Infecção hospitalar : resistência a antibióticos
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2007 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10773/740 |
Resumo: | A infecção hospital é um problema relevante e de grande impacto económico. Associado a este problema, surge a crescente resistência bacteriana a antibióticos. A disseminação da resistência e o alargamento do seu espectro são em parte consequência do abuso da antibioterapia quer na comunidade, quer no meio hospitalar. A melhor estratégia de combate à resistência é uma boa política de prescrição e uso dos antibióticos. Os antibióticos devem ser usados somente quando necessários e o seu consumo para finalidades que excluem o tratamento de doenças infecciosas deve ser evitado. São diversos os mecanismos através dos quais as bactérias desenvolvem resistências a antibióticos. Em princípio, em relação a qualquer antibiótico lançado de novo poderá a curto prazo surgir resistência bacteriana. Resultando muitas vezes de processos básicos da célula, os processos moleculares subjacentes à resistência têm evoluído devido à pressão selectiva resultante do abuso da antibioterapia. Por outro lado, as bactérias intervêm em processos diversos de transferência de informação genética, o que permite a disseminação da resistência entre organismos da mesma espécie e de espécies diferentes. O ambiente hospitalar é por isso um ambiente particularmente favorável à evolução das características de resistência a todo o tipo de agentes antibacterianos. Está a aumentar o destaque dado à necessidade da descontaminação do meio físico que rodeia o doente de forma a impedir a propagação de espécies que desenvolvem resistências múltiplas como é o caso Staphylococcus aureus, Acinetobacter baumannii e outros microrganismos nosocomiais. As estratégias de prevenção e controle da infecção hospitalar têm sido revistas. Procedimentos como o despiste precoce da infecção, o isolamento do doente, e o uso prudente de antibióticos são, em conjunto, estratégias importantes no controle e na prevenção de infecção nosocomial. As mãos adquirem regularmente os agentes bacterianos, mesmo que o contacto seja com superfícies limpas. Uma boa prática no controle da infecção implica a conformidade com as recomendações para uma correcta higiene das mãos. Embora a higiene eficaz das mãos possa minimizar esta contaminação, as áreas do ambiente hospitalar necessitam de uma higiene e descontaminação mais eficaz. A descontaminação convencional pode ser inadequada porque o contacto entre superfícies e detergente ou desinfectante é inadequado. Os doentes internados são cada vez mais vulneráveis à infecção e muitas bactérias podem persistir por períodos prolongados em superfícies inanimadas. ABSTRACT: Hospital infection is a tremendous problem with a colossal economic impact. Associated to this problem, bacterial resistance to antibiotics is increasing. Both dissemination of resistance and the widening of its spectre are in part a consequence of the abuse of antibiotherapy to eliminate pathogens, in the community or in hospital environments. The best strategy to combat resistance is a judicious policy of prescription and use of antibiotics. The antibiotics should only be used when necessary and its consumption for purposes that exclude the treatment of infectious illnesses must be prevented. Diverse mechanisms are involved in the development of resistance. It is expected for any new antibiotic that bacterial resistance will emerge soon or later. Resulting many times of basic processes of the cell, the underlying molecular processes of resistance have evolved due to selective pressure resultant of antibiotherapy abuse. On the other hand, bacteria intervene in diverse processes of transference of genetic information, what then allows dissemination of resistance between organisms of the same or different species. The hospital environment is therefore an environment particularly favourable to evolution of resistance characteristics to all tkinds of antibacterial agents. These facts emphasize the need of decontamination of the environment surrounding hospitalized patients. Important to avoid is the propagation of species that develop multiple resistances as is the case of Staphylococcus aureus, Acinetobacter baumannii and other nosocomial micro-organisms. The strategies of prevention and control of the hospital infections must be permanently under revision. Procedures as precocious avoidance of infection, isolation of patients, and the cautious antibiotic use are, all together, are important strategies in the control and the prevention of nosocomial infection. The hands of hospital personnel are particularly critical because they acquire bacterial agents regularly by simple contact with clean surfaces. A good practice in control of the infection implies conformity with the recommendations for correct hygiene of the hands. Although the efficient hygiene of the hands can minimize contamination, the areas of the hospital environment need a hygiene and more efficient decontamination. The conventional decontamination can be inadequate because the contact between surfaces and antiseptic detergent is inadequate. Hospitalized patients are often very vulnerable to infection and many bacteria can persist for prolonged periods in inanimate surfaces. |
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Resultando muitas vezes de processos básicos da célula, os processos moleculares subjacentes à resistência têm evoluído devido à pressão selectiva resultante do abuso da antibioterapia. Por outro lado, as bactérias intervêm em processos diversos de transferência de informação genética, o que permite a disseminação da resistência entre organismos da mesma espécie e de espécies diferentes. O ambiente hospitalar é por isso um ambiente particularmente favorável à evolução das características de resistência a todo o tipo de agentes antibacterianos. Está a aumentar o destaque dado à necessidade da descontaminação do meio físico que rodeia o doente de forma a impedir a propagação de espécies que desenvolvem resistências múltiplas como é o caso Staphylococcus aureus, Acinetobacter baumannii e outros microrganismos nosocomiais. As estratégias de prevenção e controle da infecção hospitalar têm sido revistas. Procedimentos como o despiste precoce da infecção, o isolamento do doente, e o uso prudente de antibióticos são, em conjunto, estratégias importantes no controle e na prevenção de infecção nosocomial. As mãos adquirem regularmente os agentes bacterianos, mesmo que o contacto seja com superfícies limpas. Uma boa prática no controle da infecção implica a conformidade com as recomendações para uma correcta higiene das mãos. Embora a higiene eficaz das mãos possa minimizar esta contaminação, as áreas do ambiente hospitalar necessitam de uma higiene e descontaminação mais eficaz. A descontaminação convencional pode ser inadequada porque o contacto entre superfícies e detergente ou desinfectante é inadequado. Os doentes internados são cada vez mais vulneráveis à infecção e muitas bactérias podem persistir por períodos prolongados em superfícies inanimadas. ABSTRACT: Hospital infection is a tremendous problem with a colossal economic impact. Associated to this problem, bacterial resistance to antibiotics is increasing. Both dissemination of resistance and the widening of its spectre are in part a consequence of the abuse of antibiotherapy to eliminate pathogens, in the community or in hospital environments. The best strategy to combat resistance is a judicious policy of prescription and use of antibiotics. The antibiotics should only be used when necessary and its consumption for purposes that exclude the treatment of infectious illnesses must be prevented. Diverse mechanisms are involved in the development of resistance. It is expected for any new antibiotic that bacterial resistance will emerge soon or later. Resulting many times of basic processes of the cell, the underlying molecular processes of resistance have evolved due to selective pressure resultant of antibiotherapy abuse. On the other hand, bacteria intervene in diverse processes of transference of genetic information, what then allows dissemination of resistance between organisms of the same or different species. The hospital environment is therefore an environment particularly favourable to evolution of resistance characteristics to all tkinds of antibacterial agents. These facts emphasize the need of decontamination of the environment surrounding hospitalized patients. Important to avoid is the propagation of species that develop multiple resistances as is the case of Staphylococcus aureus, Acinetobacter baumannii and other nosocomial micro-organisms. The strategies of prevention and control of the hospital infections must be permanently under revision. Procedures as precocious avoidance of infection, isolation of patients, and the cautious antibiotic use are, all together, are important strategies in the control and the prevention of nosocomial infection. The hands of hospital personnel are particularly critical because they acquire bacterial agents regularly by simple contact with clean surfaces. A good practice in control of the infection implies conformity with the recommendations for correct hygiene of the hands. Although the efficient hygiene of the hands can minimize contamination, the areas of the hospital environment need a hygiene and more efficient decontamination. The conventional decontamination can be inadequate because the contact between surfaces and antiseptic detergent is inadequate. Hospitalized patients are often very vulnerable to infection and many bacteria can persist for prolonged periods in inanimate surfaces.Universidade de Aveiro2011-04-19T13:26:26Z2007-01-01T00:00:00Z2007info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10773/740porSilva, Ivelina dainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-02-22T10:55:44Zoai:ria.ua.pt:10773/740Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T02:39:33.794288Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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Por outro lado, as bactérias intervêm em processos diversos de transferência de informação genética, o que permite a disseminação da resistência entre organismos da mesma espécie e de espécies diferentes. O ambiente hospitalar é por isso um ambiente particularmente favorável à evolução das características de resistência a todo o tipo de agentes antibacterianos. Está a aumentar o destaque dado à necessidade da descontaminação do meio físico que rodeia o doente de forma a impedir a propagação de espécies que desenvolvem resistências múltiplas como é o caso Staphylococcus aureus, Acinetobacter baumannii e outros microrganismos nosocomiais. As estratégias de prevenção e controle da infecção hospitalar têm sido revistas. Procedimentos como o despiste precoce da infecção, o isolamento do doente, e o uso prudente de antibióticos são, em conjunto, estratégias importantes no controle e na prevenção de infecção nosocomial. As mãos adquirem regularmente os agentes bacterianos, mesmo que o contacto seja com superfícies limpas. Uma boa prática no controle da infecção implica a conformidade com as recomendações para uma correcta higiene das mãos. Embora a higiene eficaz das mãos possa minimizar esta contaminação, as áreas do ambiente hospitalar necessitam de uma higiene e descontaminação mais eficaz. A descontaminação convencional pode ser inadequada porque o contacto entre superfícies e detergente ou desinfectante é inadequado. Os doentes internados são cada vez mais vulneráveis à infecção e muitas bactérias podem persistir por períodos prolongados em superfícies inanimadas. ABSTRACT: Hospital infection is a tremendous problem with a colossal economic impact. Associated to this problem, bacterial resistance to antibiotics is increasing. Both dissemination of resistance and the widening of its spectre are in part a consequence of the abuse of antibiotherapy to eliminate pathogens, in the community or in hospital environments. The best strategy to combat resistance is a judicious policy of prescription and use of antibiotics. The antibiotics should only be used when necessary and its consumption for purposes that exclude the treatment of infectious illnesses must be prevented. Diverse mechanisms are involved in the development of resistance. It is expected for any new antibiotic that bacterial resistance will emerge soon or later. Resulting many times of basic processes of the cell, the underlying molecular processes of resistance have evolved due to selective pressure resultant of antibiotherapy abuse. On the other hand, bacteria intervene in diverse processes of transference of genetic information, what then allows dissemination of resistance between organisms of the same or different species. The hospital environment is therefore an environment particularly favourable to evolution of resistance characteristics to all tkinds of antibacterial agents. These facts emphasize the need of decontamination of the environment surrounding hospitalized patients. Important to avoid is the propagation of species that develop multiple resistances as is the case of Staphylococcus aureus, Acinetobacter baumannii and other nosocomial micro-organisms. The strategies of prevention and control of the hospital infections must be permanently under revision. Procedures as precocious avoidance of infection, isolation of patients, and the cautious antibiotic use are, all together, are important strategies in the control and the prevention of nosocomial infection. The hands of hospital personnel are particularly critical because they acquire bacterial agents regularly by simple contact with clean surfaces. A good practice in control of the infection implies conformity with the recommendations for correct hygiene of the hands. Although the efficient hygiene of the hands can minimize contamination, the areas of the hospital environment need a hygiene and more efficient decontamination. The conventional decontamination can be inadequate because the contact between surfaces and antiseptic detergent is inadequate. Hospitalized patients are often very vulnerable to infection and many bacteria can persist for prolonged periods in inanimate surfaces. |
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