Utilização de fármacos antipsicóticos: estudo multicêntrico de indivíduos hospitalizados por perturbação psicótica aguda

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Xavier, Miguel
Data de Publicação: 2004
Outros Autores: Barahona, Bernardo, Batalim, P, Matos, CJ, Domingos, E, Freitas, F, Gamito, A, Gil, N, Laureano, C, Leuschner, A, Lopes, J, Luís, A, Matos, M, Piçarra, MJ, Ramos, J, Tudela, J
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10362/21882
Resumo: Com o objectivo de caracterizar o padrão e os determinantes de utilização de fármacos antipsicóticos por via intra-muscular em indivíduos hospitalizados por perturbação psicótica aguda, efectuou-se um estudo retrospectivo de 244 indivíduos, admitidos em sete unidades hospitalares de internamento psiquiátrico. Foram seleccionados dois grupos, IM (Intra Muscular) e PO (Via Oral), que nos primeiros três dias de internamento receberam respectivamente medicação antipsicótica por via intramuscular ou por via oral, tendo-se explorado as eventuais diferenças nas áreas demográfica, clínica e terapêutica (com revisão dos casos aos 6 e 12 meses após a alta hospitalar). Os dois grupos foram homogéneos quanto à idade, raça, sexo, idade do início da doença e diagnóstico, tendo-se verificado um número maior de internamentos compulsivos no grupo IM. As perturbações psicóticas mais prevalentes em ambos os grupos foram a esquizofrenia e a perturbação bipolar, não se tendo encontrado qualquer associação entre os diagnósticos iniciais e a via de administração dos fármacos. O tempo de hospitalização foi igual entre grupos, embora nos doentes do grupo IM tivesse sido necessário tomar medidas de precaução especiais com maior frequência. A medicação ansiolítica foi superior no grupo PO nos dias um e dois de hospitalização e igual nos dois grupos no dia três e no dia de alta. A terapêutica anticolinérgica foi semelhante entre os dois grupos. O número de novas hospitalizações, bem como a percentagem de doentes a utilizar medicação antipsicótica, ansiolítica e anticolinérgica, foi semelhante nos dois grupos após 6 e 12 meses de seguimento. Neste estudo, a presença de agitação psicomotora e de comportamentos agressivo/destrutivo na fase inicial do internamento no grupo IM (incluindo o primeiro contacto, maioritariamente feito no serviço de urgência) foram os elementos estatisticamente determinantes da utilização da via intramuscular para a administração dos fármacos antipsicóticos. With the objective of determining the pattern and decision making process in using antipsychotic drugs in patients admitted to hospital for acute psychotic disorder we have made a retrospective analysis in 244 in-patients in 7 hospitals for mental disorders. We have selected two groups, IM and PO, that in the first three days of internment have received either intravenous antipsychotic medication or oral medication; the demographical, clinical and therapeutical differences have been considered (with a review of the cases at 6 and 12 months after discharge from hospital). Homogeneity was considered regarding age, race, gender, age at the onset of the disease and diagnosis; in the IM group there were a larger number of compulsive admissions. The most prevalent psychotic disorders in both groups were schizophrenia and bipolar disorder; with no association being made between the initial diagnosis and drug administration. The hospitalization period was the same for both groups, although in the patients in the IM group the need for special precautions was more frequent. Medication with anxiolytics was higher in the PO group on day 1 and 2 of the hospitalization and the same for the two groups on day 3 and on discharge. The number of new admissions, as well as the percentage of patients taking antipsychotic, anxiolytic and anticholinergic medication was similar in both groups after a period of 6 and 12 months follow-up. In this study, agitation and aggressive/destructive behaviours in the initial phase of hospitalization in the IM group (including the first contact, most of the times on admission at the ER) were statistically significant factors for the use of intramuscular administration of antipsychotic drugs.
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