Reacções adversas a medicamentos numa população de doentes de consulta externa de especialidades hospitalares
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2009 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.6/949 |
Resumo: | Introdução: Embora as RAM sejam comuns e uma importante causa de morbilidade e mortalidade em todo o mundo, tem sido difícil determinar a sua incidência. Com este trabalho pretende-se caracterizar a frequência auto-relatada de reacções adversas a medicamentos em doentes das consultas externas de um hospital, caracterizar o tipo de medicamentos implicados nessas reacções e as manifestações clínicas das reacções adversas relatadas Métodos: O trabalho consistiu num estudo retrospectivo, descritivo, envolvendo a aplicação de um inquérito (estandardizado e validado) a todos os adultos utentes da Consulta Externa dos serviços de Cirurgia, Medicina Interna, Dermatologia, Pneumologia e Obstetrícia da U.L.S. da Guarda, E.P.E., num período de 30 dias, num total de 19 dias úteis, com início a 30 de Março de 2009 e termo a 28 de Abril de 2009. Os dados resultantes do estudo foram analisados em termos de frequências absolutas e relativas e a comparação de dados qualitativos entre dois grupos foi efectuada através do Teste do Qui-quadrado Resultados: A frequência auto-referida de RAM nos doentes de ambulatório foi de 25%. As manifestações clínicas mais frequentemente relatadas foram as GI em 41% dos casos, seguidas das cutâneas referidas por 31% dos doentes que sofreram RAM. As menos frequentes foram as do foro respiratório (11%). As principais classes farmacológicas responsáveis pelas RAM foram os Antibióticos (18%), seguidos dos AINEs (11%) e dos Analgésicos e Antipiréticos (8%). A Penicilina e o Ácido Acetilsalicílico foram os fármacos mais frequentemente relatados como agentes causais das RAM (14% e 7% respectivamente). Relativamente às manifestações clínicas induzidas pela Penicilina destacaram-se as pápulas (31%), o prurido (22%) e o edema cutâneo (22%). A amostra de doentes que auto-referiam uma RAM tinha uma frequência significativamente superior de patologia alérgica concomitante, em relação aos doentes que nunca tinham tido estas reacções (59% versus 35%). Neste estudo, a grande maioria dos doentes que sofreram RAM (70%), passaram a evitar totalmente o medicamento causal a partir do evento. Não se verificaram diferenças significativas relativamente à distribuição das RAM por sexo. A mediana das idades dos doentes inquiridos foi de 58 anos (média de idades de 56,1 anos), sendo a idade mínima igual a 18 anos e a máxima igual a 99 anos Conclusões: Os resultados demostraram que as RAM auto-relatadas são bastante frequentes na população portuguesa. As principais classes farmacológicas responsáveis pelas reacções foram os Antibióticos e os AINEs. As reacções GI foram as mais frequentemente relatadas. |
id |
RCAP_bfd368ec1f095efeac90ab167bf3a7f9 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/949 |
network_acronym_str |
RCAP |
network_name_str |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
repository_id_str |
7160 |
spelling |
Reacções adversas a medicamentos numa população de doentes de consulta externa de especialidades hospitalaresMedicamentos - Reacções adversasAntibióticos - Reacções adversasAnti-inflamatórios não esteróides (AINE) - Reacções adversasIntrodução: Embora as RAM sejam comuns e uma importante causa de morbilidade e mortalidade em todo o mundo, tem sido difícil determinar a sua incidência. Com este trabalho pretende-se caracterizar a frequência auto-relatada de reacções adversas a medicamentos em doentes das consultas externas de um hospital, caracterizar o tipo de medicamentos implicados nessas reacções e as manifestações clínicas das reacções adversas relatadas Métodos: O trabalho consistiu num estudo retrospectivo, descritivo, envolvendo a aplicação de um inquérito (estandardizado e validado) a todos os adultos utentes da Consulta Externa dos serviços de Cirurgia, Medicina Interna, Dermatologia, Pneumologia e Obstetrícia da U.L.S. da Guarda, E.P.E., num período de 30 dias, num total de 19 dias úteis, com início a 30 de Março de 2009 e termo a 28 de Abril de 2009. Os dados resultantes do estudo foram analisados em termos de frequências absolutas e relativas e a comparação de dados qualitativos entre dois grupos foi efectuada através do Teste do Qui-quadrado Resultados: A frequência auto-referida de RAM nos doentes de ambulatório foi de 25%. As manifestações clínicas mais frequentemente relatadas foram as GI em 41% dos casos, seguidas das cutâneas referidas por 31% dos doentes que sofreram RAM. As menos frequentes foram as do foro respiratório (11%). As principais classes farmacológicas responsáveis pelas RAM foram os Antibióticos (18%), seguidos dos AINEs (11%) e dos Analgésicos e Antipiréticos (8%). A Penicilina e o Ácido Acetilsalicílico foram os fármacos mais frequentemente relatados como agentes causais das RAM (14% e 7% respectivamente). Relativamente às manifestações clínicas induzidas pela Penicilina destacaram-se as pápulas (31%), o prurido (22%) e o edema cutâneo (22%). A amostra de doentes que auto-referiam uma RAM tinha uma frequência significativamente superior de patologia alérgica concomitante, em relação aos doentes que nunca tinham tido estas reacções (59% versus 35%). Neste estudo, a grande maioria dos doentes que sofreram RAM (70%), passaram a evitar totalmente o medicamento causal a partir do evento. Não se verificaram diferenças significativas relativamente à distribuição das RAM por sexo. A mediana das idades dos doentes inquiridos foi de 58 anos (média de idades de 56,1 anos), sendo a idade mínima igual a 18 anos e a máxima igual a 99 anos Conclusões: Os resultados demostraram que as RAM auto-relatadas são bastante frequentes na população portuguesa. As principais classes farmacológicas responsáveis pelas reacções foram os Antibióticos e os AINEs. As reacções GI foram as mais frequentemente relatadas.Introduction: Although adverse drug reactions (ADR) are common and constitute an important cause of morbility and mortality all over the world, it has been difficult to determine its incidence and prevalence. The present work aims at characterising self-reported frequency of ADRs in hospital outpatients, characterising the type of drugs involved in those reactions as well as clinical manifestations of the reported ADRs. Methods: The present work consisted of a retrospective, descriptive study, involving the application of a standardised and validate questionnaire to all adult patients attending Outpatient Clinics of the Departments of Surgery, Internal Medicine, Dermatology, Pulmonology and Obstetrics from Guarda Local Healthcare Unit, E.P.E., during a 30 day-long period, for a total of 19 weekdays, between 30 March and 28 April 2009. Study data were analysed in terms of absolute and relative frequencies, and intergroup comparison of qualitative data was carried out using Chi-Square Test. Results: The frequency of self-reported ADRs in outpatients was 25%. Most frequently reported clinical manifestations were gastrointestinal in 41% of cases, followed by cutaneous manifestations in 31% of cases. The least frequent manifestations were respiratory (11%). The principal pharmacological classes that were responsible for ADRs were Antibiotics (18%), followed by NSAIDs (11%) and Analgesic / Antipyrexic drugs (8%). Penicillin and Acetylsalicilic acid were the drugs that were most frequently reported as associated with ADRs (14% and 7% respectively). Papules (31%), cutaneous pruritus (22%) and oedema (22%) were the most frequently reported clinical manifestations with Penicillin Patients who self-reported na ADR had a significantly higher frequency of associated allergic disease, when compared with patients who had never had an ADR (59% versus 35%). In the present study, most of patients (70%) who had had a previous ADR completely avoided the suspected drug, after the reaction. There were no statistically significant differences in the frequency of ADRs, between genders. The median age of patients was 58 years (meran age of 56.1 years), with a range between 18 and 99 years Conclusions: The results of this study showed that self-reported ADRs are quite frequent in Portuguese patients. The principal drugs responsible for the reactions were antibiotics and NSAIDs. Most frequently reported clinical manifestations were gastrointestinal.Universidade da Beira InteriorBarata, Luís Manuel TabordauBibliorumGonçalves, Ana Adelaide Pereira2013-01-21T18:30:21Z2009-062009-06-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.6/949porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-11-27T12:06:09Zoai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/949Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openairemluisa.alvim@gmail.comopendoar:71602024-11-27T12:06:09Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
dc.title.none.fl_str_mv |
Reacções adversas a medicamentos numa população de doentes de consulta externa de especialidades hospitalares |
title |
Reacções adversas a medicamentos numa população de doentes de consulta externa de especialidades hospitalares |
spellingShingle |
Reacções adversas a medicamentos numa população de doentes de consulta externa de especialidades hospitalares Gonçalves, Ana Adelaide Pereira Medicamentos - Reacções adversas Antibióticos - Reacções adversas Anti-inflamatórios não esteróides (AINE) - Reacções adversas |
title_short |
Reacções adversas a medicamentos numa população de doentes de consulta externa de especialidades hospitalares |
title_full |
Reacções adversas a medicamentos numa população de doentes de consulta externa de especialidades hospitalares |
title_fullStr |
Reacções adversas a medicamentos numa população de doentes de consulta externa de especialidades hospitalares |
title_full_unstemmed |
Reacções adversas a medicamentos numa população de doentes de consulta externa de especialidades hospitalares |
title_sort |
Reacções adversas a medicamentos numa população de doentes de consulta externa de especialidades hospitalares |
author |
Gonçalves, Ana Adelaide Pereira |
author_facet |
Gonçalves, Ana Adelaide Pereira |
author_role |
author |
dc.contributor.none.fl_str_mv |
Barata, Luís Manuel Taborda uBibliorum |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Gonçalves, Ana Adelaide Pereira |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Medicamentos - Reacções adversas Antibióticos - Reacções adversas Anti-inflamatórios não esteróides (AINE) - Reacções adversas |
topic |
Medicamentos - Reacções adversas Antibióticos - Reacções adversas Anti-inflamatórios não esteróides (AINE) - Reacções adversas |
description |
Introdução: Embora as RAM sejam comuns e uma importante causa de morbilidade e mortalidade em todo o mundo, tem sido difícil determinar a sua incidência. Com este trabalho pretende-se caracterizar a frequência auto-relatada de reacções adversas a medicamentos em doentes das consultas externas de um hospital, caracterizar o tipo de medicamentos implicados nessas reacções e as manifestações clínicas das reacções adversas relatadas Métodos: O trabalho consistiu num estudo retrospectivo, descritivo, envolvendo a aplicação de um inquérito (estandardizado e validado) a todos os adultos utentes da Consulta Externa dos serviços de Cirurgia, Medicina Interna, Dermatologia, Pneumologia e Obstetrícia da U.L.S. da Guarda, E.P.E., num período de 30 dias, num total de 19 dias úteis, com início a 30 de Março de 2009 e termo a 28 de Abril de 2009. Os dados resultantes do estudo foram analisados em termos de frequências absolutas e relativas e a comparação de dados qualitativos entre dois grupos foi efectuada através do Teste do Qui-quadrado Resultados: A frequência auto-referida de RAM nos doentes de ambulatório foi de 25%. As manifestações clínicas mais frequentemente relatadas foram as GI em 41% dos casos, seguidas das cutâneas referidas por 31% dos doentes que sofreram RAM. As menos frequentes foram as do foro respiratório (11%). As principais classes farmacológicas responsáveis pelas RAM foram os Antibióticos (18%), seguidos dos AINEs (11%) e dos Analgésicos e Antipiréticos (8%). A Penicilina e o Ácido Acetilsalicílico foram os fármacos mais frequentemente relatados como agentes causais das RAM (14% e 7% respectivamente). Relativamente às manifestações clínicas induzidas pela Penicilina destacaram-se as pápulas (31%), o prurido (22%) e o edema cutâneo (22%). A amostra de doentes que auto-referiam uma RAM tinha uma frequência significativamente superior de patologia alérgica concomitante, em relação aos doentes que nunca tinham tido estas reacções (59% versus 35%). Neste estudo, a grande maioria dos doentes que sofreram RAM (70%), passaram a evitar totalmente o medicamento causal a partir do evento. Não se verificaram diferenças significativas relativamente à distribuição das RAM por sexo. A mediana das idades dos doentes inquiridos foi de 58 anos (média de idades de 56,1 anos), sendo a idade mínima igual a 18 anos e a máxima igual a 99 anos Conclusões: Os resultados demostraram que as RAM auto-relatadas são bastante frequentes na população portuguesa. As principais classes farmacológicas responsáveis pelas reacções foram os Antibióticos e os AINEs. As reacções GI foram as mais frequentemente relatadas. |
publishDate |
2009 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2009-06 2009-06-01T00:00:00Z 2013-01-21T18:30:21Z |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/masterThesis |
format |
masterThesis |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://hdl.handle.net/10400.6/949 |
url |
http://hdl.handle.net/10400.6/949 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Universidade da Beira Interior |
publisher.none.fl_str_mv |
Universidade da Beira Interior |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação instacron:RCAAP |
instname_str |
Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação |
instacron_str |
RCAAP |
institution |
RCAAP |
reponame_str |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
collection |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação |
repository.mail.fl_str_mv |
mluisa.alvim@gmail.com |
_version_ |
1817549575018250240 |