Retratos do feminino: representações da mulher na publicidade televisiva em Portugal
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2021 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.26/37884 |
Resumo: | A publicidade é atualmente uma constante da vida em sociedade, presente na maioria dos contextos da vida individual e coletiva. Esta presença não é inócua e tem consequências e efeitos sobre as pessoas que diariamente são recetoras das mensagens que transmite. A forma como a mulher é representada nos anúncios publicitários segue, de um modo geral, duas tendências: a mulher ligada ao lar e ao mito da domesticidade, mãe e cuidadora; e a mulher que cumpre o mito da beleza, muitas vezes hipersexualizada. Este estudo prende-se com a preponderância desses retratos na publicidade televisiva emitida em Portugal, reveladores de uma outra realidade, relativa aos papéis e estereótipos de género latentes na sociedade. A dissertação revolve em torno de três eixos fulcrais: ogénero, a representação da mulher e a publicidade. Do ponto de vista teórico, é devedora, entre outras, da teoria da performatividade de género de Butler, da teorização de Mulvey sobre o male gaze, da tese de Linker sobre a representação da mulher à luz da sua sexualidade, e da de Wolf, que explora a criação do mito da beleza. Sobre a publicidade, é feita uma exploração da sua evolução enquadrada nas sociedades capitalistas e na pós-modernidade, enquanto que, especificamente sobre a representação da mulher na publicidade, recorremos a vários estudos desenvolvidos neste campo a partir da década de 1970. Para melhor enquadrar e compreender os resultados obtidos empiricamente, foi fundamental a abordagem ao contexto português, através dos temas da igualdade de género, da publicidade e da televisão. A abordagem metodológica centrou-se na análise de conteúdo, tendo por base a classificação que Leslie Z. McArthur e Beth G. Resko desenvolveram nos anos 70 para estudar anúncios televisivos americanos, e adaptações posteriores de Félix Neto, com Isabel Pinto, nos anos 90, e com Carolina Silva, mais recentemente. Foram feitas as devidas adaptações para melhor compreender a realidade portuguesa atual, e criada uma nova grelha de análise para mais especificamente tratar o retrato da mulher na publicidade: através dos papéis, da sua beleza e da interação com personagens do género masculino. A análise estatística dos resultados e a comparação com estudos prévios apontam para a prevalência de certos estereótipos na publicidade televisiva em Portugal – dona de casa, mãe, cuidadora, objeto sexual e de beleza –, mas também para uma evolução positiva na grande maioria das dimensões analisadas. Será possível inferir que a mulher que se vê hoje na publicidade não é completamente diferente da que se encontrou em meados dos anos 90, ou no início do século, mas é já uma mulher mais diversa na forma de apresentação e nos papéis que representa. |
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Do ponto de vista teórico, é devedora, entre outras, da teoria da performatividade de género de Butler, da teorização de Mulvey sobre o male gaze, da tese de Linker sobre a representação da mulher à luz da sua sexualidade, e da de Wolf, que explora a criação do mito da beleza. Sobre a publicidade, é feita uma exploração da sua evolução enquadrada nas sociedades capitalistas e na pós-modernidade, enquanto que, especificamente sobre a representação da mulher na publicidade, recorremos a vários estudos desenvolvidos neste campo a partir da década de 1970. Para melhor enquadrar e compreender os resultados obtidos empiricamente, foi fundamental a abordagem ao contexto português, através dos temas da igualdade de género, da publicidade e da televisão. A abordagem metodológica centrou-se na análise de conteúdo, tendo por base a classificação que Leslie Z. McArthur e Beth G. Resko desenvolveram nos anos 70 para estudar anúncios televisivos americanos, e adaptações posteriores de Félix Neto, com Isabel Pinto, nos anos 90, e com Carolina Silva, mais recentemente. Foram feitas as devidas adaptações para melhor compreender a realidade portuguesa atual, e criada uma nova grelha de análise para mais especificamente tratar o retrato da mulher na publicidade: através dos papéis, da sua beleza e da interação com personagens do género masculino. A análise estatística dos resultados e a comparação com estudos prévios apontam para a prevalência de certos estereótipos na publicidade televisiva em Portugal – dona de casa, mãe, cuidadora, objeto sexual e de beleza –, mas também para uma evolução positiva na grande maioria das dimensões analisadas. Será possível inferir que a mulher que se vê hoje na publicidade não é completamente diferente da que se encontrou em meados dos anos 90, ou no início do século, mas é já uma mulher mais diversa na forma de apresentação e nos papéis que representa.Nowadays, advertising is a constant in western societies, present in most contexts in the individual and collective speres of one’s life. Its presence is not innocuous, having consequences and effects over people who receive such messages on a daily basis. The ways in which women are represented in advertising follow two overall trends: the woman portrayed according to the domesticity myth, at home and following the roles of mother or caretaker; and the woman that fulfils the beauty myth, often hypersexualized. The current study will focus on the predominance of such portraits on television advertisements in Portugal, revealing the reality of gender roles and stereotypes latent in Portuguese society. The dissertation revolves around three pivotal axes: gender, women’s representation and advertising. Concerning the theoretical point of view, it owes Butler’s gender performativity theory, Mulvey’s theorization of the male gaze, Linker’s theory on women’s representation in light of their sexuality, and Wolf’s, which explores the creation of the beauty myth. Concerning advertising, the study focuses on the analysis of its evolution in capitalist and post-modernity, and for the central theme of the dissertation – women’s representation in advertising –, it was developed resorting to several studies developed since the 1970s. To better understand the empirically obtained results, an analysis of the Portuguese context focusing on gender parity, advertising and television was crucial. The methodological approach to the theme focused on a content analysis, based on the classification system that Leslie Z. McArhur and Beth G. Resko developed in the 1970s, in order to study television advertisements in the USA, and the posterior changes that Félix Neto, alongside Isabel Pinto in the 1990s, and later on Carolina Silva more recently established. The necessary adaptations were made to better comprehend the current Portuguese reality, and a new grid for analysis was developed in order to more specifically study women’s portraits in advertising: through their roles, their beauty and interaction with male characters. The statistical analysis of the results and their comparison with previous studies, point the prevalence of several gender stereotypes in Portuguese television advertising – housewife, mother, caretaker, sex and beauty object –, however, a positive trend can be noted in most of the analysed features. It is possible to presume that, even though today’s women in advertising isn’t radically different from their 1990s or 2000s counterpart, but she is already a more diversely represented character in both her roles and presentation.Ramalho, JoanaRepositório ComumMiguel, Inês Diogo dos Prazeres2021-11-04T12:04:24Z2021-04-01T00:00:00Z2021-04-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.26/37884202782808porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2022-09-05T14:39:40Zoai:comum.rcaap.pt:10400.26/37884Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T15:13:35.249377Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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A publicidade é atualmente uma constante da vida em sociedade, presente na maioria dos contextos da vida individual e coletiva. Esta presença não é inócua e tem consequências e efeitos sobre as pessoas que diariamente são recetoras das mensagens que transmite. A forma como a mulher é representada nos anúncios publicitários segue, de um modo geral, duas tendências: a mulher ligada ao lar e ao mito da domesticidade, mãe e cuidadora; e a mulher que cumpre o mito da beleza, muitas vezes hipersexualizada. Este estudo prende-se com a preponderância desses retratos na publicidade televisiva emitida em Portugal, reveladores de uma outra realidade, relativa aos papéis e estereótipos de género latentes na sociedade. A dissertação revolve em torno de três eixos fulcrais: ogénero, a representação da mulher e a publicidade. Do ponto de vista teórico, é devedora, entre outras, da teoria da performatividade de género de Butler, da teorização de Mulvey sobre o male gaze, da tese de Linker sobre a representação da mulher à luz da sua sexualidade, e da de Wolf, que explora a criação do mito da beleza. Sobre a publicidade, é feita uma exploração da sua evolução enquadrada nas sociedades capitalistas e na pós-modernidade, enquanto que, especificamente sobre a representação da mulher na publicidade, recorremos a vários estudos desenvolvidos neste campo a partir da década de 1970. Para melhor enquadrar e compreender os resultados obtidos empiricamente, foi fundamental a abordagem ao contexto português, através dos temas da igualdade de género, da publicidade e da televisão. A abordagem metodológica centrou-se na análise de conteúdo, tendo por base a classificação que Leslie Z. McArthur e Beth G. Resko desenvolveram nos anos 70 para estudar anúncios televisivos americanos, e adaptações posteriores de Félix Neto, com Isabel Pinto, nos anos 90, e com Carolina Silva, mais recentemente. Foram feitas as devidas adaptações para melhor compreender a realidade portuguesa atual, e criada uma nova grelha de análise para mais especificamente tratar o retrato da mulher na publicidade: através dos papéis, da sua beleza e da interação com personagens do género masculino. A análise estatística dos resultados e a comparação com estudos prévios apontam para a prevalência de certos estereótipos na publicidade televisiva em Portugal – dona de casa, mãe, cuidadora, objeto sexual e de beleza –, mas também para uma evolução positiva na grande maioria das dimensões analisadas. Será possível inferir que a mulher que se vê hoje na publicidade não é completamente diferente da que se encontrou em meados dos anos 90, ou no início do século, mas é já uma mulher mais diversa na forma de apresentação e nos papéis que representa. |
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