O médium a olhar sobre si mesmo : posturas de autorreferencialidade fotográfica
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2014 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.14/22221 |
Resumo: | O discurso teórico e filosófico em torno da fotografia instaurou novas leituras e avanços na compreensão do médium fotográfico. É preciso notar, ainda assim, que estes se dão sobretudo apoiados na livre dissertação sobre as imagens produzidas, enquanto produto final. Compreender o processo de criação das imagens pode auxiliar à descoberta de novas abordagens incisivas e relevantes para um conhecimento mais profundo do médium fotográfico. As obras resultantes de posturas de autorreferencialidade fotográfica fornecem um veículo óptimo para este deslocamento do objecto do discurso, da imagem para o processo, uma vez que possuem uma forte densidade conceptual, aliada ao facto de refletirem sobre as condições do próprio médium fotográfico. A história da fotografia é o ponto de partida para a investigação e levantamento de tendências e autores onde encontramos imagens com poder de autorreferencialidade fotográfica: fotografias com a capacidade de virar o médium para uma análise sobre ele mesmo (ex. Jeff Wall – Picture for Women, 1979). Apoiado em autores como Jean-François Chevrier, Dominique Baqué e Henry Peyre, traço uma pequena história da fotografia autorreferencial refletindo, sempre que possível, sobre os processos inerentes às obras apresentadas. São levantados, em seguida, alguns discursos fotográficos correntes, com autores como Roland Barthes, Rosalind Krauss, Philippe Dubois, Jean-Marie Schaeffer e François Soulages. Evidenciam-se aqui diferentes entendimentos fotográficos que se apoiam na semiótica pierciana, vagueando entre os campos do ícone, símbolo e índice. Philippe Dubois serve igualmente como alicerce teórico para a expansão das noções de ato fotográfico, cimentando as bases para o deslocamento do objeto de estudo que pretendo operar. Apoiado nesta base teórico-histórica, desenvolvo o projeto prático after pietà. Este serve-se da figura da pietà enquanto objeto e conceito-metáfora para a realização de uma série de exercícios sobre saturação, ubiquidade, transparência, tempo e modo, explorando a relação da fotografia com o mundo e consigo mesma. A sua corporalização dá-se numa impressão, um livro e um vídeo, onde a pietá surge como uma câmara escura, para revelar a própria fotografia. |
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