O impacto da pandemia de COVID-19 na aplicação e execução de penas alternativas à prisão e na preparação de reclusos para a liberdade em Portugal

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Rodrigues, Anabela Miranda
Data de Publicação: 2022
Outros Autores: Antunes, Maria João, Fidalgo, Sónia, Pinto, Inês Horta, Ishiy, Karla Tayumi
Tipo de documento: Relatório
Idioma: eng
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10316/98808
Resumo: NOTA INTRODUTÓRIA O presente relatório sobre os impactos da pandemia de covid-19 na aplicação e execução de penas alternativas à prisão e na preparação de reclusos para a liberdade em Portugal integra-se no projeto “Addressing gaps in the implementation and management of alternatives to imprisonment and post-release support during the COVID-19 global pandemic", financiado pela Fondation Internationale Pénale et Pénitentiaire e coordenado pela Penal Reform International, em parceria com o Instituto Jurídico da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra e a organização não-governamental Hungarian Helsinki Committee, desenvolvido no período entre março e dezembro de 2021. O projeto tem como objetivos compreender os impactos da pandemia de covid-19 na aplicação, execução e experiência individual das penas não privativas da liberdade; sensibilizar as autoridades competentes mediante recomendações dirigidas à proteção dos direitos das pessoas em cumprimento de penas alternativas à prisão, assegurando que, em tempos de crise e de adaptação a adversidades, não haja lugar a discriminação e as pessoas continuem a receber acompanhamento adequado e beneficiem de condições adequadas para o cumprimento da pena; e desenvolver um modelo de reforma contendo recomendações aplicáveis internacionalmente para melhorar a execução das penas alternativas à prisão durante períodos de crise ou de emergência nacional ou internacional. Tendo em vista esses objetivos, e entre outras atividades realizadas no âmbito do projeto, foi levado a cabo um estudo comparativo sobre o tema nos Estados-Membros da União Europeia, com base em relatórios elaborados por peritos daqueles Estados e em entrevistas realizadas a representantes de serviços prisionais e de reinserção social de alguns Estados-Membros. Foram também realizadas investigações aprofundadas em quatro países: Portugal, Hungria, Geórgia e Quirguistão, levadas a cabo por equipas de investigação locais, e dando origem a relatórios autónomos. O relatório que se apresenta é o resultado da investigação relativa a Portugal, realizada pela equipa de investigação da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra. A metodologia de investigação adotada para o presente relatório incluiu uma revisão da bibliografia, incluindo quer artigos científicos quer informação oficial e outros documentos publicados sobre o tema, bem como a análise da legislação nacional pertinente. A recolha de dados oficiais e institucionais foi realizada por meio de questionários enviados à Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP), respondidos por escrito; de entrevistas com dirigentes e técnicos da DGRSP com experiências diversificadas e de diferentes áreas geográficas; da participação de um representante da DGRSP numa reunião de peritos organizada pela Penal Reform International no âmbito do projeto; e da análise das estatísticas publicadas pela DGRSP. Para convocar igualmente a perspetiva e experiência das pessoas que cumprem penas na comunidade e das organizações não-governamentais que colaboram no processo de reinserção social, foram conduzidas entrevistas a membros de organizações da sociedade civil – quer organizações especificamente centradas na assistência a cidadãos em cumprimento de penas, quer organizações que se dedicam ao apoio a pessoas pertencentes a minorias ou em situações de vulnerabilidade , quer a uma pessoa em cumprimento de pena não privativa da liberdade assegurando sempre a recolha de consentimento informado. Foram ainda realizadas consultas no Tribunal de Execução das Penas de Lisboa, com vista a perceber como os procedimentos tiveram de ser adaptados durante a pandemia, os principais constrangimentos sentidos e as eventuais dificuldades na aplicação das medidas extraordinárias aprovadas. Foram ainda realizadas reuniões com a Provedora de Justiça e com a Inspeção-Geral dos Serviços de Justiça, com vista a indagar sobre eventuais reclamações ou queixas recebidas por estas entidades por parte de pessoas libertadas da prisão ou em cumprimento de penas alternativas durante o período da pandemia ou outras queixas relacionadas com o regime excecional de flexibilização das penas aprovado em abril de 2020.
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O projeto tem como objetivos compreender os impactos da pandemia de covid-19 na aplicação, execução e experiência individual das penas não privativas da liberdade; sensibilizar as autoridades competentes mediante recomendações dirigidas à proteção dos direitos das pessoas em cumprimento de penas alternativas à prisão, assegurando que, em tempos de crise e de adaptação a adversidades, não haja lugar a discriminação e as pessoas continuem a receber acompanhamento adequado e beneficiem de condições adequadas para o cumprimento da pena; e desenvolver um modelo de reforma contendo recomendações aplicáveis internacionalmente para melhorar a execução das penas alternativas à prisão durante períodos de crise ou de emergência nacional ou internacional. Tendo em vista esses objetivos, e entre outras atividades realizadas no âmbito do projeto, foi levado a cabo um estudo comparativo sobre o tema nos Estados-Membros da União Europeia, com base em relatórios elaborados por peritos daqueles Estados e em entrevistas realizadas a representantes de serviços prisionais e de reinserção social de alguns Estados-Membros. Foram também realizadas investigações aprofundadas em quatro países: Portugal, Hungria, Geórgia e Quirguistão, levadas a cabo por equipas de investigação locais, e dando origem a relatórios autónomos. O relatório que se apresenta é o resultado da investigação relativa a Portugal, realizada pela equipa de investigação da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra. A metodologia de investigação adotada para o presente relatório incluiu uma revisão da bibliografia, incluindo quer artigos científicos quer informação oficial e outros documentos publicados sobre o tema, bem como a análise da legislação nacional pertinente. A recolha de dados oficiais e institucionais foi realizada por meio de questionários enviados à Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP), respondidos por escrito; de entrevistas com dirigentes e técnicos da DGRSP com experiências diversificadas e de diferentes áreas geográficas; da participação de um representante da DGRSP numa reunião de peritos organizada pela Penal Reform International no âmbito do projeto; e da análise das estatísticas publicadas pela DGRSP. Para convocar igualmente a perspetiva e experiência das pessoas que cumprem penas na comunidade e das organizações não-governamentais que colaboram no processo de reinserção social, foram conduzidas entrevistas a membros de organizações da sociedade civil – quer organizações especificamente centradas na assistência a cidadãos em cumprimento de penas, quer organizações que se dedicam ao apoio a pessoas pertencentes a minorias ou em situações de vulnerabilidade , quer a uma pessoa em cumprimento de pena não privativa da liberdade assegurando sempre a recolha de consentimento informado. Foram ainda realizadas consultas no Tribunal de Execução das Penas de Lisboa, com vista a perceber como os procedimentos tiveram de ser adaptados durante a pandemia, os principais constrangimentos sentidos e as eventuais dificuldades na aplicação das medidas extraordinárias aprovadas. Foram ainda realizadas reuniões com a Provedora de Justiça e com a Inspeção-Geral dos Serviços de Justiça, com vista a indagar sobre eventuais reclamações ou queixas recebidas por estas entidades por parte de pessoas libertadas da prisão ou em cumprimento de penas alternativas durante o período da pandemia ou outras queixas relacionadas com o regime excecional de flexibilização das penas aprovado em abril de 2020.Este relatório foi elaborado com o apoio financeiro da Fundação Internacional Penal e Penitenciária (FIPP) como parte do projeto "Adressing gaps in the implementation and management of alternatives to imprisonment and post-release support during the Covid-19 global pandemic". O projeto recebeu o financiamento da FIPP em prol do objetivo da Fundação de assegurar que os sistemas de justiça penal lidam de forma equitativa e eficaz com o impacto da covid-19 sobre os indivíduos que se encontram em contextos prisionais ou não prisionais.Penal Reform International; Universidade de Coimbra2022-01info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/reporthttp://hdl.handle.net/10316/98808http://hdl.handle.net/10316/98808engRodrigues, Anabela MirandaAntunes, Maria JoãoFidalgo, SóniaPinto, Inês HortaIshiy, Karla Tayumiinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-03-07T11:49:05Zoai:estudogeral.uc.pt:10316/98808Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T21:16:32.553112Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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