Neoplasias malignas da cavidade oral do cão: descrição das caraterísticas tomográficas

• Autor(a) principal: Marques, Ana Alexandra Araújo
• Data de Publicação: 2022
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10348/11773
• topic: cão; cavidade oral

A cavidade oral, no cão, representa a quarta localização mais frequente para o aparecimento de neoplasias malignas. A introdução da tomografia computorizada na prática médico-veterinária proporcionou um importante avanço no diagnóstico por imagem destas doenças. O objetivo deste estudo foi descrever as características tomográficas das neoplasias orais malignas, assim como reunir um conjunto de imagens representativo dos parâmetros estudados. A amostra estudada incluiu 24 cães de nove raças distintas, 7 fêmeas e 17 machos e com uma média de idades de 10,71 anos (4 a 16 anos) diagnosticados com neoplasia maligna da cavidade oral e submetidos a tomografia computorizada da região da cabeça no Centro Hospitalar Veterinário, no Porto. Os parâmetros imagiológicos avaliados incluíram a localização anatómica, a dimensão, a atenuação da estrutura e padrão de captação de contraste, o envolvimento ósseo, a invasão de estruturas adjacentes e a presença de linfadenopatia ou metastização local e/ou à distância. O carcinoma pavimentocelular foi o tumor mais representado na amostra estudada (33,3%), seguido pelo melanoma (29,2%) e pelo fibrossarcoma (20,8%). Este estudo permitiu observar que a localização mais frequente das neoplasias foi a maxila (45,8%) e que a maior parte dos indivíduos apresentou alterações nos parâmetros avaliados, nomeadamente, aumento da dimensão da massa superior a 4 cm (54,2%), atenuação de tecidos moles (87,5%), captação de contraste com padrão heterogéneo (87,5%) e envolvimento ósseo (58,3%). As linfadenopatias foram também frequentes (75%), principalmente no linfonodo mandibular. Quando realizado o exame tomográfico do tórax e/ou do abdómen para estadiamento, em 47,1% dos casos identificaram-se metástases. Apenas 20,8% da amostra apresentou invasão de uma estrutura adjacente à massa primária. Não foi possível descrever um padrão tomográfico típico de cada tipo histológico estudado. Os resultados obtidos contribuem para o conhecimento da imagem tomográfica das neoplasias orais malignas e enfatizam a sua importância no diagnóstico da doença.