Segurança no Transporte de Crianças em Automóvel — Uma Longa Estrada a Percorrer

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Sondes, Ana Rita
Data de Publicação: 2014
Outros Autores: Levy, Leonor
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: https://doi.org/10.25754/pjp.2004.5013
Resumo: Os acidentes rodoviários representam mais de 3000 recursos aos serviços de urgência por ano, sendo a maior causa de morte e deficiência temporária e permanente de crianças e adolescentes em Portugal. A taxa de mortalidade por acidentes de viação nas crianças portuguesas é quase três vezes superior à média europeia.O uso correcto dos sistemas de retenção (SR) para transporte de crianças em automóvel pode reduzir a mortalidade dos passageiros até 71%. Os SR estão disponíveis no nosso mercado há cerca de 10 anos, sendo o seu uso obrigatório por lei até aos três anos e recomendado até aos 12 anos ou 150 cm de altura. Objectivos: 1) averiguar os conhecimentos dos pais, dos médicos de família e pediatras acerca da regulamentação do transporte de crianças em automóvel; 2) determinar o seu cumprimento; 3) determinar se este é um assunto abordado nas consultas médicas de rotina. Metodologia: Estudo transversal exploratório realizado através de 2 questionários anónimos de auto-preenchimento aplicado durante 2 meses, um deles aos pais de crianças com idade inferior a 12 anos seguidas no Centro de Saúde de Odivelas e no Consultório de um Pediatra e o outro aos médicos respectivos. Analisaram-se os dados segundo três grupos etários (grupo 1: dos O aos 17 meses; grupo 2: dos 18 aos 36 meses e grupo 3: dos 3 aos 12 anos) e a escolaridade dos pais. O estudo estatístico foi efectuado através do SPSS 11.5 para Windows. Resultados: Foram analisados 429 questionários aplicados aos pais e 33 aos médicos. Dos pais, 98% sabem da existência de uma lei que regulamenta o transporte de crianças em automóvel, no entanto 11 % afirma não ter SR adequado à idade do seu filho; 64% dos transportes relatados foram feitos de forma correcta: no grupo 1 (n=238) 57.4%; no grupo 2 (n=58) 88%; no grupo 3 (n=128) 62%.Os erros mais frequentes foram: grupo 1, o transporte de crianças de frente para o sentido da marcha (66) e o transporte de crianças ao colo (28); grupo 2, o transporte de crianças sem SR (6) e o transporte de crianças em SR não presos com cinto (6); grupo 3, o transporte de crianças sem SR (47). Existiu correlação entre o transporte correcto das crianças e o nível de escolaridade dos pais. Dos médicos, 97% afirmaram ter conhecimento da existência de uma lei que regulamenta o transporte de crianças em automóvel e 66% afirmou que conhece o conteúdo da lei. No entanto só 33% aborda com regularidade este tema nas consultas de rotina. Os motivos principais apontados para o assunto não ser abordado foram: o esquecimento (51.6%), a falta de tempo (39.4%) e o não o considerarem parte do seu âmbito de acção (33.3%).Alertamos para a necessidade de encarar este grave problema de saúde pública no nosso país, de forma multidisciplinar e integrada, incluindo as três vertentes da prevenção: education, engineering and enforcement.
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