Novos avanços no desenvolvimento de terapias não dietéticas para a doença celíaca

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Ribeiro, Elisabete Maria Silva Ferreira
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.6/8526
Resumo: A doença celíaca classifica-se como uma doença auto-imune, caracterizada por uma enteropatia que ocorre após contato com o glúten, em indivíduos geneticamente suscetíveis. A presença dos haplótipos HLA-DQ 2/8 está associada a uma maior predisposição para esta doença. Nestes indivíduos, o contato com o glúten desencadeia um processo inflamatório vigoroso ao nível da mucosa intestinal, resultando na atrofia das vilosidades intestinais, e consequentemente numa diminuição da capacidade de absorção de nutrientes. Esta doença surge em qualquer idade, género ou etnia, podendo apresentar-se sob diversas formas. Os sintomas mais comuns incluem o défice nutritivo, diarreia, dor abdominal, atraso no desenvolvimento e fadiga, destacando-se a forte associação que existe entre esta doença e outros distúrbios auto-imunes. Para além disso, os doentes com doença celíaca apresentam um maior risco de desenvolver linfoma não-Hodgkin e outros tipos de cancro do trato gastrointestinal. A prevalência da doença celíaca tem aumentado desde a última metade do século XX, sendo actualmente cerca de 1% na maioria das populações ocidentais. No entanto, em Portugal, esta é, ainda, uma doença sub-diagnosticada. O diagnóstico da doença envolve a realização de testes serológicos para avaliação de anticorpos específicos, e, desta forma, os doentes são ou não sujeitos à realização de biopsia intestinal, que apresentará achados característicos. Até à data, nenhum tratamento farmacológico está disponível para pacientes com intolerância ao glúten. Desta forma, a única abordagem eficaz é uma dieta específica, sem glúten, ao longo da vida. Esta dieta isenta de glúten resulta, por vezes, numa elevada carga emocional e social para o doente, estando, de facto, associada a um maior risco de desenvolvimento de perturbações do humor. Neste sentido, é urgente o desenvolvimento de novas abordagens terapêuticas para esta doença. As novas estratégias terapêuticas baseiam-se na fisiopatologia da doença, incluindo desde modificações quimio-enzimáticas do glúten, até mecanismos de supressão da resposta imunitária. O presente trabalho pretende rever e analisar criticamente a doença, desde a sua epidemiologia, fisiopatologia e formas de apresentação, até métodos de diagnóstico e os avanços mais recentes no que respeita ao desenvolvimento de potenciais alternativas à dieta isenta de glúten.
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Os sintomas mais comuns incluem o défice nutritivo, diarreia, dor abdominal, atraso no desenvolvimento e fadiga, destacando-se a forte associação que existe entre esta doença e outros distúrbios auto-imunes. Para além disso, os doentes com doença celíaca apresentam um maior risco de desenvolver linfoma não-Hodgkin e outros tipos de cancro do trato gastrointestinal. A prevalência da doença celíaca tem aumentado desde a última metade do século XX, sendo actualmente cerca de 1% na maioria das populações ocidentais. No entanto, em Portugal, esta é, ainda, uma doença sub-diagnosticada. O diagnóstico da doença envolve a realização de testes serológicos para avaliação de anticorpos específicos, e, desta forma, os doentes são ou não sujeitos à realização de biopsia intestinal, que apresentará achados característicos. Até à data, nenhum tratamento farmacológico está disponível para pacientes com intolerância ao glúten. Desta forma, a única abordagem eficaz é uma dieta específica, sem glúten, ao longo da vida. Esta dieta isenta de glúten resulta, por vezes, numa elevada carga emocional e social para o doente, estando, de facto, associada a um maior risco de desenvolvimento de perturbações do humor. Neste sentido, é urgente o desenvolvimento de novas abordagens terapêuticas para esta doença. As novas estratégias terapêuticas baseiam-se na fisiopatologia da doença, incluindo desde modificações quimio-enzimáticas do glúten, até mecanismos de supressão da resposta imunitária. O presente trabalho pretende rever e analisar criticamente a doença, desde a sua epidemiologia, fisiopatologia e formas de apresentação, até métodos de diagnóstico e os avanços mais recentes no que respeita ao desenvolvimento de potenciais alternativas à dieta isenta de glúten.Celiac disease is an autoimmune disease characterized by an enteropahty that occurs after ingestion of gluten, in genetically susceptible individuals. The presence of HLA-DQ 2/8 haplotypes is associated with a greater susceptibility to this disease. In these individuals, the ingestion of gluten triggers a vigorous inflammatory response in the intestinal mucosa, result-ing in the atrophy of intestinal villi, and consequently a decrease in nutrient absorption ca-pacity. This disease arises in any age, gender or ethnicity, and can occur in different ways. The most common symptoms include nutritional deficit, diarrhea, abdominal pain, develop-mental delay and fatigue, highlighting the strong association between this disease and other autoimmune disorders. In addition, patients with celiac disease have higher risk of developing non-Hodgkin’s lymphoma and other types of cancer of gastrointestinal tract. The prevalence of celiac disease has increased since the last half of the 20th century and is now about 1% in most western populations. However, in Portugal, this is still an underdiagnosed disease. Diagnosis of the disease involves serological tests for the evaluation of specific antibodies and, therefore, patients are or are not indicated for intestinal biopsy, which have characteristic findings. Until this date, no pharmacological treatment is available for patients with gluten in-tolerance. In fact, the only effective approach is a specific, gluten-free, lifelong diet. This gluten-free diet results in a high emotional and social burden for the patient and is associated with an increased risk of depressive disorders. Thus, the process of adherence to this diet becomes a demanding process, that justifies the need for further investigations in order to develop new therapeutic approaches for this disease. New therapeutic strategies are based on the pathophysiology of the disease, ranging from chemo-enzymatic modifications of gluten to mechanisms of suppression of the immune response. This review intends to critically analyse the disease, from its epidemiology, pathophyisiology and forms of presentation, to diagnostic methods and the latest advances in the development of potential alternatives to the gluten-free diet.Pereira, Eduardo João AbrantesuBibliorumRibeiro, Elisabete Maria Silva Ferreira2020-01-20T17:15:55Z2018-06-112018-04-272018-06-11T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.6/8526TID:202362310porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-12-15T09:48:33Zoai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/8526Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T00:48:50.791241Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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