O nascimento de um pai em fase de pandemia

• Autor(a) principal: Guedes, Queila Santos Pereira
• Data de Publicação: 2022
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.26/44223
• topic: Enfermagem obstétrica; Pai; Feto; Apego ao objeto; Pandemias

A comunicação do pai com o feto é inerente ao processo de vinculação. Embora alguns pais se sintam excluídos da relação fisiológica, é fundamental reconhecerem que emocionalmente podem estar conectados e construir laços afetivos que perduram por toda a vida. Com este estudo pretende-se compreender as experiências vividas pelo “pai” na comunicação com o feto no processo de vinculação, em fase de pandemia. Desenvolveu-se um estudo descritivo e transversal, de abordagem qualitativa, para responder à questão: Qual a influência da comunicação do pai com o feto no processo de vinculação, em fase de pandemia? Foram realizadas entrevistas semiestruturadas entre fevereiro e maio de 2021 a 24 pais que consentiram participar do estudo e estiveram presentes no parto. No tratamento dos dados foi efetuada a análise de conteúdo segundo Bardin e com suporte no software WebQDA®. A maioria dos pais comunicou por voz ou toque com os filhos quando começaram a sentir os movimentos fetais e visualizaram maior volume abdominal nas companheiras. A maior parte refere não ter podido acompanhar suas parceiras nos exames e consultas devido as limitações pandémicas. Mostraram-se insatisfeitos com o distanciamento, o qual dificultou a interação com o recém nascido no internamento de puerpério; não obstante, demonstraram ter conseguido estratégias que os auxiliasse a transpor tais barreiras. O sentimento expresso pelos pais no nascimento e ao verem os filhos no internamento de puerpério, mesmo por fotografias ou vídeos foi essencialmente de emoção e felicidade. A pandemia limitou o processo de vinculação e o envolvimento do pai durante a gravidez; como tal, é fundamental investir na formação que fomente o envolvimento do pai mesmo em fase pandémica.