Consumo de substâncias psicoativas e comportamentos de risco, dos jovens nas saídas noturnas

• Autor(a) principal: Areias, Paula Costa
• Data de Publicação: 2014
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10348/4663
• topic: Enfermagem em saúde comunitária; Jovem; Substâncias psicoativas; Comportamento de risco; Saídas noturnas

Introdução: Os jovens saem à noite, cada vez mais cedo e, na sua maioria adotam práticas de consumos abusivos (Melo, Andrade, Sampaio, 2010; Lomba, 2012). Não obstante, as substâncias psicoativas potenciam a adoção de outros comportamentos de risco, na área da sexualidade (Lomba, 2006), condução rodoviária (NIDA, 2007) e violência (ONU, 2005; Viegas-Lee, 2007). Assim neste estudo procurou-se: delinear o perfil dos jovens que frequentam os ambientes recreativos noturnos de Chaves, identificar quais os comportamentos de risco e hábitos de consumo de álcool e drogas, e explorar a relação existente entre as caraterísticas sociodemográficas, a existência de hábitos recreativos nas saídas noturnas e o consumo de substâncias nestes jovens. Metodologia: Realizou-se um estudo transversal do tipo descritivo-correlacional, com uma abordagem quantitativa. A amostra em estudo é constituída por 200 jovens com idades compreendidas entre os 16 e os 21 anos, frequentadores de espaços noturnos na cidade de Chaves e que aceitem participar e preencher o questionário desenvolvido por Lomba (2011). Sendo que a colheita de dados decorreu entre os meses de maio e junho do ano corrente. Após a colheita de dados, foram codificados e inseridos numa base de dados do programa SPSS, versão 17.0, recorrendo a testes não paramétricos como Mann-Whitney (M-W) e Kruskal-Wallis, também foi empregue o teste de qui quadrado () e o coeficiente de correlação de Pearson. Resultados: Os jovens em estudo apresentam uma média de idades de 18,53 anos, a maioria é do sexo masculino (53,5%; n=107), vive com a família (71%; n=142) e são estudantes (62%; n=124). 50% dos jovens admitiram sair à noite todos os fins-de-semana do mês, 16,5% indicaram que saem raramente. Quanto à experimentação de substâncias psicoativas constatamos que as mais consumidas são o álcool, sendo que 70% admitiu o seu consumo no último mês. O consumo de cannabis ocorre mais comumente em 1-3 noites, sendo esta a droga ilícita mais consumida ao longo da vida. Entre os consumidores de álcool é mais frequente “arranjarem discussões”; nos consumidores de cannabis são mais frequentes os problemas com a polícia, amigos ou namorado (a), a falta de dinheiro, sentir-se doente, envolverem-se em brigas e terem tido relações sexuais de que mais tarde se arrependeram. Conclusão: Em suma, confirmamos existir uma correlação positiva entre a frequência de hábitos noturnos e o consumo da cannabis, por outro lado uma correlação negativa em relação ao consumo de álcool. Constatamos que os jovens participantes neste estudo apresentam comportamentos de risco durante as saídas noturnas e revelaram estar cientes dos problemas associados ao consumo de álcool e drogas. Perante estes resultados e efetuado o diagnóstico de situação importa referir a necessidade de uma intervenção nestes contextos recreativos durante as saídas noturnas dos jovens.