CORREÇÃO CIRÚRGICA DE COLOBOMA PALPEBRAL EM UM FELINO: RELATO DE CASO.

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Guimarães, T.
Data de Publicação: 2018
Outros Autores: Cardoso, K., Laranjo, M., Alexandre, N.
Tipo de documento: Artigo de conferência
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10174/25332
Resumo: INTRODUÇÃO O coloboma ou agenesia palpebral é um raro defeito de origem embrionária, ocasionada pela ausência de todas as camadas da pálpebra, podendo acometer pálpebra superior, inferior, uni ou bilateralmente. Podem estar associados a outras anomalias, como microftalmia, persistência da membrana pupilar, entre outras alterações. Sendo nos felinos o coloboma de pálpebra superior, são mais expressivos. Podendo provocar exposição da córnea, ceratites ulcerativas, perfuração ocular e até perda visual. Sendo o único tratamento eficaz a correção por blefaroplastia. OBJETIVOS O presente trabalho tem como objetivo a descrever os aspectos clínicos e correção cirúrgica de um paciente felino, submetido a reparação cirúrgica de coloboma pálpebral. METODOLOGIA Foi atendido no serviço de oftalmologia, um gato, macho, 4 meses da raça Persa, com histórico de apresentar olho esquerdo vermelho, desconfortáveis e lacrimejamento constante. No exame oftalmológico com auxílio de biomicroscopio com lâmpada em fenda, observou agenesia acometendo dois terços da pálpebra superior, blefarospasmo, discreta exposição da terceira pálpebra, epífora, edema de córnea, neovascularização (superficial e profunda) e perda do epitélio corneano, confirmado com o exame de fluoresceína. Não foram observadas anormalidades na câmara anterior, lente e vítreo. Devido as alterações clínicas observadas indicou-se a blefaroplastia, como forma de correção definitiva para essa enfermidade. A ceratite ulcerativa foi tratada com pomada oftálmica contendo cloranfenicol, acetato de retinol, aminoácidos e metionina e lubrificante oftálmico contendo hialuronato de sódio, ambos a cada seis horas. Previamente ao procedimento cirúrgico, foi realizado avaliação hematológica e bioquímica sérica, jejum alimentar e hídrico. O animal foi pré-medicado com associação de Tiletamina e Zolazepam por via intramuscular (IM), a indução anestésica foi realizada propofol por via intravenosa (IV), seguido de intubação orotraqueal, e manutenção anestesia com isofluorano. A técnica cirúrgica empregada foi utilizado um retalho de pele incluindo retalho do músculo orbicular e um retalho de conjuntiva da pálpebra inferior transposta e revestida com conjuntiva bulbar dorsal. Após o procedimento foi mantida a pomada oftálmica contendo antibiótico e associações, gel lubrificante e colar protetor. RESULTADOS A primeira e a segunda reavaliação foram realizadas em três e dez dias respectivamente, verificando a fixação dos retalhos conjuntivais e palpebrais, que apresentavam-se em bom estado e inalterados e livre de infecções. Após 25 dias o animal retornou para a retirada da sutura, observando excelente cicatrização cutânea sem alteração no retalho implantado. Observado ainda a presença vascularização corneana, ao teste de fluoresceína sódica 1% na conjuntiva bulbar, não foi observado a penetração do corante. Segundo o proprietário o animal apresentava-se em bom estado, sem apresentar desconforto, olhos vermelhos e sem lacrimejamento. O animal recebeu alta médica, mantido o lubrificante ocular na frequência de 2-3 vezes ao dia e indicado acompanhamento regular. CONCLUSÕES A técnica de retalho palpebral demonstrou-se satisfatória para correção do coloboma palpebral superior no felino relatado. Demostrando bom resultado estético e funcional, proporcionando melhora na qualidade ocular. Certamente a não correção dessa alteração proporcionaria severa irritação na córnea e agravamento da ceratite ulcerativa.
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