Os revestimentos do Centro Histórico de Coimbra: A caraterização de argamassas de revestimento de paredes

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Lopes dos Santos, A. R.
Data de Publicação: 2014
Outros Autores: Tavares, M., Providência, P., Santos Silva, A., Veiga, M. R., Gil, F., Catarino, L.
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://repositorio.lnec.pt:8080/jspui/handle/123456789/1006948
Resumo: Coimbra é uma cidade milenar, de elevado valor histórico e arquitetónico, hoje classificada como Património Mundial pela UNESCO (Alta de Coimbra e Universidade). Nas zonas históricas de Coimbra, encontram-se ainda, edifícios medievais em bom estado de conservação. No entanto, os revestimentos e acabamentos históricos, que perduraram ao longo dos séculos, têm vindo recentemente a ser substituídos, perdendo-se assim testemunhos únicos dos materiais e técnicas tradicionais de construção. No âmbito do Projeto “Os revestimentos e os acabamentos nos centros históricos entre tradição e modernidade - bases para um plano de ação e de salvaguarda do Centro Histórico de Coimbra (CHC) – PTDC/AUR-URB/113635/2009”, que tem como objetivo geral a análise dos revestimentos, das superfícies arquitetónicas, das suas cores, texturas e outros elementos que marcam a imagem urbana do Centro Histórico de Coimbra, foi realizada uma caracterização e avaliação do estado de conservação de amostras de argamassas de revestimentos de alguns edifícios do CHC. Na presente comunicação apresenta-se o estudo realizado no Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) sobre os revestimentos de um número limitado de edifícios históricos, que foram considerados representativos dos principais tipos de revestimentos do CHC. Descreve-se sucintamente a metodologia utlizada para a análise da constituição e composição dos revestimentos e para a avaliação do seu estado de conservação; são ainda descritas as amostras selecionadas e os ensaios realizados, e apresentam-se e interpretam-se os resultados dos ensaios efetuados e extraem-se conclusões. Os resultados da caraterização da composição dos revestimentos mais antigos mostraram que o ligante usado é de cal aérea, predominantemente de origem dolomítica. Constatou-se que as argamassas, cuja estratigrafia indica serem mais recentes, são à base de cal aérea calcítica. Em termos do tipo de areia empregue verificou-se ser sempre de natureza siliciosa, embora com variações em termos de mineralogia e granulometria de amostra para amostra. Nas amostras de argamassa mais antigas foram detetados vários produtos de neoformação (nomeadamente resultantes da ação da água e de reações da cal com agregados alterados) e ausência de produtos de degradação, apresentando estas resistências mecânicas e coeficientes de capilaridade compatíveis com argamassas antigas de cal em bom estado de conservação, o que fundamenta a recomendação de se optar pela sua preservação e manutenção. Este conhecimento, além da sua importância como registo histórico, deverá fundamentar o plano de conservação dos revestimentos.
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