O património Baul e a indústria cultural
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2017 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10071/24429 |
Resumo: | Baul é um sistema filosófico-prático de yoga com pelo menos 500 anos de história bengali que busca o estado de perfeição de união humano-divino através da prática continuada ( sahaja sadhana) assente na relação de transmissão mestres-discípulo. Atualmente, os seus praticantes concentram-se sobretudo em Bengala Ocidental, Índia e em Bangladesh, são designados Baul ou Fakir e identificados primariamente pela sua prática musical de canções baul. Em 2008, por proposta do Bangladesh, as “canções baul” foram inscritas na Lista Representativa do Património Cultural Imaterial da Humanidade pela UNESCO. Nos últimos anos, as medidas promocionais e incentivos à sua divulgação fizeram multiplicar exponencialmente os conteúdos mediáticos baul no Bangladesh e na Índia, mas também entre o público internacional, sobretudo via internet, acelerando a sua transformação e das suas canções em produtos culturais consumíveis por um público alargado. Argumentam vários baul-fakir que ao serem destacadas do restante sistema de sahaja sadhana e instrução baul, as canções são desprovidas de propósito e de sentido ou, pior, adquirem significados enganosos, particularmente nos casos em que usam linguagem dirigida a estádios de conhecimento mais avançados. Uma vez que a renúncia a raciocínios fraudulentos e argumentação enganosa constituem um alvo primário do sistema filosófico-prático baul, é inaceitável, para muitos baul-fakir, que as suas canções possam ser apropriadas ou ditas sem a orientação de mestres conhecedores. |
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