Controlo da Qualidade na Indústria dos Plásticos Flexíveis

• Autor(a) principal: Carvalho, Ângela Sofia Lobão
• Data de Publicação: 2018
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.22/12376
• topic: Embalagem; Filme flexível; FTIR-ATR; PET/PEBD; PELBD-M; PELBD-O; Espessura; Packaging; Flexible film; Thickness; Qualidade

Atualmente, a indústria alimentar está cada vez mais exigente relativamente aos produtos que fabrica e comercializa. A embalagem é fundamental para esta indústria pois permite a conservação, proteção, informação e conveniência do produto, logo tem que estar em constante inovação com o objetivo de cativar o consumidor com novas propriedades e funcionalidades e cumprir com a legislação em vigor. Neste trabalho, inicialmente, foram adquiridas as competências necessárias acerca do controlo da qualidade interno da Vizelpas e apoio ao desenvolvimento. Para isso, efetuou-se o controlo desde a receção das matérias-primas para extrusão (grânulos) através de uma nova técnica ainda não utilizada pela Vizelpas, Espetrofotometria de Infravermelho com Transformadas de Fourier (FTIR) acoplado com ATR (Reflexão Total Atenuada), até ao controlo do produto acabado, de acordo com os Planos de Controlo Laboratoriais existentes. Através deste controlo da matéria-prima por FTIR-ATR será possível perceber se os problemas na produção se conseguem antecipar, verificando se a matéria-prima está conforme ou não. Foi também um trabalho que permitiu com rapidez e rigor a identificação de polímeros base em diversos filmes. Relativamente ao controlo da qualidade à receção de matérias-primas para coextrusão e verificação das especificações de filmes de clientes da indústria farmacêutica existem critérios de correlação para a aceitação do material. Houve também o interesse em comparar os espectros da matéria-prima de extrusão e o filme co-extrudido correspondente com o objetivo de através dos espetros da superfície destes materiais verificar se a estrutura molecular do polímero em filme é influenciada pelo processo de produção quando comparada com a matéria-prima que lhe deu origem. Numa segunda fase, o trabalho desenvolvido teve como objetivo desenvolver novas formulações da estrutura de polietileno tereftalato laminada com polietileno de baixa densidade (PET/PEBD), tendo por base duas formulações standard da Vizelpas, já comercializadas pela empresa. Em concreto, pretende-se estudar as melhorias destas duas formulações standard. Foram produzidas três novas formulações, que foram estudadas com profundidade, através da avaliação de vários parâmetros, para avaliar se os novos materiais teriam melhores propriedades e maquinabilidade relativamente às standards. Em termos globais, concluiu-se que o equipamento de FTIR revelou-se muito útil para a Vizelpas no que diz respeito à identificação de polímeros, mas nem tanto para despistar os problemas de produção logo na receção das matérias-primas pois estavam todas conformes e mesmo assim ocorreram alguns problemas na produção. No estudo dos novos laminados de PET/PEBD verificou-se essencialmente que a distribuição do polietileno linear de baixa densidade metaloceno (PELBD-M) e polietileno linear de baixa densidade octeno (PELBD-O) nas camadas do filme das várias formulações foi o fator que teve uma maior influência nas propriedades mecânicas e de soldadura do filme. Para o coeficiente de atrito (COF) observou-se que aumentava quando o polietileno de alta densidade (PEAD) estava presente na formulação. Desta forma, concluiu-se que: o filme com a formulação standard 20%O-1C (20% de PELBD-O na camada de soldadura) conseguiu obter melhores propriedades do que o filme com a nova formulação 20%O+PEAD-1C (20% de PELBD-O na camada de soldadura, com PEAD); os filmes com as novas formulações 30%M-5C (30% de PELBD-M distribuído nas cinco camadas do filme) e 20%M-1C (20% de PELBD-M na camada de soldadura) obtiveram melhores propriedades que o filme com a formulação standard 20%M-5C (20% de PELBD-M distribuído nas cinco camadas do filme) usada pela empresa e, quanto à comparação entre os filmes com a formulação 20%M-5C e 20%O+PEAD-1C, não se conseguiram obter os resultados esperados, ou seja, perceber se o PELBD-O e o PELBD-M são equivalentes ou diferem no que toca a propriedades de soldadura e mecânicas. A alteração da espessura do filme não resultou em mudanças significativas no fator de rotura, na percentagem de alongamento e na resistência ao impacto do dardo. Os valores do flex crack, módulo de elasticidade e resistência à tração diminuem com o aumento da espessura e, por outro lado, a resistência à perfuração aumenta com o aumento da espessura.