Care-oriented occupations' devaluation and their relationship with profit and production

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Narciso, Sofia de Castro
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: eng
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10451/56046
Resumo: Dissertação de mestrado, Psicologia (Área de especialização em Cognição Social Aplicada), Universidade de Lisboa, Faculdade de Psicologia, 2021
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spelling Care-oriented occupations' devaluation and their relationship with profit and productionPercepção socialGéneroBem-estar psicológicoTraços de personalidadeValores profissionaisDissertações de mestrado - 2021Domínio/Área Científica::Ciências Sociais::PsicologiaDissertação de mestrado, Psicologia (Área de especialização em Cognição Social Aplicada), Universidade de Lisboa, Faculdade de Psicologia, 2021Healthcare, Early Education and Domestic (HEED) occupations are less socially valued than Science, Technology, Engineering and Mathematics (STEM) occupations. Social psychologists have predominantly focused on HEED occupations being typically female and communal, while STEM occupations are typically male and agentic. We propose that the caring nature of HEED work itself may play a role in its devaluation. With female liberation, this work migrated from the private sphere towards being monetized, while not offering means of production on which modern society is based on. Thus, we suggest that not conforming to profit and production norms may be at the core of the devaluation of HEED occupations. Study 1 aimed at exploring whether the care orientation of HEED occupations readily comes to people’s minds. In a free association task, participants (N = 64) wrote 3 words related to each of 18 different occupations in HEED, STEM, and filler fields. As expected, HEED occupations elicited more care-related words than the other occupations. In Study 2, we manipulated how the impact of a HEED or STEM occupation was described in a text: economic versus well-being impact. After reading the text, participants (N = 143) rated several aspects of the occupation (e.g., ideal income, perceived status, difficulty, professionals’ attributes). Results replicated previous findings relating to occupational stereotypes and social perception models. Contrary to our expectations, our manipulation did not lead to more positive ratings or higher compensation. Our findings suggest that care labour may be damaged by heightened perceptions of profit and that general communal orientations benefit both communal workers and society at large. Future research could expand on these findings through exploration of the agentic versus collective efforts in a similar design and through furthering the social perception of communion, emotional expression and emotional intelligence in the workplace.Ocupações de cuidados de saúde, educação primária e domésticas (designadas na literatura como HEED, Block et al., 2019) são menos valorizadas socialmente do que ocupações de ciência, tecnologia, engenharia e matemática (comummente chamadas STEM). A psicologia social focou-se predominantemente na caracterização de ocupações HEED como tipicamente femininas e comunais, por oposição a ocupações STEM, tipicamente masculinas e focadas no agente (Block et al., 2019; Croft et al., 2015). Modelos de perceção social (e.g., Koch et al., 2021) identificaram como dimensões fundamentais da perceção social a comunhão e a agência. Tendo em conta que estas dimensões são características respetivamente de HEED e STEM, estes modelos são fundamentais para entender as mecânicas subjacentes. Os grupos percecionados como competentes são geralmente de estatuto social mais alto, mas são percecionados como emocionalmente frios enquanto os grupos menos competentes tendem a ser interpretados como mais comunais (Elemers & van den Bos, 2012; Yzerbyt, 2018). Os trabalhadores nos campos HEED e STEM são afetados por estes mecanismos nomeadamente porque as pessoas inferem mais das ocupações das pessoas do que da sua raça ou género (Noyes et al., 2021). A disparidade de género tem gradualmente sido reduzida na área STEM mas esta tendência não se verifica em HEED, nomeadamente devido à maior presença feminina (Croft et al., 2015). A estagnação em HEED também pode estar relacionada com os cuidados serem considerados uma atividade essencialmente feminina (Cancian & Oliker, 2000). É difícil ultrapassar estas barreiras quando socialmente a remuneração apropriada é associada a uma perda de motivação intrínseca e os próprios trabalhadores sentem dificuldade em exigir melhor remuneração uma vez que estão muitas vezes emocionalmente investidos nas pessoas que cuidam (England & Folbre, 2003). O contexto histórico e cultural não incentiva à mudança uma vez que a sociedade moderna está construída sob premissas de valor de produção, por contraposto à reprodução e manutenção (Debord, 2012). Propomos que a natureza do cuidado em si no trabalho de ocupações HEED tenha um papel na sua desvalorização. Com a libertação feminina, este trabalho migrou da esfera privada para uma posição capitalizável, sem capacidade de oferecer meios de produção, nos quais a sociedade moderna se baseia. Desta forma, sugerimos que a inconsistência relativa a normas de lucro e produção seja fulcral para a continuada desvalorização de ocupações HEED. O nosso primeiro estudo foi concebido com o intuito de explorar se a orientação para os cuidados surgia prontamente associada a ocupações HEED. Numa tarefa de associação livre, os participantes (N = 64) escreveram três palavras relacionadas com cada uma de dezoito diferentes ocupações HEED, STEM e de uma terceira categoria de profissões não enquadradas nem no campo HEED, nem no campo STEM. As profissões HEED foram selecionadas tendo em conta os ratings de comunhão de Imhoff e colaboradores (2018). As profissões STEM foram selecionadas tendo em conta os ratings de orientação para a ciência e a terceira categoria (controlo) foi selecionada a partir de profissões com ratings médios nas duas escalas anteriores. Como esperámos, as ocupações HEED produziram mais palavras relacionadas com o cuidado do qualquer uma das outras profissões. As ocupações HEED também produziram muito mais palavras relacionadas com grupos sociais do que a categoria de controlo, apesar da natureza social de parte delas. Adicionalmente, as ocupações HEED produziram muito mais palavras relacionadas com traços de personalidade e imagem do que as ocupações STEM. É possível que isto se deva a estereótipos menos marcados para trabalhadores de STEM. Houve uma diferença considerável entre as funções e appraisals dentro da categoria de controlo consoante o estatuto social – profissões de baixo-estatuto social produziram mais avaliações externas e profissões de alto-estatuto social produziram mais funções e papéis. No segundo estudo, manipulámos a descrição do impacto de uma ocupação HEED e de uma ocupação STEM na informação que os participantes (N = 143) leram. Foi pedido aos participantes que imaginassem que esta informação tinha sido publicada num jornal europeu de renome. Este impacto podia ser de natureza económica ou relativo ao bem-estar psicológico. Após a leitura do estímulo, os participantes avaliaram diferentes aspetos da ocupação apresentada, nomeadamente o salário ideal, o prestígio associado, a dificuldade e traços de personalidade dos profissionais. Os traços de personalidade em questão foram adaptados a partir do estudo bottom-up de Imhoff e colaboradores (2018). Também incluímos uma avaliação de valores de comunhão e de agência (adaptada de Block et al., 2019) para avaliar a projeção da perceção da ocupação para o estereótipo do profissional e para medir o impacto dos valores dos participantes. Os resultados replicaram investigação anterior relacionada com estereótipos ocupacionais e modelos de perceção social. A ocupação STEM foi consistentemente mais valorizada em termos de remuneração, prestígio e competência, enquanto a ocupação HEED foi consistentemente mais valorizada na maior parte das dimensões avaliadas, mas pior avaliada na hierarquia social. As diferenças de género encontradas na nossa amostra seguem a tendência oposta à previamente reportada na literatura (Block et al., 2019), na medida em que homens e mulheres valorizaram igualmente agência e as mulheres valorizaram consideravelmente mais comunhão. Houve algumas divergências das expetativas de encaixe nos modelos de perceção social, em particular relativamente à ocupação STEM, pelo que é possível que esta não fosse tão representativa como desejável. Nomeadamente, foi avaliada como muito menos sociável, confiante e até competente do que o esperado. Apesar disto, não afetou o seu prestígio ou qualquer outro item de aprovação social. Podemos inferir que a sociabilidade não é particularmente valorizada na hierarquia social, o que reflete a análise relativa ao contexto cultural em que estamos inseridos. O mesmo se pode dizer das diferenças relativas à comunhão. Contrariamente às nossas expectativas, a manipulação não provocou avaliações mais positivas ou maior compensação monetária. No entanto, apesar de os participantes serem da opinião que em geral os profissionais STEM merecem mais do que os profissionais HEED, o aumento percentual foi muito maior para HEED, em particular quando os participantes leram sobre o impacto psicológico de uma ocupação STEM. Os nossos resultados sugerem que o trabalho do cuidado é prejudicado ao salientar perceções de lucro. De forma geral, orientações de comunhão beneficiam tanto os trabalhadores de ocupações HEED como a sociedade como um todo. Estas orientações permitem uma melhor integração de informação contra estereotípica (Olsson & Martiny, 2018). É possível que a vantagem marginal que observámos se deve a primar a valorização do bem-estar psicológico em si através da associação a uma profissão já valorizada. É possível que a manipulação não tenha tido o efeito esperado porque o impacto económico da profissão HEED foi interpretado como proveniente de um coletivo de profissionais enquanto o impacto da profissão STEM foi provavelmente interpretado como sendo produto de um só profissional. Investigação futura pode expandir esta área através da exploração do mesmo design experimental comparando o impacto de um agente versus um coletivo. Outra área de possível extensão seria o aprofundamento do conhecimento da perceção social da comunhão, expressão emocional e inteligência emocional no mundo do trabalho. Tendo em conta a avaliação positiva de profissionais HEED que vimos, e a forte ligação à emocionalidade, seria pertinente esclarecer se isto se trata de um estigma pela expressão emocional ou uma valorização do controlo emocional ou inteligência emocional nas áreas científicas. Discutimos ainda implicações para a área de investigação e para a aplicação e ação afirmativa.Cardoso, Sara Loureiro, (Sara Hagá)Repositório da Universidade de LisboaNarciso, Sofia de Castro2023-01-27T16:31:08Z20212021-10-182021-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10451/56046TID:203271661enginfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-11-08T17:03:15Zoai:repositorio.ul.pt:10451/56046Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T22:06:31.829815Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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