Maneio, clínica e cirurgia de bovinos leiteiros
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2010 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10174/15400 |
Resumo: | (Introdução) O presente relatório é referente ao estágio curricular de domínio fundamental do Curso de Mestrado Integrado em Medicina Veterinária da Universidade de Évora, que decorreu desde 6 de Outubro de 2009 a 27 de Março de 2010 e consistiu em acompanhar a actividade clínica diária do Dr. José Neves. O estágio decorreu nos concelhos de Figueira da Foz, Montemor-o-Velho, Cantanhede e Pombal, pertencentes aos distritos de Coimbra e Leiria, na Beira Litoral. Devido à predominância de bovinos leiteiros na região, pude acompanhar maioritariamente actividades relacionadas com profilaxia, controlo reprodutivo, clínica e cirurgia nestes animais. Deparei-me com uma produção leiteira encarada cada vez mais como uma actividade empresarial, cujas exigências por parte das cooperativas leiteiras e do consumidor final são cada vez maiores. Nestas explorações, a prevenção das doenças com impacto na produção leiteira reverterá em ganhos assinaláveis quer em termos quantitativos quer em termos qualitativos. A esta realidade junta-se a limitação de produção imposta pelas quotas leiteiras e a pressão acrescida sobre o valor do litro de leite, obrigando não só à diminuição dos custos de produção como também à gestão cuidada da produção leiteira total da exploração. Embora cada exploração tivesse características únicas e particulares, com as suas listas de objectivos e problemas específicos, todas elas tinham um objectivo comum: a rentabilidade empresarial. No entanto, a crise que se faz sentir de momento no sector impossibilita, para alguns produtores, o atingir desta finalidade, pelo que estes, por falta de subsistência, se vêem muitas vezes obrigados a desistir dos seus animais. Para a maior parte dos pequenos produtores (os que têm a sua vaquinha ao lado de casa) a vaca não constitui apenas uma forma de rentabilidade, mas também uma ocupação, uma distracção ou a solução para o “nunca se viram a fazer mais nada” (Leitão, 2004). Muitos dos produtores, já mais velhos e reformados, fizeram a mesma actividade durante toda a sua vida e não sabem o que é folgar um dia porque, segundo eles, as vacas são umas “fábricas” que não encerram para descanso, quer seja dia de festa, feriado ou fim-de-semana. Para estas mesmas pessoas, a emoção de perder os seus animais é muito maior do que para qualquer um de nós porque, além de viverem deles, também vivem para eles. Aprendi sobre o maneio, diagnóstico e tratamento de uma vaca, mas também sobre este dia-a-dia de quem as possui e das dificuldades que muitas vezes enfrentam. |
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