Assistência médica de acidentes tauromáquicos em praças portuguesas

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Ângelo, David Serrano Faustino
Data de Publicação: 2010
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.6/731
Resumo: Introdução: A tauromaquia é considerada uma actividade de risco de acidentes traumáticos e perfurantes. Não tem existido o hábito de registar o tipo e frequência dos acidentes, o que coloca dificuldades no planeamento dos cuidados médicos nas praças de toiros. Tradicionalmente os artistas tauromáquicos são apreciados em particular pela sua valentia, desvalorizando-se os aspectos que se relacionam com a sua segurança. Objectivos: Compreender a frequência e o tipo de acidentes em praças de toiros fixas em Portugal; avaliar e conhecer as condições de assistência médica nas praças de toiros em função dos seus recursos humanos e técnicos; dar um contributo para o melhor conhecimento e para uma melhoria das condições de assistência e prevenção dos acidentes tauromáquicos nas praças de toiros portuguesas. Material e Métodos: A metodologia consistiu em visitas presenciais a oito praças de toiros fixas e em entrevistas (presenciais e telefónicas) a entidades tauromáquicas e a profissionais tauromáquicos. Foi solicitado o preenchimento de um inquérito aos médicos e técnicos presentes. Foi efectuada a consulta dos registos das actividades das equipas clínicas das enfermarias das praças de toiros. Resultados: Das oito praças de toiros visitadas apenas 25% (duas praças) afirmaram que registavam os acidentes, mas só a praça de toiros do Campo Pequeno facultou os resultados. Os forcados do GFA de Coruche participaram em 24 corridas no ano de 2008, tendo sofrido 15 acidentes. Destes, 27% foram causados por bandarilhas, e 33% consistiram em fracturas ósseas. Nos forcados, os traumatismos mais frequentes são os do joelho. Nas últimas duas décadas faleceram seis forcados em praças portuguesas. Conclusão: Em Portugal, existe uma deficiência dos registos de acidentes que ocorrem nas praças de toiros. A maioria das lesões surge entre os forcados, sendo este o grupo de maior risco. As bandarilhas são a maior causa evitável de acidentes nos forcados. Quanto à prevenção das infecções, particularmente à profilaxia do tétano, tem sido menosprezada nos traumatismos que ocorrem nas praças de toiros principalmente nas feridas perfurantes.
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spelling Assistência médica de acidentes tauromáquicos em praças portuguesasUm contributo para a sua compreensãoAssistência médica - Acidentes tauromáquicos - PortugalTraumatismos - Acidentes tauromáquicos - PortugalTourada - Prevenção acidentes - PortugalBandarilhasForcadosHaste de toirosRegistos médicosTraumatismoIntrodução: A tauromaquia é considerada uma actividade de risco de acidentes traumáticos e perfurantes. Não tem existido o hábito de registar o tipo e frequência dos acidentes, o que coloca dificuldades no planeamento dos cuidados médicos nas praças de toiros. Tradicionalmente os artistas tauromáquicos são apreciados em particular pela sua valentia, desvalorizando-se os aspectos que se relacionam com a sua segurança. Objectivos: Compreender a frequência e o tipo de acidentes em praças de toiros fixas em Portugal; avaliar e conhecer as condições de assistência médica nas praças de toiros em função dos seus recursos humanos e técnicos; dar um contributo para o melhor conhecimento e para uma melhoria das condições de assistência e prevenção dos acidentes tauromáquicos nas praças de toiros portuguesas. Material e Métodos: A metodologia consistiu em visitas presenciais a oito praças de toiros fixas e em entrevistas (presenciais e telefónicas) a entidades tauromáquicas e a profissionais tauromáquicos. Foi solicitado o preenchimento de um inquérito aos médicos e técnicos presentes. Foi efectuada a consulta dos registos das actividades das equipas clínicas das enfermarias das praças de toiros. Resultados: Das oito praças de toiros visitadas apenas 25% (duas praças) afirmaram que registavam os acidentes, mas só a praça de toiros do Campo Pequeno facultou os resultados. Os forcados do GFA de Coruche participaram em 24 corridas no ano de 2008, tendo sofrido 15 acidentes. Destes, 27% foram causados por bandarilhas, e 33% consistiram em fracturas ósseas. Nos forcados, os traumatismos mais frequentes são os do joelho. Nas últimas duas décadas faleceram seis forcados em praças portuguesas. Conclusão: Em Portugal, existe uma deficiência dos registos de acidentes que ocorrem nas praças de toiros. A maioria das lesões surge entre os forcados, sendo este o grupo de maior risco. As bandarilhas são a maior causa evitável de acidentes nos forcados. Quanto à prevenção das infecções, particularmente à profilaxia do tétano, tem sido menosprezada nos traumatismos que ocorrem nas praças de toiros principalmente nas feridas perfurantes.Introducción: La tauromaquia es considerado un arte de riesgo de accidentes trumáticos y perfurantes. No se ha tenido en cuenta el hábito de registrar el tipo y frecuencia de los accidentes, por lo que existe dificultad en planear los cuidados médicos en las plazas de toros. Tradicionalmente, los artistas tauromáquicos son apreciados en particular por su valentía, desvalorandose los aspectos que se relacionan con su seguridad. Objetivos: Comprender la frecuencia y el tipo de accidentes que ocurren en las plazas de toros que existen en Portugal; Hacer una evaluación y conocer las condiciones de asistencia médica en estos locales en función de sus recursos humanos y técnicos; Dar un contributo para lo mejor conocimiento y para la mejoría de las condiciones de asistencia y prevención de los accidentes tauromáquicos en las plazas de toros portuguesas. Material y método: La metogología consistió en visitas presenciales en ocho plazas de toros fijas y en entrevistas (presenciales y telefónicas) a entidades tauromáquicas y a profesionales tauromáquicos. Se dió un inquérito a los médicos y técnicos presentes. También hicimos la consulta de los registros de las actividades de los equipos clínicos de las enfermerías de las plazas de toros. Resultados: De las ocho plazas de toros visitadas, solo 25% (dos plazas) afirmaron registrar los accidentes, pero solo la plaza de torso del Campo Pequeno facultó los resultados. Los forzosos del GFA de Coruche, en 2008, participaron en 24 carreras, tuvieron 15 accidentes, aproximadamente unos 27% fueron provocados por banderillas y aproximadamente 33% fueron fracturas. Las lesiones más frecunetes en forzosos son traumatiismos en la rodilla. Consideradas en su conjunto, las fracturas representan las lesiones más frecuentes en forzosos. En las últimas dos décadas han muerto seis forzosos en las plazas portuguesas. Conclusión: En Portugal no se han efectuado registros de los accidentes que ocurren en las plazas de toros. La mayoría de las lesiones ocurre con forzosos, siendo este el grupo de mayor riesgo. Las banderillas son la gran causa evitable de accidentes con forzosos. Se debería considerar la utilización de la vacuna anti-tetánica y tambien antibióticoterapia de ancho espectro que cubra gérmenes aerobios (Gram+ y Gram-) y anaerobios en las lesiones perfurantes que ocurren con los toreros.Introduction: Bullfighting is considered as an art of risk of accidents with traumatic and penetrating injuries. To record the type and frequency of the accidents, isn’t a common thing, so there has been some difficulty in planning medical care in arenas. Traditionally bullfighting artists are appreciated by their bravery, being underestimated all aspects concerning their safety. Objective: To understand the frequency and type of accidents in established bullrings in Portugal; To evaluate and know the conditions of medical care in bullrings according to their human and technical resources; to give a contribution for a best knowledge and improvement of assistance and prevention of accidents in Portuguese bullrings. Material and method: Methodology consisted of effective visits to eight established bullfighting arenas and in personal and over the phone interviews to bullfighting entities and bullfighting professionals. A questionnaire has been passed to doctors and all technicians in presence. We have also consulted the activity records of the clinical staff in the infirmaries of bullrings. Results: Of the eight arenas visited, only 25% (two arenas) declared to have a record of the accidents, but just the bullring of Campo Pequeno has shown the results. The “forcados” of Grupo de Forcados Amadores of Coruche, in 2008 participated in 24 bullfights, had 15 accidents from approximately 27% were caused by banderillas, and approximately 33% were fractures. The most frequent injuries in “forcados” are knee trauma. Considering fractures in its whole they represent the most frequent injuries on “forcados”. On the last two decades six “forcados” died in Portuguese bullrings. Conclusion: In Portugal, there are no records of the accidents which occur in bullrings. The majority of injuries happen in “forcados”, being this the largest risk group. The banderillas are the biggest avoidable cause of accidents in “forcados”. It should be considered the use of anti tetanic vaccine and antibiotic therapy of wide range, which covers aerobic and anaerobic germen (Gram+ and Gram-) in penetrating injuries happening on bullfighters.Universidade da Beira InteriorMoutinho, José Alberto FonsecauBibliorumÂngelo, David Serrano Faustino2012-11-19T13:45:14Z2010-032010-03-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.6/731porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-12-15T09:36:04Zoai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/731Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T00:42:44.961678Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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