Entre a práxis burocrática e a demagogia institucional, onde fica a democracia nas escolas? A perceção dos professores e educadores portugueses

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Sousa, Carla Celeste de Magalhães Mendonça de
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.22/24526
Resumo: A democraticidade e os princípios democráticos, consagrados na lei magna do país e na lei fundamental que sustenta a educação, celebram a democracia como uma premissa incontornável na educação e na escola. Ante a encruzilhada da praxis burocrática e a demagogia institucional, emerge uma interrogação crucial: que lugar ocupa a democracia na escola? Este questionamento, permeando os meandros de nossa análise, revela-se um ponto fulcral para compreender os desafios contemporâneos enfrentados pelo ideal democrático. No limiar de meio século do Portugal democrático, difundimos por todos os 812 Agrupamentos Escolares (AE) e Escolas não Agrupadas (EnA), de Portugal Continental um Inquérito por Questionário (IQ), ao qual responderam 1822 professores e educadores. Foi utilizado o método misto, com uma análise quantitativa através de dados estatísticos, recorrendo aos programas Excel e Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) e, interpretativa (qualitativa), através da análise de conteúdo. No que respeita aos principais resultados obtidos, destacamos: um aparente alheamento dos professores face ao funcionamento e responsabilidades dos órgãos da escola, por via de respostas "sem opinião" e dispersão de respostas; a efetiva influência da burocracia na participação democrática; uma ambígua perceção da conceção da democracia; uma dose de demagogia discursiva institucional; a perversidade em que se transformou o Decreto-Lei nº 75/2008, por via da figura/órgão do diretor; e, um clima de medo e censura que parece instalarse em algumas escolas. Em termos das conclusões, podemos afirmar que, pela progressiva debilidade em que se encontra, a democracia nas escolas está efetivamente em risco, necessitando de novo fôlego, de reflexão profunda e debate político alargado.
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