Análise pragmática da linguagem de pessoas com esquizofrenia
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2007 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10773/4875 |
Resumo: | Os estados psicopatológicos são frequentemente acompanhados de perturbações linguísticas. A Esquizofrenia não é diferente neste aspecto, sendo que as perturbações da linguagem parecem revestir-se de particular importância, quer pelas suas características idiossincráticas, quer pelo seu significado clínico, podendo contribuir de forma única e significativa para a identificação, caracterização e compreensão desta entidade (Covington et al., 2005; Kuperberg & Caplan, 2003; Walder et al., 2006). Os objectivos do presente trabalho foram os seguintes: descrever as alterações de linguagem presentes na Esquizofrenia, incidindo particularmente na componente pragmática, e relacionar estas alterações com o funcionamento psicossocial. A amostra foi constituída por 15 participantes com Esquizofrenia. Todos foram sujeitos a um período de observação, a partir do qual se procedeu ao preenchimento do instrumento Protocolo de Pragmática de Prutting e Kirshner (1987). Recorreu-se ainda ao programa informático Transcriber para transcrever, segmentar e etiquetar o discurso oral, de forma a exemplificar alguns parâmetros do Protocolo. Para a avaliação do funcionamento psicossocial dos participantes com Esquizofrenia foi utilizada a Global Assessment of Functioning. Os dados foram tratados recorrendo-se a estatísticas descritivas e a análises de correlação de tipo Spearman. Encontrou-se uma frequência elevada de comportamentos inapropriados em toda a componente pragmática, com maior comprometimento dos aspectos verbais e não-verbais. Foram precisamente estes aspectos que se revelaram fortemente correlacionados com o funcionamento psicossocial. Estes resultados apontam para a presença de alterações no uso da linguagem, que parecem assumir contornos marcantes na vida das pessoas com Esquizofrenia, devendo, por conseguinte, ser tidos em consideração na delineação de programas de reabilitação psiquiátrica. |
id |
RCAP_c0350efa773deaeaac0aac027bbb6bb7 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:ria.ua.pt:10773/4875 |
network_acronym_str |
RCAP |
network_name_str |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
repository_id_str |
7160 |
spelling |
Análise pragmática da linguagem de pessoas com esquizofreniaCiências da falaNeurolinguísticaPsicopatologiaLinguística aplicadaLinguística computacionalOs estados psicopatológicos são frequentemente acompanhados de perturbações linguísticas. A Esquizofrenia não é diferente neste aspecto, sendo que as perturbações da linguagem parecem revestir-se de particular importância, quer pelas suas características idiossincráticas, quer pelo seu significado clínico, podendo contribuir de forma única e significativa para a identificação, caracterização e compreensão desta entidade (Covington et al., 2005; Kuperberg & Caplan, 2003; Walder et al., 2006). Os objectivos do presente trabalho foram os seguintes: descrever as alterações de linguagem presentes na Esquizofrenia, incidindo particularmente na componente pragmática, e relacionar estas alterações com o funcionamento psicossocial. A amostra foi constituída por 15 participantes com Esquizofrenia. Todos foram sujeitos a um período de observação, a partir do qual se procedeu ao preenchimento do instrumento Protocolo de Pragmática de Prutting e Kirshner (1987). Recorreu-se ainda ao programa informático Transcriber para transcrever, segmentar e etiquetar o discurso oral, de forma a exemplificar alguns parâmetros do Protocolo. Para a avaliação do funcionamento psicossocial dos participantes com Esquizofrenia foi utilizada a Global Assessment of Functioning. Os dados foram tratados recorrendo-se a estatísticas descritivas e a análises de correlação de tipo Spearman. Encontrou-se uma frequência elevada de comportamentos inapropriados em toda a componente pragmática, com maior comprometimento dos aspectos verbais e não-verbais. Foram precisamente estes aspectos que se revelaram fortemente correlacionados com o funcionamento psicossocial. Estes resultados apontam para a presença de alterações no uso da linguagem, que parecem assumir contornos marcantes na vida das pessoas com Esquizofrenia, devendo, por conseguinte, ser tidos em consideração na delineação de programas de reabilitação psiquiátrica.Psychopathological states are often accompanied by linguistic disorders. Schizophrenia is not different in this aspect, since language disorders seem to assume particular significance, not only for their idiosyncratic characteristics, but also due to their clinical meaning, being able to contribute in a unique and significant way to the identification, characterization and understanding of this nosological entity (Covington et al., 2005; Kuperberg & Caplan, 2003; Walder et al., 2006) The purpose of this study was to describe pragmatic disorders in schizophrenia, and to examine their association with psychosocial functioning. The Sample consisted of 15 individuals diagnosed with Schizophrenia. All subjects were assessed with the Pragmatics Protocol (Prutting & Kirshner, 1987), after a period of observation of their interactions. We also used Transcriber, in order to transcribe segments of their oral speech. Psychosocial functioning was assessed using the Global Assessment of Functioning. Data was analyzed using descriptive statistics and Spearman’s correlations. We found a high frequency of inappropriate behaviours in the pragmatic use of language, especially in the verbal and non-verbal aspects. It was precisely these aspects that were significant and strongly related to psychosocial functioning. This results show that the presence of disorders in the use of the language can challenge the life of persons with Schizophrenia. So, they must be addressed in psychiatric rehabilitation.Universidade de Aveiro2011-12-27T15:25:58Z2007-01-01T00:00:00Z2007info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10773/4875porRocha, Joana Antonieta Barbosa Ferreira dainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-02-22T11:06:00Zoai:ria.ua.pt:10773/4875Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T02:42:43.425145Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
dc.title.none.fl_str_mv |
Análise pragmática da linguagem de pessoas com esquizofrenia |
title |
Análise pragmática da linguagem de pessoas com esquizofrenia |
spellingShingle |
Análise pragmática da linguagem de pessoas com esquizofrenia Rocha, Joana Antonieta Barbosa Ferreira da Ciências da fala Neurolinguística Psicopatologia Linguística aplicada Linguística computacional |
title_short |
Análise pragmática da linguagem de pessoas com esquizofrenia |
title_full |
Análise pragmática da linguagem de pessoas com esquizofrenia |
title_fullStr |
Análise pragmática da linguagem de pessoas com esquizofrenia |
title_full_unstemmed |
Análise pragmática da linguagem de pessoas com esquizofrenia |
title_sort |
Análise pragmática da linguagem de pessoas com esquizofrenia |
author |
Rocha, Joana Antonieta Barbosa Ferreira da |
author_facet |
Rocha, Joana Antonieta Barbosa Ferreira da |
author_role |
author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Rocha, Joana Antonieta Barbosa Ferreira da |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Ciências da fala Neurolinguística Psicopatologia Linguística aplicada Linguística computacional |
topic |
Ciências da fala Neurolinguística Psicopatologia Linguística aplicada Linguística computacional |
description |
Os estados psicopatológicos são frequentemente acompanhados de perturbações linguísticas. A Esquizofrenia não é diferente neste aspecto, sendo que as perturbações da linguagem parecem revestir-se de particular importância, quer pelas suas características idiossincráticas, quer pelo seu significado clínico, podendo contribuir de forma única e significativa para a identificação, caracterização e compreensão desta entidade (Covington et al., 2005; Kuperberg & Caplan, 2003; Walder et al., 2006). Os objectivos do presente trabalho foram os seguintes: descrever as alterações de linguagem presentes na Esquizofrenia, incidindo particularmente na componente pragmática, e relacionar estas alterações com o funcionamento psicossocial. A amostra foi constituída por 15 participantes com Esquizofrenia. Todos foram sujeitos a um período de observação, a partir do qual se procedeu ao preenchimento do instrumento Protocolo de Pragmática de Prutting e Kirshner (1987). Recorreu-se ainda ao programa informático Transcriber para transcrever, segmentar e etiquetar o discurso oral, de forma a exemplificar alguns parâmetros do Protocolo. Para a avaliação do funcionamento psicossocial dos participantes com Esquizofrenia foi utilizada a Global Assessment of Functioning. Os dados foram tratados recorrendo-se a estatísticas descritivas e a análises de correlação de tipo Spearman. Encontrou-se uma frequência elevada de comportamentos inapropriados em toda a componente pragmática, com maior comprometimento dos aspectos verbais e não-verbais. Foram precisamente estes aspectos que se revelaram fortemente correlacionados com o funcionamento psicossocial. Estes resultados apontam para a presença de alterações no uso da linguagem, que parecem assumir contornos marcantes na vida das pessoas com Esquizofrenia, devendo, por conseguinte, ser tidos em consideração na delineação de programas de reabilitação psiquiátrica. |
publishDate |
2007 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2007-01-01T00:00:00Z 2007 2011-12-27T15:25:58Z |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/masterThesis |
format |
masterThesis |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://hdl.handle.net/10773/4875 |
url |
http://hdl.handle.net/10773/4875 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Universidade de Aveiro |
publisher.none.fl_str_mv |
Universidade de Aveiro |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação instacron:RCAAP |
instname_str |
Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação |
instacron_str |
RCAAP |
institution |
RCAAP |
reponame_str |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
collection |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação |
repository.mail.fl_str_mv |
|
_version_ |
1799137475374874624 |