um considerável nível de deterioração, fruto de vandalizações constantes e, sobretudo, da ausência de manutenção do próprio edificado, evidenciando indícios de inadequabilidade à população que neles reside. Tratando-se de bairros de habitação social, a população residente é constituída maioritariamente por indivíduos com baixos recursos, famílias numerosas, idosos e desempregados, agravando-se o potencial de criminalidade e insegurança. Questionámos, na investigação realizada, se o facto de a tipologia urbana (neste caso – edifícios de grande porte, organizados em galeria) teria reflexos na forma como os seus habitantes vivem e usufruem o bairro. O facto de não existir uma hierarquia definida entre espaços públicos, semi-públicos e privados, assim como a indefinição da ligação entre estes, conduziu à existência de espaços anónimos ou impessoais, cuja utilização e apropriação é pouco clara dificultando a possibilidade de vigilância por parte da população residente ou visitante. Procurámos igualmente responder a um conjunto de questões que, tendo sido levantadas com o aprofundar do estudo, nos parecem pertinentes e actuais, dado o número de bairros com características semelhantes existentes em Portugal. Quais as soluções tipológicas e construtivas contemporâneas que respondem aos desejos dos moradores e, ao mesmo tempo, respondem às actuais normas e regulamentos da edificação? Quais as soluções tipológicas e construtivas contemporâneas que respondem às necessidades reais de quem lá habita e que, simultaneamente, ressalvam os pressupostos de qualidade inequívoca do projecto original? O que é que existe para conservar, reforçar ou eliminar? Qual o conjunto de exemplos e boas práticas que deveriam pautar o património construído de habitação social colectiva, ou a sua reabilitação? Foi a algumas destas questões que procurámos dar resposta através de propostas concretas de reorganização espacial, a partir do edificado e dos espaços urbanos existentes. |
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Projectados e construídos nas décadas de 70 e 80 do século XX, reconhecem-se nestes bairros problemas de conflitualidade, gestão e governabilidade, assim como um avançado estado de degradação e deterioração do património edificado e do espaço público. Actualmente, o problema da habitação em Portugal já se não trata de uma questão quantitativa mas sim qualitativa. O défice habitacional, sentido na época em que foram projectados e construídos estes conjuntos urbanos, tem vindo a deixar de estar no centro do debate. Por outro lado, decorridos cerca de 30 a 40 anos desde a sua construção, estes apresentam já um considerável nível de deterioração, fruto de vandalizações constantes e, sobretudo, da ausência de manutenção do próprio edificado, evidenciando indícios de inadequabilidade à população que neles reside. Tratando-se de bairros de habitação social, a população residente é constituída maioritariamente por indivíduos com baixos recursos, famílias numerosas, idosos e desempregados, agravando-se o potencial de criminalidade e insegurança. Questionámos, na investigação realizada, se o facto de a tipologia urbana (neste caso – edifícios de grande porte, organizados em galeria) teria reflexos na forma como os seus habitantes vivem e usufruem o bairro. O facto de não existir uma hierarquia definida entre espaços públicos, semi-públicos e privados, assim como a indefinição da ligação entre estes, conduziu à existência de espaços anónimos ou impessoais, cuja utilização e apropriação é pouco clara dificultando a possibilidade de vigilância por parte da população residente ou visitante. Procurámos igualmente responder a um conjunto de questões que, tendo sido levantadas com o aprofundar do estudo, nos parecem pertinentes e actuais, dado o número de bairros com características semelhantes existentes em Portugal. Quais as soluções tipológicas e construtivas contemporâneas que respondem aos desejos dos moradores e, ao mesmo tempo, respondem às actuais normas e regulamentos da edificação? Quais as soluções tipológicas e construtivas contemporâneas que respondem às necessidades reais de quem lá habita e que, simultaneamente, ressalvam os pressupostos de qualidade inequívoca do projecto original? O que é que existe para conservar, reforçar ou eliminar? Qual o conjunto de exemplos e boas práticas que deveriam pautar o património construído de habitação social colectiva, ou a sua reabilitação? Foi a algumas destas questões que procurámos dar resposta através de propostas concretas de reorganização espacial, a partir do edificado e dos espaços urbanos existentes.This paper is the result of a study designed to evaluate and diagnose the need to intervene in two social housing complexes (known as "Zona J" and "Pantera Cor-de-rosa"), located in Marvila (Chelas) in the city of Lisbon, and undertaken by a team from ISCTE - Lisbon University Institute, for the IHRU – Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana (Housing and Urban Rehabilitation Institute). In its essence, the study proposes a toolkit for the overseeing entities - Viver Marvila (a department of IHRU) and the CML - Câmara Municipal de Lisboa (Municipal Council) – to undertake decisions concerning the future of these social housing complexes. These neighbourhoods, which were designed and built in the 1970s and 1980s, are characterized by their social problems and conflicts, management and governance issues, as well as an advanced state of disrepair and deterioration of the buildings and public spaces. Like other social housing complexes, the population is constituted mainly by individuals with low incomes, large families, elderly and unemployed people, exacerbating the potential for crime and insecurity. In this study, we have tried to address a set of issues concerning contemporary constructive and typological solutions. On the one hand, we aim to meet current building standards and the real needs of the dwellers, and, on the other hand, we seek that these same solutions preserve the unequivocal qualities of the original project. We endeavoured to answer the questions at hand through concrete proposals for spatial reorganization of the existing buildings and surrounding urban spaces.DINÂMIA'CET-Iscte2011-06-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articlehttps://revistas.rcaap.pt/cct/article/view/9100por2182-3030Madeira da Silva, TeresaAlves, Pedro MarquesMagalhães, Miguel VasconcelosOliveira, Maria Joãoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2022-09-23T16:02:38Zoai:ojs.revistas.rcaap.pt:article/9100Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T16:04:45.676865Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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