O que (não) veem os nossos olhos - Fotojornalismo na imprensa portuguesa
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2014 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10316/27370 |
Resumo: | O trabalho que a seguir desenvolvemos é uma reflexão sobre o fotojornalismo que é praticado na e para a imprensa generalista portuguesa. Neste momento, e intuído no próprio título, temos como objetivo ver para além de olhar. Pretendemos perceber e dar a conhecer os diversos fatores, sobretudo técnicos e estéticos, que estão por detrás de uma fotografia, todos os aspetos que não devem ser deixados ao acaso pelos fotojornalistas que constroem verdadeiras narrativas não verbais com as suas imagens. Ao longo do trabalho, ficaremos a perceber que estes “fatores de construção” são, quase sempre, definidos (ou pelo menos condicionados) por outros fatores: linha editorial, diretrizes gráficas, o momento em que o fotojornalista faz o seu clique… Destacamos, pois, a importância das fotografias jornalísticas na construção da “realidade” visual em que estamos inseridos. A imagem jornalística é uma fotografia com forte caráter intencional: o de transmitir uma mensagem. Se o fotojornalista tem a complexa tarefa de contar histórias através de imagens, cabe ao leitor tornar-se num observador atento, desenvolvendo a sua literacia visual. O fotojornalista deve conciliar fotografias e texto para dar todas as informações necessárias para que não haja ruído na comunicação. Ao evidenciar, neste trabalho, alguns aspetos que estão na génese da construção de uma fotografia, estamos a contribuir para que o leitor/observador perceba que está, sempre, perante uma realidade subjetiva e, por isso, construída. Não é uma contradição assumir a subjetividade do fotojornalismo quando o jornalismo se bate pela objetividade (se bem que, no nosso entendimento, um pouco utópica). Todos os aspetos técnicos/estéticos que iremos estudar revelam essa subjetividade inerente à fotografia patente nas inúmeras escolhas que um simples clique requer: ângulos, planos, enquadramentos, objetivas… Também a publicação da fotografia passa por vários crivos: o do próprio fotojornalista, na seleção das imagens que apresenta ao seu editor, tendo este também uma palavra a dizer, o da organização da página (que dita o espaço a ocupar pela fotografia) ou mesmo o do grafismo. Temos, ainda, a linha editorial do jornal que aconselha o tipo de fotografias a publicar. Escolhemos uma amostra representativa da imprensa generalista portuguesa para aferir que tipo de fotografias por ela é veiculada. Trabalhamos com os diários Público e Correio da Manhã e os semanários Sol e Expresso. Limitamos o nosso período às últimas semanas dos anos de 2009, 2011 e 2013, para obtermos uma evolução. Essa última semana diz, então, respeito às últimas sete edições dos diários e às duas últimas dos semanários. Restringimos a nossa análise às capas dos jornais, onde identificamos a principal fotografia; analisada essa imagem, passamos à análise do seu desenvolvimento no corpo do jornal. Estudadas todas as fotografias à luz das variáveis definidas (que constituem a nossa grelha de análise), podemos traçar um padrão na utilização da fotografia na imprensa portuguesa. |
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A imagem jornalística é uma fotografia com forte caráter intencional: o de transmitir uma mensagem. Se o fotojornalista tem a complexa tarefa de contar histórias através de imagens, cabe ao leitor tornar-se num observador atento, desenvolvendo a sua literacia visual. O fotojornalista deve conciliar fotografias e texto para dar todas as informações necessárias para que não haja ruído na comunicação. Ao evidenciar, neste trabalho, alguns aspetos que estão na génese da construção de uma fotografia, estamos a contribuir para que o leitor/observador perceba que está, sempre, perante uma realidade subjetiva e, por isso, construída. Não é uma contradição assumir a subjetividade do fotojornalismo quando o jornalismo se bate pela objetividade (se bem que, no nosso entendimento, um pouco utópica). Todos os aspetos técnicos/estéticos que iremos estudar revelam essa subjetividade inerente à fotografia patente nas inúmeras escolhas que um simples clique requer: ângulos, planos, enquadramentos, objetivas… Também a publicação da fotografia passa por vários crivos: o do próprio fotojornalista, na seleção das imagens que apresenta ao seu editor, tendo este também uma palavra a dizer, o da organização da página (que dita o espaço a ocupar pela fotografia) ou mesmo o do grafismo. Temos, ainda, a linha editorial do jornal que aconselha o tipo de fotografias a publicar. Escolhemos uma amostra representativa da imprensa generalista portuguesa para aferir que tipo de fotografias por ela é veiculada. Trabalhamos com os diários Público e Correio da Manhã e os semanários Sol e Expresso. Limitamos o nosso período às últimas semanas dos anos de 2009, 2011 e 2013, para obtermos uma evolução. Essa última semana diz, então, respeito às últimas sete edições dos diários e às duas últimas dos semanários. Restringimos a nossa análise às capas dos jornais, onde identificamos a principal fotografia; analisada essa imagem, passamos à análise do seu desenvolvimento no corpo do jornal. Estudadas todas as fotografias à luz das variáveis definidas (que constituem a nossa grelha de análise), podemos traçar um padrão na utilização da fotografia na imprensa portuguesa.The following paper is a consideration on photojournalism used in, and for, the Portuguese generalist press. In this instance, as perceived in our title, our goal is to see, and not only look. We intend to understand and expose the several factors, namely technical and aesthetical ones, which are behind a picture; every aspect that should not be left at random by the photojournalist, who builds true non-verbal narratives with his or her photographs. Throughout our work, we will learn that these “building blocks” are, almost always, defined (or at least restricted) by several factors: editorial line, graphical guidelines and, among others, the moment when the photojournalist takes his shot. We highlight, then, the importance of journalistic photos in creating the visual “reality” to which we belong. Journalistic image is a photograph with the highly intentional purpose of transmitting a message; if the photojournalist is imbued with the complex task of telling a story through his images, it is up to the reader to become an acute observer, developing his visual literacy. It is the photojournalist’s objective to join image and text in order to pass on all necessary information, ensuring that communication noise is minimal. Upon giving emphasis, in this paper, to some aspects which are at the foundation of the conception of a photograph, we are helping the reader/observer understand that he is, always, before a subjective reality and, as such, a manufactured reality. It is not contradiction to assume an inherent subjectivity in photojournalism, when journalism primes on objectivity, even if, to our understanding, it is a somewhat utopian idea. Every technical/aesthetic aspect which we will study reveals that subjectivity, intrinsic to photography and accounted for in each and every choice a click requires: angles, scene-setting, framing, objectives, etc. The publishing of a photo itself goes through several channels: the journalist himself, when selecting the images he relays to his editor, this one having a saying in the matter; the organization of the page (which defines the space to be occupied by the image); or even the graphics. We have, yet, the editorial line from the newspaper which advises the type of photos to publish. We have chosen a representing sample from the Portuguese generalist press in order to establish what kind of photos it uses. We work with the dailies Público and Correio da Manhã, and with the weeklies Sol and Expresso. The timeline of the sample has been restricted only to the last weeks of the years 2009, 2011 and 2013, in order to observe an evolution. That last week refers to the last seven editions of the dailies and the last two from the weeklies. Our analysis concerns to the newspaper front, where the main picture has been identified, analysed and, from there, onto the main body of the paper. With all photographs studied in regards to the nominated variables (that form our analyses grid), we can define a pattern on the use of the photography on the Portuguese press.2014-10-22info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesishttp://hdl.handle.net/10316/27370http://hdl.handle.net/10316/27370TID:201518929porFrança, Joana Beatriz Simõesinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2022-01-20T17:49:24Zoai:estudogeral.uc.pt:10316/27370Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T20:41:11.730192Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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