IMPACTO DO CONFINAMENTO DA PANDEMIA COVID-19 NA SAÚDE MENTAL DAS POPULAÇÕES: INTERAÇÃO ENTRE FATORES MICRO E MACROESTRUTURAIS
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2022 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10316/106386 |
Resumo: | Dissertação de Mestrado em Psiquiatria Social e Cultural apresentada à Faculdade de Medicina |
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IMPACTO DO CONFINAMENTO DA PANDEMIA COVID-19 NA SAÚDE MENTAL DAS POPULAÇÕES: INTERAÇÃO ENTRE FATORES MICRO E MACROESTRUTURAISIMPACT OF COVID-19 PANDEMIC’S CONFINEMENT ON THE MENTAL HEALTH OF POPULATIONS: INTERACTION BETWEEN MICRO AND MACROSTRUCTURAL FACTORSCOVID-19ConfinamentoSaúde MentalDesigualdadePsiquiatriaCOVID-19Confinement,Mental HealthInequalityPsychiatryDissertação de Mestrado em Psiquiatria Social e Cultural apresentada à Faculdade de MedicinaO surgimento da pandemia COVID-19 no início de 2020 e a rápida imposição de medidas de confinamento e distanciamento acompanharam-se do receio de uma emergência de crise de saúde mental. Ao longo deste trabalho, o autor pretendeu analisar o impacto mental deste primeiro confinamento na saúde mental da população portuguesa, identificado a sua relação com diferentes fatores sociodemográficos e níveis de confiança institucional, identificando os mecanismos de adaptação mais eficazes em lidar com esta experiência.Apesar de grande parte dos estudos selecionados alertarem para um aumento significativo dos níveis de stress, ansiedade e depressão na sequência da imposição do confinamento, estudos longitudinais salientam a capacidade de resiliência da população portuguesa. No entanto, as experiências de confinamento revelam-se assimétricas. Assim pessoas do sexo feminino ou autoidentificadas como não binárias, de idade jovem, com menor rendimento e menor escolaridade, apresentando antecedentes de patologia física e mental, em condição de migrante, orientação bissexual ou homossexual, desempregados ou em trabalho presencial, vivendo em meios rurais isolados e apoiando-se maioritariamente em redes sociais na procura de informações relativas à pandemia foram associados a uma saúde mental mais precária, com resultados particularmente significativos entre as mulheres e jovens. O maior sofrimento associou-se quer a uma maior precariedade económica, quer a uma maior perceção de exposição ao vírus, acrescentando-se no caso das mulheres uma sobrecarga conflituante entre as responsabilidades laborais e domésticas. A pandemia COVID-19 parece ter, portanto, acentuado as desigualdades sociais, numa dinâmica sindémica. Também uma maior confiança institucional, nomeadamente, nas decisões tomadas pelo governo revelou-se como um fator protetor de sofrimento entre a população portuguesa, permitindo a implementação precoce de medidas que limitem a disseminação do vírus e o seu impacto, quer económico, quer mental. Ao nível de mecanismos de adaptação, os que se encontram focados na acomodação apresentaram melhores resultados, o que é consistente com situações associadas a um elevado grau de imprevisibilidade. Por outro lado, mecanismos centrados na atribuição de um significado verificaram-se particularmente eficazes na preservação de uma coerência vital e promoção de saúde a longo prazo. Neste sentido, um elevado nível de confiança no governo revela-se importante na formulação de um sentido comunitário centrado em valores de proteção da saúde da sociedade. Assim, governos capazes de emitir uma mensagem pouco ambígua e assertiva apresentam uma maior eficácia em gerar um sentimento de segurança às suas populações. No entanto, pessoas particularmente vulneráveis à pandemia e sujeitas a um maior impacto quer mental quer económico, apresentaram uma menor probabilidade de adesão a estas mensagens, colocando-os numa situação particularmente propícia de adesão a teorias conspirativas e consequentemente de menor adesão às regras de contenção da pandemia.The rise of the COVID-19 pandemic in early 2020 and the rapid imposition of confinement and distancing measures were followed by fears of a mental health crisis emergency. Throughout this work, the author proposed to analyze the mental impact of this first confinement on the mental health of the Portuguese population, identifying its relationship with different sociodemographic factors and levels of institutional trust, identifying the most effective adaptation mechanisms in dealing with this experience.Although most studies present a significant increase in levels of stress, anxiety and depression following the imposition of confinement, longitudinal studies highlight the resilience of the Portuguese population. However, the experiences of confinement are asymmetrical. People who are female or self-identified as non-binary, of young age, with lower income and less education, with a history of physical and mental pathology, in a migrant condition, bisexual or homosexual orientation, unemployed or in face-to-face work, living in rural areas and relying mostly on social networks for information regarding the pandemic were associated with poorer mental health, with particularly significant results among women and young people. This impact was associated either with greater economic difficulties and with a greater perception of virus exposition, adding a conflicting burden between work and domestic responsibilities in the case of women. The COVID-19 pandemic, therefore, seems to have widened social inequalities, in a syndemic way. Also, greater institutional trust, namely, in the decisions taken by the government, proved to be a protective factor of suffering among the Portuguese population, allowing the early implementation of measures that limit the spread of the virus and its impact, both economic and mental.In terms of adaptation mechanisms, those focused on accommodation showed better results, which is consistent with situations associated with a high degree of unpredictability. On the other hand, mechanisms focused on the attribution of meaning were found to be particularly effective in preserving vital coherence and promoting health in the long term. In this sense, a high level of trust in the government proves to be important in the creation of a sense of community centered on protecting society’s health. Thus, governments capable of formulating an unambiguous and assertive message are more effective in generating a feeling of safeness in their populations. However, people particularly vulnerable to the pandemic and subject to a greater impact, both mental and economic, were less likely to adhere to these messages, putting them in a greater risk of adhering to conspiracy theories and engaging less to protective guidelines.2022-10-28info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesishttp://hdl.handle.net/10316/106386http://hdl.handle.net/10316/106386TID:203264711porMacedo, Pedro Daniel Botelhoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-04-01T20:37:28Zoai:estudogeral.uc.pt:10316/106386Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T21:22:51.145522Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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