Marginalidades juvenis no limiar do século XXI: poder, mercado, subversão & conflito
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2006 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10174/15864 |
Resumo: | Contrariamente à uniformidade que muitos auguraram, as sociedades da Aldeia Global parecem ser fragmentárias, assimétricas e heterogéneas, embora subordinadas a uma superestrutura comum de mercado e de consumo. A divisão global do trabalho diluiu as fronteiras nacionais e identitárias e reorganizou assimetrias. Os centros e as margens, a hegemonia e a subalternidade, a inclusão e a exclusão, definem e/ou são definidas em torno de estruturas económicas, culturais e simbólicas determinantes e determinadas pelo mercado e pelo consumo. Tal como noutras épocas, a aceitação passiva e pacífica da nova ordem mundial coexiste com a disseminação de discursos de dissidência e identidades subversivas que pretendem subtrair-se ao controlo exercido pelo poder hegemónico. A música, assim como as definições, símbolos e significados, associadas a determinados grupos sociais marginais, foram, desde a sua origem até à atualidade, constante e progressivamente reinterpretadas, dando corpo a um outro tipo de mudanças porventura menos visíveis. Partindo de uma herança comum localizada no tempo e no espaço, as identidades e práticas culturais juvenis foram-se redefinindo, fragmentando e/ou aglutinando, incorporando um vasto complexo relacional de negociações, resistência, luta, hegemonia, e subalternidade. Dos espaços contraculturas que albergaram as gerações de Baby-Boomers proliferou uma linhagem de subculturas formadas em torno de padrões comuns de consumo musical que incorporam simultaneamente identidade, marginalidade, insubmissão e revolta, mas que também exibem os condicionalismos e a vulnerabilidade resultantes de um confronto desigual e permanente com os poderes dominantes. Esta dissertação, realizada no âmbito do curso de Mestrado em Sociologia na área de especialização Poder & Sistemas Políticos, constitui, portanto, uma reflexão crítica que congrega o conhecimento científico adquirido, com elementos recolhidos da experiência pessoal enquanto observador e enquanto fã, objetivando a compreensão da dimensão etnográfica do fenómeno sociocultural e identitário, e ambicionando estabelecer o mote para um debate alargado a outros tipos de manifestações culturais contra-hegemónicas, bem como, às relações que estabelecem na dinâmica do poder. ***/Abstract - Unlike the homogeneity that so many predicted, human societies in the Global Village seem to be fragmentary, asymmetric and heterogeneous, even though they are subordinated to a common super structure based on global market and consumption. Labour's global distribution has collapse national and personal boundaries and reorganized the difference categories. Centre and margins, hegemony and dependency, inclusion and exclusion are mainly defined in economic, cultural and symbolic structures established in a global dimension. Nowadays, as before, the peaceful and passive acceptance of the new world order coexists with dissemination of dissent speeches and subversive identities that intend to defy and escape the hegemonic control. Music, as well as its concepts, symbols and meanings related to some marginal social groups have been reinterpreted embodying other type of mutations perhaps less obvious. From a common heritage placed in time and space, youth identities and their cultural practices were progressively redefined based on a relational complex involving negotiation, resistance, struggle, hegemony and dependency. From the counter-cultural spaces that logged the Baby-Boom generation sprung a lineage of youth sub-cultures based on common patterns of musical consumption which display identity, insubordination and rebellion, both as vulnerability as a consequence of an unequal and permanent confrontation with the dominant power. Thus, this essay, realized as a master's dissertation in Sociology in the area of specialization Power & Political Systems, is a critical approach that combines scientific knowledge along with facts collected from my own experience as an observer and a fan, and it intends to understand the ethnographic dimension of the phenomenon, as well as set the basis to the debate about other types of counter-hegemonic cultural manifestations and their place in worldwide power relations. |
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A música, assim como as definições, símbolos e significados, associadas a determinados grupos sociais marginais, foram, desde a sua origem até à atualidade, constante e progressivamente reinterpretadas, dando corpo a um outro tipo de mudanças porventura menos visíveis. Partindo de uma herança comum localizada no tempo e no espaço, as identidades e práticas culturais juvenis foram-se redefinindo, fragmentando e/ou aglutinando, incorporando um vasto complexo relacional de negociações, resistência, luta, hegemonia, e subalternidade. Dos espaços contraculturas que albergaram as gerações de Baby-Boomers proliferou uma linhagem de subculturas formadas em torno de padrões comuns de consumo musical que incorporam simultaneamente identidade, marginalidade, insubmissão e revolta, mas que também exibem os condicionalismos e a vulnerabilidade resultantes de um confronto desigual e permanente com os poderes dominantes. Esta dissertação, realizada no âmbito do curso de Mestrado em Sociologia na área de especialização Poder & Sistemas Políticos, constitui, portanto, uma reflexão crítica que congrega o conhecimento científico adquirido, com elementos recolhidos da experiência pessoal enquanto observador e enquanto fã, objetivando a compreensão da dimensão etnográfica do fenómeno sociocultural e identitário, e ambicionando estabelecer o mote para um debate alargado a outros tipos de manifestações culturais contra-hegemónicas, bem como, às relações que estabelecem na dinâmica do poder. ***/Abstract - Unlike the homogeneity that so many predicted, human societies in the Global Village seem to be fragmentary, asymmetric and heterogeneous, even though they are subordinated to a common super structure based on global market and consumption. Labour's global distribution has collapse national and personal boundaries and reorganized the difference categories. Centre and margins, hegemony and dependency, inclusion and exclusion are mainly defined in economic, cultural and symbolic structures established in a global dimension. Nowadays, as before, the peaceful and passive acceptance of the new world order coexists with dissemination of dissent speeches and subversive identities that intend to defy and escape the hegemonic control. Music, as well as its concepts, symbols and meanings related to some marginal social groups have been reinterpreted embodying other type of mutations perhaps less obvious. From a common heritage placed in time and space, youth identities and their cultural practices were progressively redefined based on a relational complex involving negotiation, resistance, struggle, hegemony and dependency. From the counter-cultural spaces that logged the Baby-Boom generation sprung a lineage of youth sub-cultures based on common patterns of musical consumption which display identity, insubordination and rebellion, both as vulnerability as a consequence of an unequal and permanent confrontation with the dominant power. Thus, this essay, realized as a master's dissertation in Sociology in the area of specialization Power & Political Systems, is a critical approach that combines scientific knowledge along with facts collected from my own experience as an observer and a fan, and it intends to understand the ethnographic dimension of the phenomenon, as well as set the basis to the debate about other types of counter-hegemonic cultural manifestations and their place in worldwide power relations.Universidade de Évora2015-09-30T15:09:32Z2015-09-302006-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesishttp://hdl.handle.net/10174/15864http://hdl.handle.net/10174/15864pordep. 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