Sensibilidade e Matéria no Pensamento de Denis Diderot
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2020 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Livro |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10316/90584 https://doi.org/10.5281/zenodo.3951222 |
Resumo: | A filosofia diderotiana consubstancia, na perfeição, um enraizamento das possibilidades da razão na vasta teia estética tecida pelas relações sensíveis que o ser humano mantém com as suas construções culturais, sejam estas as da própria linguagem ou as do universo artístico. Aliás, se há imperativo teórico que pode ser retirado da multifacetada obra de Diderot, é o que pressupõe uma reconciliação epistémica da filosofia com a estética, compreendida esta última não, apenas, como fonte inigualável de informações da natureza da sensibilidade e da natureza dos fenómenos sensíveis, mas, também, como âmago reflexivo fundamental para serem filosoficamente articulados todos os conteúdos e conceitos que escapam à forja do pensamento escrupulosamente dedutivo. Dando sequência analítica a tal imperativo e recorrendo quer aos textos filosóficos quer aos textos literários do enciclopedista, os autores dos capítulos deste volume mostram-nos os vários pontos de intercessão da vida do pensamento com as suas dimensões materiais e sensíveis, assim como as principais consequências que daí resultam para a configuração das formas de organização social. Em muitos casos, o retorno ao sensível, promovido por Diderot, significa tanto a ênfase posta na emancipação da e pela arte quanto a imprescindível crítica do ideário social do seu tempo e da sociedade moderna em geral. Os pressupostos materialistas da filosofia diderotiana, tantas vezes equivocamente dissecados, são, nesse sentido primeiro, correlatos inevitáveis das várias funções reflexivas e críticas exercidas pela inclusão da sensibilidade nos modos de articulação das vivências subjectivas e intersubjectivas. Logo, no conceito de “matéria” encontra-se já a indelével marca do conceito de “sensibilidade” ou, se assim se preferir, o sensível é o terminus a quo da inteligibilidade do material. |
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