Síndrome de horner em um felino: Relato de caso

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Guimarães, T.
Data de Publicação: 2018
Outros Autores: Cardoso, K., Laranjo, M., Alexandre, N.
Tipo de documento: Artigo de conferência
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10174/25339
Resumo: A Síndrome de Horner é uma alteração que decorre de uma interrupção na inervação simpática para o globo ocular, esta alteração não é necessariamente uma doença, mas uma manifestação que pode ser secundária a outras enfermidades1,2,3. É uma disfunção neurológica que pode expressar diversos sinais clínicos3. Esta síndrome pode ser classificada como de primeira ordem, segunda ordem ou terceira ordem, variando com a localização anatómica da lesão. Objetiva-se relatar um caso de um felino manifestando Síndrome de Horner de terceira ordem.Uma fêmea felina, europeu comum, esterilizada, 7 anos de idade, com vacinas e desparasitação atualizadas. Com estímulo iatrogénico de quatro dias, o olho esquerdo apresentava exposição da membrana da 3ª pálpebra sobre a superfície ocular. No exame oftalmológico observou-se no olho esquerdo uma discreta diminuição do tónus da pálpebra inferior, exposição da terceira pálpebra, e enoftalmia (figura 1). O teste de resposta à ameaça, movimento, ofuscamento e reflexo pupilar directo à luz apresentavam-se positivos em ambos os olhos. A tonometria de aplanação, foi realizada com uma gota previa de colírio anestésico (proximetacaína 0,5%), obtendo-se valores de 16 mmHg para o olho direito e 18 mmHg para o olho esquerdo. Nos testes com colírio de fluoresceína e rosa bengala, não foram observados qualquer ponto de penetração dos corantes na superfície corneana, O teste com colírio de fenilefrina na concentração de 10%, foi realizado instilando uma gota no olho acometido. Após 12 minutos da aplicação do colírio, observou-se melhora dos sinais clínicos.No exame otológico observou-se otite abrangendo o conduto externo e médio. Foi solicitado exames de imagem, hematológica, bioquímicas, hormonais, citológica, cultura e antibiograma. Devido aos sinais clínicos e aos resultados dos exames realizados, diagnosticou-se da uma Síndrome de Horner de terceira ordem.Foi prescrito como forma de amenizar os sinais clínicos, o colírio de fenilefrina a 10% na frequência de uma a duas vezes ao dia, conforme a observação do proprietário relativa à exposição da terceira pálpebra. Para o tratamento da otite foi prescrito por via otológica um ceruminolítico e uma pomada com associação de antibiótico, antifúngico e corticosteroide, ambas na frequência de duas vezes ao dia. Por via oral foi prescrito um antibiótico e um protetor gástrico, durante 10 dias e anti-inflamatório não esteroide, durante 5 dias.A terapia antimicrobiana foi empregue seguindo a sensibilidade do agente isolado, nos demais exames não foram observadas alterações significativas. A primeira reavaliação foi realizada sete dias após o início da terapêutica, observando-se melhoria dos sinais clínicos oculares, suspendendo o uso do colírio e mantendo as demais medicações. A segunda reavaliação foi realizada 15 dias após a terapêutica inicial, observando resolução da enfermidade otológica e cessão das manifestações clínicas, suspendendo as medicações e recebendo alta medica.A síndrome de Horner é uma condição clínica relativamente frequente, associada a várias afecções. O prognóstico está relacionado com a identificação da causa primaria e com administração o tratamento adequado, sendo em alguns casos uma enfermidade autolimitante.
id RCAP_c11835ca3aa2bf7cfdf71f12abb8a77d
oai_identifier_str oai:dspace.uevora.pt:10174/25339
network_acronym_str RCAP
network_name_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository_id_str 7160
spelling Síndrome de horner em um felino: Relato de casoSíndrome de HornerGatocasoA Síndrome de Horner é uma alteração que decorre de uma interrupção na inervação simpática para o globo ocular, esta alteração não é necessariamente uma doença, mas uma manifestação que pode ser secundária a outras enfermidades1,2,3. É uma disfunção neurológica que pode expressar diversos sinais clínicos3. Esta síndrome pode ser classificada como de primeira ordem, segunda ordem ou terceira ordem, variando com a localização anatómica da lesão. Objetiva-se relatar um caso de um felino manifestando Síndrome de Horner de terceira ordem.Uma fêmea felina, europeu comum, esterilizada, 7 anos de idade, com vacinas e desparasitação atualizadas. Com estímulo iatrogénico de quatro dias, o olho esquerdo apresentava exposição da membrana da 3ª pálpebra sobre a superfície ocular. No exame oftalmológico observou-se no olho esquerdo uma discreta diminuição do tónus da pálpebra inferior, exposição da terceira pálpebra, e enoftalmia (figura 1). O teste de resposta à ameaça, movimento, ofuscamento e reflexo pupilar directo à luz apresentavam-se positivos em ambos os olhos. A tonometria de aplanação, foi realizada com uma gota previa de colírio anestésico (proximetacaína 0,5%), obtendo-se valores de 16 mmHg para o olho direito e 18 mmHg para o olho esquerdo. Nos testes com colírio de fluoresceína e rosa bengala, não foram observados qualquer ponto de penetração dos corantes na superfície corneana, O teste com colírio de fenilefrina na concentração de 10%, foi realizado instilando uma gota no olho acometido. Após 12 minutos da aplicação do colírio, observou-se melhora dos sinais clínicos.No exame otológico observou-se otite abrangendo o conduto externo e médio. Foi solicitado exames de imagem, hematológica, bioquímicas, hormonais, citológica, cultura e antibiograma. Devido aos sinais clínicos e aos resultados dos exames realizados, diagnosticou-se da uma Síndrome de Horner de terceira ordem.Foi prescrito como forma de amenizar os sinais clínicos, o colírio de fenilefrina a 10% na frequência de uma a duas vezes ao dia, conforme a observação do proprietário relativa à exposição da terceira pálpebra. Para o tratamento da otite foi prescrito por via otológica um ceruminolítico e uma pomada com associação de antibiótico, antifúngico e corticosteroide, ambas na frequência de duas vezes ao dia. Por via oral foi prescrito um antibiótico e um protetor gástrico, durante 10 dias e anti-inflamatório não esteroide, durante 5 dias.A terapia antimicrobiana foi empregue seguindo a sensibilidade do agente isolado, nos demais exames não foram observadas alterações significativas. A primeira reavaliação foi realizada sete dias após o início da terapêutica, observando-se melhoria dos sinais clínicos oculares, suspendendo o uso do colírio e mantendo as demais medicações. A segunda reavaliação foi realizada 15 dias após a terapêutica inicial, observando resolução da enfermidade otológica e cessão das manifestações clínicas, suspendendo as medicações e recebendo alta medica.A síndrome de Horner é uma condição clínica relativamente frequente, associada a várias afecções. O prognóstico está relacionado com a identificação da causa primaria e com administração o tratamento adequado, sendo em alguns casos uma enfermidade autolimitante.XIV congresso do hospital veterinário Montenegro.2019-03-01T12:14:30Z2019-03-012018-02-24T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/conferenceObjecthttp://hdl.handle.net/10174/25339http://hdl.handle.net/10174/25339porT. Guimarães, K. Cardoso, M. Laranjo, N. Alexandre. SÍNDROME DE HORNER EM UM FELINO: RELATO DE CASO. XIV congresso do hospital veterinário Montenegro, 24 e 25 de Fevereiro de 2018, Santa Maria da Feira, Portugal.Santa Maria da Feira, Portugal1Posternaonaosimndndndnmla@uevora.pt376Guimarães, T.Cardoso, K.Laranjo, M.Alexandre, N.info:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-01-03T19:19:03Zoai:dspace.uevora.pt:10174/25339Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T01:15:48.492987Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
dc.title.none.fl_str_mv Síndrome de horner em um felino: Relato de caso
title Síndrome de horner em um felino: Relato de caso
spellingShingle Síndrome de horner em um felino: Relato de caso
Guimarães, T.
Síndrome de Horner
Gato
caso
title_short Síndrome de horner em um felino: Relato de caso
title_full Síndrome de horner em um felino: Relato de caso
title_fullStr Síndrome de horner em um felino: Relato de caso
title_full_unstemmed Síndrome de horner em um felino: Relato de caso
title_sort Síndrome de horner em um felino: Relato de caso
author Guimarães, T.
author_facet Guimarães, T.
Cardoso, K.
Laranjo, M.
Alexandre, N.
author_role author
author2 Cardoso, K.
Laranjo, M.
Alexandre, N.
author2_role author
author
author
dc.contributor.author.fl_str_mv Guimarães, T.
Cardoso, K.
Laranjo, M.
Alexandre, N.
dc.subject.por.fl_str_mv Síndrome de Horner
Gato
caso
topic Síndrome de Horner
Gato
caso
description A Síndrome de Horner é uma alteração que decorre de uma interrupção na inervação simpática para o globo ocular, esta alteração não é necessariamente uma doença, mas uma manifestação que pode ser secundária a outras enfermidades1,2,3. É uma disfunção neurológica que pode expressar diversos sinais clínicos3. Esta síndrome pode ser classificada como de primeira ordem, segunda ordem ou terceira ordem, variando com a localização anatómica da lesão. Objetiva-se relatar um caso de um felino manifestando Síndrome de Horner de terceira ordem.Uma fêmea felina, europeu comum, esterilizada, 7 anos de idade, com vacinas e desparasitação atualizadas. Com estímulo iatrogénico de quatro dias, o olho esquerdo apresentava exposição da membrana da 3ª pálpebra sobre a superfície ocular. No exame oftalmológico observou-se no olho esquerdo uma discreta diminuição do tónus da pálpebra inferior, exposição da terceira pálpebra, e enoftalmia (figura 1). O teste de resposta à ameaça, movimento, ofuscamento e reflexo pupilar directo à luz apresentavam-se positivos em ambos os olhos. A tonometria de aplanação, foi realizada com uma gota previa de colírio anestésico (proximetacaína 0,5%), obtendo-se valores de 16 mmHg para o olho direito e 18 mmHg para o olho esquerdo. Nos testes com colírio de fluoresceína e rosa bengala, não foram observados qualquer ponto de penetração dos corantes na superfície corneana, O teste com colírio de fenilefrina na concentração de 10%, foi realizado instilando uma gota no olho acometido. Após 12 minutos da aplicação do colírio, observou-se melhora dos sinais clínicos.No exame otológico observou-se otite abrangendo o conduto externo e médio. Foi solicitado exames de imagem, hematológica, bioquímicas, hormonais, citológica, cultura e antibiograma. Devido aos sinais clínicos e aos resultados dos exames realizados, diagnosticou-se da uma Síndrome de Horner de terceira ordem.Foi prescrito como forma de amenizar os sinais clínicos, o colírio de fenilefrina a 10% na frequência de uma a duas vezes ao dia, conforme a observação do proprietário relativa à exposição da terceira pálpebra. Para o tratamento da otite foi prescrito por via otológica um ceruminolítico e uma pomada com associação de antibiótico, antifúngico e corticosteroide, ambas na frequência de duas vezes ao dia. Por via oral foi prescrito um antibiótico e um protetor gástrico, durante 10 dias e anti-inflamatório não esteroide, durante 5 dias.A terapia antimicrobiana foi empregue seguindo a sensibilidade do agente isolado, nos demais exames não foram observadas alterações significativas. A primeira reavaliação foi realizada sete dias após o início da terapêutica, observando-se melhoria dos sinais clínicos oculares, suspendendo o uso do colírio e mantendo as demais medicações. A segunda reavaliação foi realizada 15 dias após a terapêutica inicial, observando resolução da enfermidade otológica e cessão das manifestações clínicas, suspendendo as medicações e recebendo alta medica.A síndrome de Horner é uma condição clínica relativamente frequente, associada a várias afecções. O prognóstico está relacionado com a identificação da causa primaria e com administração o tratamento adequado, sendo em alguns casos uma enfermidade autolimitante.
publishDate 2018
dc.date.none.fl_str_mv 2018-02-24T00:00:00Z
2019-03-01T12:14:30Z
2019-03-01
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/conferenceObject
format conferenceObject
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10174/25339
http://hdl.handle.net/10174/25339
url http://hdl.handle.net/10174/25339
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv T. Guimarães, K. Cardoso, M. Laranjo, N. Alexandre. SÍNDROME DE HORNER EM UM FELINO: RELATO DE CASO. XIV congresso do hospital veterinário Montenegro, 24 e 25 de Fevereiro de 2018, Santa Maria da Feira, Portugal.
Santa Maria da Feira, Portugal
1
Poster
nao
nao
sim
nd
nd
nd
nmla@uevora.pt
376
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv XIV congresso do hospital veterinário Montenegro.
publisher.none.fl_str_mv XIV congresso do hospital veterinário Montenegro.
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron:RCAAP
instname_str Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron_str RCAAP
institution RCAAP
reponame_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
collection Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository.name.fl_str_mv Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1799136639998492672