Fechados no silêncio: os sem abrigo
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2006 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.2/619 |
Resumo: | Dissertação de Mestrado em Relações Interculturais apresentada à Universidade Aberta |
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Fechados no silêncio: os sem abrigoExclusão socialMarginalidadePobrezaSem-abrigoEntrevistasPortoDissertação de Mestrado em Relações Interculturais apresentada à Universidade AbertaO fenómeno dos sem-abrigo, tal como se apresenta hoje na sociedade portuguesa, pode ser considerado muito recente. As características da população que pede nas ruas ou que nas mesmas pernoita, alteraram-se na última década. Com frequência nos cruzamos com pessoas dos dois sexos, de diferentes idades e etnias, estrangeiros que mal sabem falar português e que recorrem à mendicidade ou ao desenvolvimento de pequenas tarefas (arrumar carros ou lavar os vidros pára-brisas) para angariar uma pequena verba pecuniária. A visibilidade deste problema social contribuiu para que se olhasse para o mesmo, de uma nova forma, procurando-se a sua compreensão no desenvolvimento sócio-económico da sociedade, na incapacidade de se gerarem mecanismos preventivos da situação de sem-abrigo. Ou seja, a responsabilidade individual, por doença ou ociosidade, normalmente atribuída a quem pedia uma esmola, foi diluída numa compreensão mais alargada do problema, dando-se ênfase a factores estruturais, como o desemprego, as baixas pensões e reformas, os baixos salários, as rupturas relacionais e simbólicas. Pretendemos com este estudo, de carácter qualitativo e intensivo, dar voz a quem sobrevive em condições tão pouco dignas, para quem o exercício de cidadania, a assunção de direitos sociais, políticos e civis, se encontra arredado do seu quotidiano. Procurámos que os sem-abrigo expusessem a forma como percepcionam o real, real este tradutor das suas vivências, das suas crenças, das suas aspirações. Realizámos entrevistas a indivíduos sem-abrigo que se encontravam em espaços públicos, abordámo-los directamente em jardins, praças e ruas da cidade do PortoLe fait social des sans-abri, tel qu´il se présente aujourd´hui dans la société portugaise, peut être considéré un phénomène très récent. Les caractéristiques de la population qui mendie ou qui dort dans les rues ont changé pendent la dernière décennie. Nous croisons fréquemment des gens de l’un ou l’autre sexe, d´âges et d´ethnies différents, des étrangers qui savent à peine parler portugais et qui recourent à la mendicité ou à la réalisation de petites tâches (trouver une place de stationnement pour les voitures ou laver les pare-brise) afin de gagner un peu d´argent. La visibilité de ce problème social a contribué à ce qu´on l´envisage sous un angle nouveau et à ce qu´on le conçoive dans le cadre du développement socio-économique de la société, de l´incapacité à gérer des mécanismes de prévention de la situation des sans-abri. En d´autres termes, la responsabilité individuelle qu´on attribuait jusqu´alors aux mendiants (pour cause de maladie ou d´oisiveté) s´est diluée dans un problème qu´on envisage désormais dans un cadre de compréhension plus large, mettant l´accent sur des facteurs structurels comme le chômage, les basses pensions et salaires, les ruptures relationnelles et symboliques. Cette étude, à caractère qualitatif et intensif, vise à donner voix à ceux qui survivent dans des conditions si peu dignes et pour qui l´exercice de la citoyenneté, l´assomption des droits sociaux, politiques et civils, est écarté de leur quotidien. Nous exposons comment les sans-abris perçoivent la réalité; réalité qui traduit leur mode de vie, leurs croyances et leurs aspirations. Nous avons interview des sans-abri dans des espaces publics, parcs, places et rues de la ville de PortoThe homeless phenomenon, as it is presented in today’s Portuguese society, can be considered fairly recent. The characteristics of the population that begs or sleeps in the streets have been modified in the last decade. We frequently come across people from both sexes, of different ages and ethnicities, foreigners that barely speak Portuguese and that resort to mendicity or to small tasks (assisting to park cars or wash windshields) to collect a small pecuniary amount. The visibility of this social problem contributed to a change in approach, one that seeks its understanding in the socio-economic development of society and in the incapacity of creating mechanisms that prevent the homeless situation. In other words, the individual responsibility, due to disease or idleness, usually attributed to those who beg, has been diluted in a broader understanding of the homeless problem, emphasizing structural factors, such as unemployment, low pensions and retirement funds, low salaries, and symbolic and relational ruptures. With this study of qualitative and intensive nature we aim to give a voice to those surviving in such undignified conditions, from whom the practice of citizenship, the assumption of social, political and civil rights, is removed in their daily life. Our objective was to let the homeless express their perception of reality, a reality translating their way of life, their beliefs, their aspirations. We interviewed homeless individuals that were present in public spaces, approaching them directly in gardens, squares, and streets of PortoSilva, Luísa Ferreira daRepositório AbertoFernandes, Maria Manuela Dias2009-01-26T16:27:56Z200620062006-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesis1587565 bytesapplication/pdfapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.2/619porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-11-16T15:13:16Zoai:repositorioaberto.uab.pt:10400.2/619Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T22:42:59.843878Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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