Peste e literatura : a construção narrativa de uma catástrofe
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2011 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10316/19317 |
Resumo: | Dissertação de mestrado em Estudos Anglo-Americanos, apresentada à Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra |
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Peste e literatura : a construção narrativa de uma catástrofePesteTucídides, ca.465-ca. 495 a. C. -- obraDefoe, Daniel, 1661?-1731 -- obraBoccaccio, Giovanni, 1313-1375 -- obraDissertação de mestrado em Estudos Anglo-Americanos, apresentada à Faculdade de Letras da Universidade de CoimbraA presente dissertação tem por objectivo estudar a construção de narrativas sobre uma epidemia (real ou imaginária) na literatura ocidental. Será feita uma análise literária que faça sobressair o papel da peste numa obra, em detrimento de uma preocupação com a veracidade dos factos. Procura-se estudar de que diferentes formas a narrativa de uma peste demonstra uma desordem social na qual o irracional (o Mythos) triunfa sobre o racional (O Logos). De igual modo se explora a forma como diferentes narrativas constroem ou não um Pathos destinado a comover o leitor. No texto mais antigo, A História da Guerra do Peloponeso de Tucídides, vemos a desordem social manifesta na incapacidade de manter o funcionamento das estruturas sociais durante a peste de Atenas ao mesmo tempo que se estuda uma relação da epidemia com o Pathos da guerra. No Decameron de Boccaccio, estuda-se a ligação com o Pathos do amor e a possível existência de uma catarse que leva a um novo estado na vida das personagens e a dizer-se que a vitória do Mythos sobre o Logos é temporária. Já em A Journal of the Plague Year a vitória do Mythos sobre o Logos nunca é absoluta e o Pathos, a existir, é o Pathos da cidade. Conclui-se vendo como em obras como La Peste de Camus o uso da epidemia se assume como metafórico, neste caso de um Pathos da condição humana. Após o que se demonstra que ao longo das três principais obras vamos assistindo a uma diminuição da intensidade do Pathos: em Tucídides um Pathos que continua por longos anos devido à guerra, mesmo após o fim da peste; em Boccaccio um Pathos momentâneo que é motivo para uma reconstrução; em Defoe um Pathos que nunca é absoluto e cujo objectivo é mais o de prevenir os seus contemporâneos.The purpose of this dissertation is to study the construction of narratives on epidemics (real and imaginary ones) in western literature. There will be a literary analysis that takes in account the role of the plague in a work, rather than the veracity of the facts. I will study the different ways in which the narrative of a pest shows a social disorder in which the irrational (Mythos) triumphs over the rational (Logos). It will also be explored the different ways a narrative may or not build a Pathos designed to move the reader. In the older text, A History of the Peloponnesian War, by Thucydides, we will see the social disorder shown in the inability to maintain social structures during the plague of Athens, at the same time that we study the relationship between the plague and the Pathos of war. In Boccaccio's Decameron, we study the connection with the Pathos of love and the possible existence of a catharsis that leads to a new state in the lives of the characters and makes it possible to say that the victory of the Mythos over the Logos is temporary. On the other hand, in A Journal of the Plague Year, the victory of Mythos over Logos is never absolute, and the Pathos, if any, is the Pathos of the city. We conclude studying how, in works such as Camus’ La Peste, the use of plague is assumed to be a metaphor, in this case for Pathos of the human condition. After which is shown that along the three main works we witnessed a decrease in the intensity Pathos: Pathos in Thucydides is one that continues for many years due to war, even after the end of the plague, in Boccaccio a momentary Pathos is a motive for reconstruction; in Defoe, Pathos is never absolute and is aimed more to prevent his contemporaries.2011info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesishttp://hdl.handle.net/10316/19317http://hdl.handle.net/10316/19317porMARTINS, Carlos Manuel - Peste e literatura : a construção narrativa de uma catástrofe. Coimbra : [s.n.], 2011Martins, Carlos Manuelinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2022-01-20T17:49:35Zoai:estudogeral.uc.pt:10316/19317Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T20:42:43.423392Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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