Literacia em Saúde na doença crónica: adesão à terapêutica e utilização de serviços de saúde

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Fernandes, Alexandra Sofia Carpinteiro
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10362/108679
Resumo: RESUMO - Introdução: As doenças crónicas não transmissíveis são as doenças com maior prevalência e mais elevadas taxas de mortalidade. Por serem doenças que se caracterizam pela sua longevidade, a carga de doença a elas associada é muito elevada, o que torna a sua gestão um enorme desafio e uma prioridade para as políticas de saúde mundiais. Embora resultem da combinação de diversos fatores, os comportamentais, por serem considerados fatores de risco modificáveis, são o foco principal das estratégias delineadas para a prevenção e controlo destas doenças. A literacia em saúde pode ter neste âmbito um papel fundamental, dado que para além de se associar a melhores resultados em saúde, capacita o indivíduo para gerir melhor a sua condição de saúde e de forma informada. Objetivos: Pretendeu-se com o presente estudo avaliar o nível de literacia em saúde da população com doença crónica e, descrever a relação entre literacia em saúde e as características da população com doença crónica, a adesão à terapêutica e a utilização dos serviços de saúde. Metodologia: Foi realizado um estudo do tipo observacional descritivo, transversal, com abordagem quantitativa, através da aplicação de questionário. O estudo decorreu em 42 farmácias comunitárias nacionais, totalizando a amostra 412 indivíduos. Resultados: O nível de literacia em saúde da população com doença crónica é baixo. Observou-se que pessoas com um nível de literacia em saúde mais baixo têm níveis de escolaridade mais baixos (p=0,000), não gerem autonomamente os aspetos relacionados com a sua saúde (p=0,007), têm maior morbilidade múltipla (r=-0,132, p=0,007), são menos aderentes à terapêutica para a sua doença crónica (p=0,003) e utilizam mais frequentemente os serviços de saúde de urgência hospitalar (r=-0,193, p=0,000), consulta de medicina geral e familiar (r=-0,134, p=0,007) e urgência do centro de saúde (r=-0,103, p=0,04). Observou-se, também, que a população com doença crónica é maioritariamente idosa, com uma média de idades de 64,55 anos, que cada pessoa tem em média 4 doenças crónicas em simultâneo e, que as doenças crónicas mais prevalentes são a hipertensão arterial, a dislipidemia, a diabetes e a depressão/ansiedade. Conclusão: Embora a promoção da literacia em saúde seja encarada como uma prioridade da política de saúde nacional, a mesma deve ser ainda mais reforçada e orientada para as necessidades da população com doença crónica, com vista à efetiva capacitação desta população para a gestão da sua doença e, como consequência, a obtenção de melhores resultados em saúde individuais e sistémicos.
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A literacia em saúde pode ter neste âmbito um papel fundamental, dado que para além de se associar a melhores resultados em saúde, capacita o indivíduo para gerir melhor a sua condição de saúde e de forma informada. Objetivos: Pretendeu-se com o presente estudo avaliar o nível de literacia em saúde da população com doença crónica e, descrever a relação entre literacia em saúde e as características da população com doença crónica, a adesão à terapêutica e a utilização dos serviços de saúde. Metodologia: Foi realizado um estudo do tipo observacional descritivo, transversal, com abordagem quantitativa, através da aplicação de questionário. O estudo decorreu em 42 farmácias comunitárias nacionais, totalizando a amostra 412 indivíduos. Resultados: O nível de literacia em saúde da população com doença crónica é baixo. Observou-se que pessoas com um nível de literacia em saúde mais baixo têm níveis de escolaridade mais baixos (p=0,000), não gerem autonomamente os aspetos relacionados com a sua saúde (p=0,007), têm maior morbilidade múltipla (r=-0,132, p=0,007), são menos aderentes à terapêutica para a sua doença crónica (p=0,003) e utilizam mais frequentemente os serviços de saúde de urgência hospitalar (r=-0,193, p=0,000), consulta de medicina geral e familiar (r=-0,134, p=0,007) e urgência do centro de saúde (r=-0,103, p=0,04). Observou-se, também, que a população com doença crónica é maioritariamente idosa, com uma média de idades de 64,55 anos, que cada pessoa tem em média 4 doenças crónicas em simultâneo e, que as doenças crónicas mais prevalentes são a hipertensão arterial, a dislipidemia, a diabetes e a depressão/ansiedade. Conclusão: Embora a promoção da literacia em saúde seja encarada como uma prioridade da política de saúde nacional, a mesma deve ser ainda mais reforçada e orientada para as necessidades da população com doença crónica, com vista à efetiva capacitação desta população para a gestão da sua doença e, como consequência, a obtenção de melhores resultados em saúde individuais e sistémicos.ABSTRACT - Introduction: Chronic non-communicable diseases are the diseases with the highest prevalence and the highest mortality rates. Because they are diseases that are characterized by their longevity, the disease burden associated with them is very high, which makes their management a huge challenge and a priority for global health policies. Although they result from the combination of several factors, the behavioral ones, being considered modifiable risk factors, are the main focus of the strategies designed for the prevention and control of these diseases. Health literacy can play a fundamental role in this context, given that in addition to being associated with better health outcomes, it enables individuals to manage their health condition better and in an informed manner. Aims: The aim of this study was to assess the health literacy level of the population with chronic disease and to describe the relationship between health literacy and the population with chronic disease’s characteristics, medication adherence and the health services utilization. Methodology: A descriptive, cross-sectional observational study was developed, with a quantitative approach, through the application of a questionnaire. The study took place in 42 national community pharmacies and the total sample was 412 individuals. Results: The health literacy level of the population with chronic disease is low. It was observed that people with a lower health literacy level have lower levels of education (p=0.000), do not independently manage aspects related to their health (p=0.007), have more multiple morbidity (r=-0.132, p=0.007), are less adherent to medication for their chronic disease (p=0.003) and use more frequently the hospital emergency service (r=-0.193, p=0.000), the general practice services (r=-0.134, p=0.007) and the out of hours service of the general practice center (r=-0.103, p=0.04). It was also observed that the population with chronic disease is mostly elderly, with an average age of 64.55 years, that each person has an average of 4 chronic diseases simultaneously, and that the most prevalent chronic diseases are high blood pressure, dyslipidemia, diabetes and depression/anxiety. Conclusion: Although the promotion of health literacy is seen as a priority of national health policy, it must be further strengthened and oriented to the needs of the population with chronic disease, with a view to the effective empowerment of this population to manage their disease and as a consequence, obtaining better health outcomes on an individual and systemic level.Escoval, AnaPedro, Ana RitaRUNFernandes, Alexandra Sofia Carpinteiro2020-12-15T16:15:56Z20202020-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10362/108679TID:202558517porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-03-11T04:53:10Zoai:run.unl.pt:10362/108679Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T03:41:13.824499Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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