Análise diplomática das cartas de perdão da Chancelaria de D. Afonso V (1439-1451)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Medeiros, Juliana Santos Dinoá
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10451/49794
Resumo: As cartas de perdão eram um conjunto de documentos expedidos pela Chancelaria Régia que continham as decisões do rei D. Afonso V de perdoar criminosos. Esses documentos eram redigidos sob determinada regra que impunha a seleção de fórmulas específicas e diferentes entre si. Essa pesquisa dedicou-se à análise diplomática de tais fórmulas, com o objetivo de identificar os fatores que influenciavam sua disposição ou não no documento. Para tal, selecionamos diversas cartas despachadas entre os anos 1439 e 1451 e analisamos sua estrutura. Observando os elementos do discurso diplomático, dispusemos em uma tabela cada fórmula encontrada no protocolo, texto e escatocolo das cartas. Após, elaboramos uma categoria de cartas relacionadas ao tipo de perdão, se para crime ou para pena, tendo em conta as fórmulas de dispositivo. Notamos que apenas a classificação de tipo de perdão não justificava a diferença de formulário, pois para um mesmo tipo encontramos estruturas diferentes. Uma vez categorizadas as cartas, comparamos dois documentos de um mesmo tipo de perdão, mas com processos decisórios diferentes, para identificar se este interferiria ou não na redação das cartas. Percebemos que, enquanto a figura do desembargador não interfere na composição das cartas, as etapas a que estavam sujeitas a decisão do perdão determinavam a disposição de fórmulas específicas do dispositivo. Em seguida, focamo-nos nas fórmulas de protocolo e escatocolo e comparamos um mesmo tipo de perdão, com mesmo processo decisório, mas com escrivães diferentes. Identificamos fórmulas específicas utilizadas por certos escrivães, o que demonstra um traço de personalização das cartas. Ao final, concluímos que não é possível falarmos em um “formulário” de Chancelaria para cartas de perdão, mas sim de fórmulas específicas que tinham regras de aplicações diversas. Dessa forma, as cartas de perdão da Chancelaria de D. Afonso V revelam-se produto de uma composição de fórmulas específicas, algumas cuja regra se baseia no processo decisório, e outras que variam consoante a figura do escrivão.
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Notamos que apenas a classificação de tipo de perdão não justificava a diferença de formulário, pois para um mesmo tipo encontramos estruturas diferentes. Uma vez categorizadas as cartas, comparamos dois documentos de um mesmo tipo de perdão, mas com processos decisórios diferentes, para identificar se este interferiria ou não na redação das cartas. Percebemos que, enquanto a figura do desembargador não interfere na composição das cartas, as etapas a que estavam sujeitas a decisão do perdão determinavam a disposição de fórmulas específicas do dispositivo. Em seguida, focamo-nos nas fórmulas de protocolo e escatocolo e comparamos um mesmo tipo de perdão, com mesmo processo decisório, mas com escrivães diferentes. Identificamos fórmulas específicas utilizadas por certos escrivães, o que demonstra um traço de personalização das cartas. Ao final, concluímos que não é possível falarmos em um “formulário” de Chancelaria para cartas de perdão, mas sim de fórmulas específicas que tinham regras de aplicações diversas. Dessa forma, as cartas de perdão da Chancelaria de D. Afonso V revelam-se produto de uma composição de fórmulas específicas, algumas cuja regra se baseia no processo decisório, e outras que variam consoante a figura do escrivão.The pardon letters were a set of documents issued by the Royal Chancellery that contained the decision of King Afonso V to pardon a criminal. These documents were written under a particular rule that imposed the selection of specific and different formulas. This research was dedicated to the diplomatic analysis of such formulas to identify the factors that influenced their disposition in the document. Therefore, we selected several letters dispatched between the years 1439 and 1451 and analyzed their structure. Observing the elements of diplomatic discourse, we displayed in a table each formula found in the protocol, text and eschatocol of the letters. Afterwards, we created a category of letters related to the type of pardon, whether for crime or penalty, considering the dispositive formulas. We noted that the type of pardon did not justify the difference in the form once we found different structures for letters for the same crime. Once the letters were categorized, we compared two documents of the same typology of pardon but with varying decision-making processes to identify whether this would infer or not in the writing of the letters. We realized that the figure of the dictator did not interfere in the composition of the letters. On the other hand, the stages to which the pardon decision was subject determined the disposition of specific formulas in the document. Then, we focused on protocol and eschatocol formulas and compared letters of the same type of pardon, with the same decision-making process but with different scribes. We identified specific formulas used by certain scribes, which demonstrate a trait of personalization in the letters. In the end, we concluded that it is not possible to speak of a Chancellery “form” for pardon letters but of specific formulas that had different application rules. The pardon letters from the Chancellery of D. Afonso V turned out to be a composition of specific formulas, some whose rule was based on the decision-making process and others that varied according to the scribe.Nogueira, Bernardo Maria Godinho de SáRepositório da Universidade de LisboaMedeiros, Juliana Santos Dinoá2021-10-06T12:27:28Z2021-08-212021-08-192021-08-21T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10451/49794TID:202770877porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-11-08T16:53:46Zoai:repositorio.ul.pt:10451/49794Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T22:01:22.574018Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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