A cultura prisional e a reincidência criminal: o caso do estabelecimento prisional de Viana em Angola
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2013 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.26/17157 |
Resumo: | O presente trabalho debruça-se sobre a relação existente entre o fenómeno da reincidência criminal e a cultura prisional. Constata-se que todo o recluso ao entrar para a prisão acaba estando exposto a uma nova cultura munida de valores formais – valores que dizem respeito a própria instituição – e valores informais – aqueles que são intrínsecos aos reclusos e que surgem como resposta a um leque de privações impostas pela reclusão – que assumem formas de código de conduta, contrastando fortemente com os padrões de convivência no exterior da prisão. De uma forma ou de outra, a cultura prisional acaba por interferir nos vínculos sociais convencionais, nas relações familiares, nas perspectivas de emprego, bem como tem reflexos ao nível da adaptação e da exclusão social do recluso. É assim que o trabalho pretende estudar a dinâmica da reincidência resultante do processo de adaptação em meio prisional e de readaptação à liberdade. Para isso, foram realizadas 20 entrevistas de natureza semi-estruturada e conduzidas de forma semi-directiva a reclusos do Estabelecimento Prisional de Viana, em Angola, as quais, posteriormente, foram submetidas à técnica da análise de conteúdo, tendo se obtido resultados que, de certo modo, põem em causa o papel ressocializador consignada àquela instituição penitenciária e, como consequência, o próprio paradigma de justiça criminal angolana. |
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A cultura prisional e a reincidência criminal: o caso do estabelecimento prisional de Viana em AngolaCultura prisionalAdaptação à prisãoReincidênciaModelos de justiça criminalDomínio/Área Científica::Ciências SociaisO presente trabalho debruça-se sobre a relação existente entre o fenómeno da reincidência criminal e a cultura prisional. Constata-se que todo o recluso ao entrar para a prisão acaba estando exposto a uma nova cultura munida de valores formais – valores que dizem respeito a própria instituição – e valores informais – aqueles que são intrínsecos aos reclusos e que surgem como resposta a um leque de privações impostas pela reclusão – que assumem formas de código de conduta, contrastando fortemente com os padrões de convivência no exterior da prisão. De uma forma ou de outra, a cultura prisional acaba por interferir nos vínculos sociais convencionais, nas relações familiares, nas perspectivas de emprego, bem como tem reflexos ao nível da adaptação e da exclusão social do recluso. É assim que o trabalho pretende estudar a dinâmica da reincidência resultante do processo de adaptação em meio prisional e de readaptação à liberdade. Para isso, foram realizadas 20 entrevistas de natureza semi-estruturada e conduzidas de forma semi-directiva a reclusos do Estabelecimento Prisional de Viana, em Angola, as quais, posteriormente, foram submetidas à técnica da análise de conteúdo, tendo se obtido resultados que, de certo modo, põem em causa o papel ressocializador consignada àquela instituição penitenciária e, como consequência, o próprio paradigma de justiça criminal angolana.This paper focuses on the relationship between the phenomenon of criminal recidivism and prison culture. It appears that every inmate entering the prison just for being exposed to a new culture provided with formal values - values that relate to the institution - and informal values - those that are intrinsic to inmates and that are generated as a result of their own deprivation - they assume forms of conduct code, contrasting strongly with the standards of living outside the prison. One way or another, the prison culture ends up interfering in conventional social ties, family relations, the prospects for employment, and is reflected at the level of adaptation and social exclusion of the prisoner. This is how we the work aims to study the dynamics of criminal recidivism resulting from the process of adaptation in prison and readjusting to freedom. For this, were performed 20 interviews semi-structured and conducted in form semi-directive to inmates of the Viana Prison, in Angola, which were later submitted to the technique of content analysis, having been obtained results that undermine, in a sense, the role resocializing assigned to that prison institution and, as consequence, the paradigm of criminal justice Angolan.Pais, Lúcia Maria de Sousa Gomes GouveiaRepositório ComumSantos, André Carlos Maquinguir dos2016-12-29T11:58:05Z2013-07-192013-07-19T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfapplication/pdfapplication/pdfapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.26/17157TID:201404834porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-03-29T12:28:02Zoai:comum.rcaap.pt:10400.26/17157Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T17:47:17.140903Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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