A identidade profissional de um formador de professores de matemática
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2015 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/1822/53548 |
Resumo: | O presente texto apresenta um recorte de um trabalho realizado para o programa de doutoramento em Educação da primeira autora, para o qual foram entrevistados dez professores que atuam em licenciatura em Matemática, em duas instituições de ensino superior federais do Brasil e em uma universidade pública de Portugal. Neste artigo, trazemos a trajetória de formação e atuação profissional de um desses docentes, buscando analisar de que forma se dá a constituição de sua identidade profissional. Importou-nos investigar os saberes, (pré)conceitos, valores e conhecimentos dos quais o professor lança mão para o seu fazer profissional, e ainda, de que forma suas experiências pregressas interferem na forma como ele percebe os alunos da licenciatura na qual atua como docente. A relevância do presente estudo se destaca no sentido de dedicar atenção a um professor formador de professores de matemática, campo assinalado por escassas oportunidades de compartilhamento de trabalho e reflexões conjuntas. A pesquisa, qualitativa, na perspectiva autobiográfica, baseou-se em uma entrevista narrativa, com duração de uma hora. As reflexões teóricas que embasam este trabalho centram-se nos estudos biográficos e nos estudos sobre a identidade profissional e sua constituição. A análise da narrativa do professor demonstrou um considerável hiato entre as concepções e saberes que o docente obteve nos cursos de licenciatura e mestrado, e os conhecimentos, habilidades e atitudes que se fazem prementes nas salas de aula dos cursos que formam professores. O docente, ao se ver formando professores, percebeu, nas interações com seus alunos, nos casos que estes lhe traziam de suas experiências enquanto estagiários ou como professores substitutos, que a bagagem teórica que construíra no decorrer de sua formação profissional não seria suficiente para sua atuação docente. Partiu, então, para sua autoformação de forma autônoma e isolada, formarndo-se a partir da prática e por reflexões sobre esta prática, ancorada pelas teorias as quais vai apreendendo. Para além deste hiato, fez-se igualmente evidente a angústia do narrador ante as condições de trabalho do professor das escolas públicas de ensino básico do Brasil, nomeadamente as do estado de São Paulo, nas quais o formador supõe que atuarão no futuro seus atuais alunos. Esse mal estar implica na maneira como o professor vê a profissão docente, constatando a grande distância entre suas atuais condições de trabalho e aquela vivida por seus colegas que continuam a atuar nas escolas básicas daquele estado. Estas concepções e formas de entender a escola influenciam a compreensão do professor sobre seu papel enquanto formador de professores de matemática, implicando, consequentemente, na constituição da sua identidade profissional. |
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A identidade profissional de um formador de professores de matemáticaFormação do professor de matemáticaIdentidade profissional do formadorCondições de trabalho docenteCiências Sociais::Ciências da EducaçãoO presente texto apresenta um recorte de um trabalho realizado para o programa de doutoramento em Educação da primeira autora, para o qual foram entrevistados dez professores que atuam em licenciatura em Matemática, em duas instituições de ensino superior federais do Brasil e em uma universidade pública de Portugal. Neste artigo, trazemos a trajetória de formação e atuação profissional de um desses docentes, buscando analisar de que forma se dá a constituição de sua identidade profissional. Importou-nos investigar os saberes, (pré)conceitos, valores e conhecimentos dos quais o professor lança mão para o seu fazer profissional, e ainda, de que forma suas experiências pregressas interferem na forma como ele percebe os alunos da licenciatura na qual atua como docente. A relevância do presente estudo se destaca no sentido de dedicar atenção a um professor formador de professores de matemática, campo assinalado por escassas oportunidades de compartilhamento de trabalho e reflexões conjuntas. A pesquisa, qualitativa, na perspectiva autobiográfica, baseou-se em uma entrevista narrativa, com duração de uma hora. As reflexões teóricas que embasam este trabalho centram-se nos estudos biográficos e nos estudos sobre a identidade profissional e sua constituição. A análise da narrativa do professor demonstrou um considerável hiato entre as concepções e saberes que o docente obteve nos cursos de licenciatura e mestrado, e os conhecimentos, habilidades e atitudes que se fazem prementes nas salas de aula dos cursos que formam professores. O docente, ao se ver formando professores, percebeu, nas interações com seus alunos, nos casos que estes lhe traziam de suas experiências enquanto estagiários ou como professores substitutos, que a bagagem teórica que construíra no decorrer de sua formação profissional não seria suficiente para sua atuação docente. Partiu, então, para sua autoformação de forma autônoma e isolada, formarndo-se a partir da prática e por reflexões sobre esta prática, ancorada pelas teorias as quais vai apreendendo. Para além deste hiato, fez-se igualmente evidente a angústia do narrador ante as condições de trabalho do professor das escolas públicas de ensino básico do Brasil, nomeadamente as do estado de São Paulo, nas quais o formador supõe que atuarão no futuro seus atuais alunos. Esse mal estar implica na maneira como o professor vê a profissão docente, constatando a grande distância entre suas atuais condições de trabalho e aquela vivida por seus colegas que continuam a atuar nas escolas básicas daquele estado. Estas concepções e formas de entender a escola influenciam a compreensão do professor sobre seu papel enquanto formador de professores de matemática, implicando, consequentemente, na constituição da sua identidade profissional.Trabalho financiado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior- CAPES - Brasil Este trabalho contou com o apoio de Fundos Nacionais através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia no âmbito do projecto PEst-OE/CED/UI1661/2014 do CIEd.info:eu-repo/semantics/publishedVersionUniversidad de A CoruñaUniversidade do MinhoNovo Barbato, ChristianeMartinho, Maria Helena20152015-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/1822/53548porBarbato, C. N., & Martinho, M. H. (2015). A identidade profissional de um formador de professores de Matemática. Revista de Estudios e Investigación en Psicología y Educación, Ext.(6), 52-56.1138-16632386-741810.17979/reipe.2015.0.06.172http://revistas.udc.es/index.php/reipe/article/view/172info:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-07-21T12:32:23Zoai:repositorium.sdum.uminho.pt:1822/53548Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T19:27:43.446082Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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O presente texto apresenta um recorte de um trabalho realizado para o programa de doutoramento em Educação da primeira autora, para o qual foram entrevistados dez professores que atuam em licenciatura em Matemática, em duas instituições de ensino superior federais do Brasil e em uma universidade pública de Portugal. Neste artigo, trazemos a trajetória de formação e atuação profissional de um desses docentes, buscando analisar de que forma se dá a constituição de sua identidade profissional. Importou-nos investigar os saberes, (pré)conceitos, valores e conhecimentos dos quais o professor lança mão para o seu fazer profissional, e ainda, de que forma suas experiências pregressas interferem na forma como ele percebe os alunos da licenciatura na qual atua como docente. A relevância do presente estudo se destaca no sentido de dedicar atenção a um professor formador de professores de matemática, campo assinalado por escassas oportunidades de compartilhamento de trabalho e reflexões conjuntas. A pesquisa, qualitativa, na perspectiva autobiográfica, baseou-se em uma entrevista narrativa, com duração de uma hora. As reflexões teóricas que embasam este trabalho centram-se nos estudos biográficos e nos estudos sobre a identidade profissional e sua constituição. A análise da narrativa do professor demonstrou um considerável hiato entre as concepções e saberes que o docente obteve nos cursos de licenciatura e mestrado, e os conhecimentos, habilidades e atitudes que se fazem prementes nas salas de aula dos cursos que formam professores. O docente, ao se ver formando professores, percebeu, nas interações com seus alunos, nos casos que estes lhe traziam de suas experiências enquanto estagiários ou como professores substitutos, que a bagagem teórica que construíra no decorrer de sua formação profissional não seria suficiente para sua atuação docente. Partiu, então, para sua autoformação de forma autônoma e isolada, formarndo-se a partir da prática e por reflexões sobre esta prática, ancorada pelas teorias as quais vai apreendendo. Para além deste hiato, fez-se igualmente evidente a angústia do narrador ante as condições de trabalho do professor das escolas públicas de ensino básico do Brasil, nomeadamente as do estado de São Paulo, nas quais o formador supõe que atuarão no futuro seus atuais alunos. Esse mal estar implica na maneira como o professor vê a profissão docente, constatando a grande distância entre suas atuais condições de trabalho e aquela vivida por seus colegas que continuam a atuar nas escolas básicas daquele estado. Estas concepções e formas de entender a escola influenciam a compreensão do professor sobre seu papel enquanto formador de professores de matemática, implicando, consequentemente, na constituição da sua identidade profissional. |
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Barbato, C. N., & Martinho, M. H. (2015). A identidade profissional de um formador de professores de Matemática. Revista de Estudios e Investigación en Psicología y Educación, Ext.(6), 52-56. 1138-1663 2386-7418 10.17979/reipe.2015.0.06.172 http://revistas.udc.es/index.php/reipe/article/view/172 |
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