Avaliação nutricional de uma população de doentes insuficientes renais crónicos em programa de hemodiálise

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Carranza, Maria Auxiliadora Molina
Data de Publicação: 2010
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10316/19174
Resumo: A alteração nutricional mais comum na IRC é a desnutrição proteico-calórica, cuja prevalência nos doentes em programa de hemodiálise periódica se encontra entre 17-34%, e representa um importante factor pronóstico negativo, já que se relaciona com uma morbilidade e mortalidade elevadas. Neste estudo tem sido avaliado o estado nutricional dos doentes com insuficiência renal crónica em programa de hemodiálise periódica da clínica “ x” para detectar desvios nutricionais significativos e estabelecer uma estratégia de intervenção adequada e deste modo criar condições para aumentar a qualidade de vida e diminuir a sua morbi- mortalidade. O tipo de estudo é descriptivo, transversal e tem-se realizado sobre um total de 18 doentes (9 homens e 9 mulheres) estáveis em programa de hemodiálise; como critério de exclusão foi considerado a amputação de qualquer dos membros. A idade media foi 69.8 ± 9.3 nos homens e 61.5 ± 15.8 nas mulheres, e o tempo medio de permanência em hemodiálise de 101.2 ± 67.7 meses. O 61% dos doentes tinham iniciado a hemodiálise após os 40 anos. O grau de desnutrição determinou-se através de informações subjectivas fornecida pelos doentes, parâmetros antropométricos (IMC, perímetro da prega tricipital, perímetro muscular braquial, perímetro da cintura e perímetro da perna) e analíticos (hemoglobina, linfocitos totais, concentração de albúmina sérica e colesterol total). Para a avaliação do consumo alimentario utilizou-se o “Questionario de consumo alimentar e apetite CCAA”, “Folha de registo alimentar” e “ Folha para cálculo da dieta renal”. Realizaram-se estudos descriptivos e analíticos. Como programa informático estadístico utilizou-se o SPSS. No grupo que apresentava maior risco de desnutrição, encontrava-se a maior percentagem de doentes idosos (> 65 anos) e com maior tempo de permanência em hemodiálise (> 5 anos), com maior patologia associada e pior situação social (pior nível económico, institucionalizados em residências de idosos ou vivendo sozinhos, etc.). Houve uma correlação inversa do índice de desnutrição com o PMB e o PC. As mulheres apresentaram uma redução dos depósitos de gordura corporal. Não se observou redução da massa muscular. A prega cutânea tricipital constituiu o melhor parâmetro para identificar a desnutrição calórica. A maioria dos doentes em hemodiálise e em situação clínica estável apresentavam uma alteração dos parámetros analíticos, nomeadamente do nível de hemoglobina, do número de linfocitos e da concentração de albúmina que indiciaram uma desnutrição leve. A descida destes parámetros foi mais importante nos homens que nas mulheres e agravaram-se com a idade. O tipo de desnutrição foi diferente segundo o sexo, predominando a protéica nos homens e a calórica nas mulheres. A ingestão insuficiente de energia condiciona a ingestão proteica de nossos doentes. Embora consideradas adequadas, não aseguraram, contudo, um balanço nitrogenado neutro. A ingestão proteica, embora adequada (79.8 gr/paciente/dia), pode ser insuficiente devido ao maior catabolismo propio da diálise e a incidência de processos intercorrentes. É importante a detecção e correcção precoce de déficits nutricionais, mais frequentes nesta população, tendo sido demonstrado que o inquérito alimentar é mais sensível na sua detecção que os parámetros antropométricos ou determinações bioquímicas que só a denunciam quando já é evidente e dificil a sua correção. Em conclusão, confirma-se neste estudo a incidência de desnutrição proteico-calórica do doente em diálise e com restante situação clínica estável.
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