Avaliação da saúde mental dos estudantes de medicina da Universidade da Beira Interior

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Avelar, Rita de Azevedo
Data de Publicação: 2015
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.6/5149
Resumo: Introdução: A saúde mental, física e social estão profundamente inter-relacionadas na sua contribuição para o bem-estar do ser humano. Os problemas mentais são uma realidade subvalorizada no grupo de estudantes de Medicina e, consequentemente, este estudo procura avaliar a saúde mental dos estudantes de Medicina da Universidade da Beira Interior. Nesse sentido, investiga a existência duma possível relação entre a saúde mental dos alunos e variáveis sociodemográficas, académicas, apoio por profissional de saúde, consumo de álcool e tabaco e procura compreender as barreiras à procura de ajuda para problemas relacionados com saúde mental. Materiais e Métodos: É um estudo observacional tipo transversal, empírico com metodologia quantitativa. Foi disponibilizado aos alunos um questionário contendo uma adaptação do Mental Health Inventory de Ribeiro que avalia a saúde mental global. Estudou-se a saúde mental em relação à idade, género, estado civil, deslocação do agregado familiar, situação familiar e profissional dos pais, com quem vive durante o ano letivo, ano de curso, nota de entrada na faculdade, média atual de curso, acompanhamento psicológico atual ou no passado, uso de terapêutica farmacológica atualmente ou no passado, consumo de álcool e tabaco e identificação de barreiras à procura de ajuda. Para tratamento estatístico da informação recolhida foi usado o programa Statistical Package for Social Sciences®, versão 22 para Windows®. Resultados: Responderam ao inquérito 303 alunos, dos quais 221 (72,9%) pertencem ao género feminino e 82 (27,1%) ao género masculino. A idade média dos estudantes é de 22 ± 2,55 anos. Em relação ao ano letivo, 18,8% dos alunos frequentam o 1º ano, 15,8% o 2º ano, 19,8% estão no 3º ano, 14,9% no 4º ano, 20,5% encontram-se no 5º ano e 10,2% no 6º ano. Da amostra, 21 (6,9%) tem apoio atual para questões relacionados com saúde mental. Verificou-se que o género masculino tem níveis significativamente mais elevados de saúde mental (p<0,05). O facto de o aluno ter um relacionamento amoroso também foi associado a níveis mais elevados de saúde mental (p<0,05). Verificou-se que a saúde mental dos estudantes varia significativamente em função da situação profissional da mãe, constatando-se níveis de saúde mental mais elevados nos alunos cuja mãe está reformada (p<0,05). Na dimensão do acompanhamento por profissional de saúde, aqueles que tiveram ou têm consulta para questões relacionadas com saúde mental detêm níveis mais baixos de saúde mental, e o mesmo se verifica para os alunos que usaram ou usam terapêutica para problemas de saúde mental (p<0,05). Dos 154 alunos que possuem uma avaliação da saúde mental abaixo da média, apenas 9,1% têm apoio e concluiu-se que estes têm um nível mais baixo de saúde mental do que aqueles que não têm apoio atual (p<0,05). Dos 303 alunos que compõem a amostra, 25,1% conhecem o Gabinete de Apoio Psicológico e Empreendedorismo Social. A crença de que a solução não se encontra noutra pessoa, mas em si ou nos familiares e amigos foi a barreira à procura de ajuda mais reportada pelos alunos. Verificou-se que os alunos que reportaram pelo menos uma barreira à procura de ajuda e que não negaram a necessidade de ajuda têm, efetivamente, piores índices de saúde mental (p<0,05). Não se verificaram diferenças nos níveis de saúde mental entre os alunos dos diferentes anos letivos e em relação ao consumo de tabaco e álcool. Conclusões: É muito importante alertar as universidades e outras entidades envolvidas na vida académica para as diferenças na saúde mental e barreiras para a procura de ajuda que existem entre os estudantes de Medicina. O conhecimento da situação atual indica a necessidade de divulgação dos recursos que a Universidade dispõe para ajudar os alunos que precisam e sugere a criação de programas de educação sobre técnicas de relaxamento, técnicas de coping e de como lidar com o stress de modo a prevenir problemas de saúde mental nos estudantes de Medicina da Universidade da Beira Interior.
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spelling Avaliação da saúde mental dos estudantes de medicina da Universidade da Beira InteriorSituação atual e comparação com estudo anteriorBarreirasBem-Estar PsicológicoDistress PsicológicoMedicinaSaúde MentalDomínio/Área Científica::Ciências Médicas::Ciências da Saúde::MedicinaIntrodução: A saúde mental, física e social estão profundamente inter-relacionadas na sua contribuição para o bem-estar do ser humano. Os problemas mentais são uma realidade subvalorizada no grupo de estudantes de Medicina e, consequentemente, este estudo procura avaliar a saúde mental dos estudantes de Medicina da Universidade da Beira Interior. Nesse sentido, investiga a existência duma possível relação entre a saúde mental dos alunos e variáveis sociodemográficas, académicas, apoio por profissional de saúde, consumo de álcool e tabaco e procura compreender as barreiras à procura de ajuda para problemas relacionados com saúde mental. Materiais e Métodos: É um estudo observacional tipo transversal, empírico com metodologia quantitativa. Foi disponibilizado aos alunos um questionário contendo uma adaptação do Mental Health Inventory de Ribeiro que avalia a saúde mental global. Estudou-se a saúde mental em relação à idade, género, estado civil, deslocação do agregado familiar, situação familiar e profissional dos pais, com quem vive durante o ano letivo, ano de curso, nota de entrada na faculdade, média atual de curso, acompanhamento psicológico atual ou no passado, uso de terapêutica farmacológica atualmente ou no passado, consumo de álcool e tabaco e identificação de barreiras à procura de ajuda. Para tratamento estatístico da informação recolhida foi usado o programa Statistical Package for Social Sciences®, versão 22 para Windows®. Resultados: Responderam ao inquérito 303 alunos, dos quais 221 (72,9%) pertencem ao género feminino e 82 (27,1%) ao género masculino. A idade média dos estudantes é de 22 ± 2,55 anos. Em relação ao ano letivo, 18,8% dos alunos frequentam o 1º ano, 15,8% o 2º ano, 19,8% estão no 3º ano, 14,9% no 4º ano, 20,5% encontram-se no 5º ano e 10,2% no 6º ano. Da amostra, 21 (6,9%) tem apoio atual para questões relacionados com saúde mental. Verificou-se que o género masculino tem níveis significativamente mais elevados de saúde mental (p<0,05). O facto de o aluno ter um relacionamento amoroso também foi associado a níveis mais elevados de saúde mental (p<0,05). Verificou-se que a saúde mental dos estudantes varia significativamente em função da situação profissional da mãe, constatando-se níveis de saúde mental mais elevados nos alunos cuja mãe está reformada (p<0,05). Na dimensão do acompanhamento por profissional de saúde, aqueles que tiveram ou têm consulta para questões relacionadas com saúde mental detêm níveis mais baixos de saúde mental, e o mesmo se verifica para os alunos que usaram ou usam terapêutica para problemas de saúde mental (p<0,05). Dos 154 alunos que possuem uma avaliação da saúde mental abaixo da média, apenas 9,1% têm apoio e concluiu-se que estes têm um nível mais baixo de saúde mental do que aqueles que não têm apoio atual (p<0,05). Dos 303 alunos que compõem a amostra, 25,1% conhecem o Gabinete de Apoio Psicológico e Empreendedorismo Social. A crença de que a solução não se encontra noutra pessoa, mas em si ou nos familiares e amigos foi a barreira à procura de ajuda mais reportada pelos alunos. Verificou-se que os alunos que reportaram pelo menos uma barreira à procura de ajuda e que não negaram a necessidade de ajuda têm, efetivamente, piores índices de saúde mental (p<0,05). Não se verificaram diferenças nos níveis de saúde mental entre os alunos dos diferentes anos letivos e em relação ao consumo de tabaco e álcool. Conclusões: É muito importante alertar as universidades e outras entidades envolvidas na vida académica para as diferenças na saúde mental e barreiras para a procura de ajuda que existem entre os estudantes de Medicina. O conhecimento da situação atual indica a necessidade de divulgação dos recursos que a Universidade dispõe para ajudar os alunos que precisam e sugere a criação de programas de educação sobre técnicas de relaxamento, técnicas de coping e de como lidar com o stress de modo a prevenir problemas de saúde mental nos estudantes de Medicina da Universidade da Beira Interior.Introduction: Mental, physical and social health are closely related in their contribution to human well-being. Mental health problems are an underrated reality among medical students and, consequently, the purpose of this research is to assess the mental health of medical students at the University of Beira Interior. Therefore, we analyzed the existence of a possible relationship between the mental health of students and socio-demographic and academic variables, support by health professional, alcohol and tobacco consumption and understand the barriers to seek help for problems related to mental health. Materials and Methods: It is an observational, cross-sectional and empirical study. It was applied a survey with an adaptation of the Mental Health Inventory that evaluates mental health levels. It was studied the mental health in relation to age, gender, marital status, moving from their parents’ house to study, marital and professional situation of parents, with whom they live during the school year, year course, college admission grades, current college grades, current or past psychological counseling, current or past pharmacological therapy, alcohol and tobacco consumption and identification of barriers to seek help. For statistical analysis of the information collected it was used the Statistical Package for Social Sciences®, version 22 for Windows®. Results: Of the 303 students that responded to the survey, 221 (72.9%) are female and 82 (27.1%) are male. The average age of students is 22 ± 2.55 years. In relation to the school year, 18.8% of students attend the 1st year, 15.8% the 2nd year, 19.8% are in the 3rd year, 14.9% in the 4th year, 20.5% in the 5th year and 10.2% in the 6th year. Of the sample, 21 (6.9%) have current support for issues related to mental health. It was found that mental health is significantly higher in males (p<0.05). The engagement in a romantic relationship was also associated with higher levels of mental health (p<0.05). It was found that the mental health of students varies significantly with the mother’s job situation and those with a retired mother have higher levels of mental health. (p<0.05). It was verified that those who have or had consultation due to issues related to mental health present lower levels of mental health and the same is true for students who use or have used therapy for mental health problems (p<0,05). Of the 154 students who have an evaluation of mental health below the average, only 9.1% have support and it was concluded that they have a lower level of mental health than those who don’t have support (p<0.05). Of the 303 students in the sample, 25.1% know the Office of Psychological Support and Social Entrepreneurship. The belief that the solution of the problem is in the student or in his family/friends and not in a doctor/psychologist was the barrier to seek help more reported by students. It was verified that there is a statistically significant difference of mental health levels between students who assume that don’t need mental support and the students that don’t deny it and identify barriers to seek aid (p<0.05). There were no differences between students in different school years and in relation to tobacco and alcohol consumption. Conclusions: It is very important to alert universities and other entities involved in academic life to the differences in mental health and barriers to seek help that exist among medical students. The knowledge of the current situation indicates the need of disclosing the resources that the University has to help students in need and supports the creation of education programs about relaxation techniques, coping methods and techniques to learn how to deal with stress, in a way that prevents mental health problems in medical students of University of Beira Interior.Vitória, Paulo dos Santos DuarteNunes, CéliauBibliorumAvelar, Rita de Azevedo2018-07-17T16:22:34Z2015-5-142015-07-152015-07-15T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.6/5149TID:201641860porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-12-15T09:42:43Zoai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/5149Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T00:46:07.519376Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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