Variáveis familiares e saúde em crianças de pais divorciados

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Morais, Ana Paula Gonçalves de
Data de Publicação: 2007
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1822/45664
Resumo: Dissertação de Mestrado em Psicologia (Especialização Psicologia da Saúde)
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spelling Variáveis familiares e saúde em crianças de pais divorciadosCiências Sociais::PsicologiaCiências Sociais::Ciências da EducaçãoDissertação de Mestrado em Psicologia (Especialização Psicologia da Saúde)O divórcio é um importante factor de risco para problemas de ajustamento e saúde na criança. O objectivo da presente investigação que se enquadra na perspectiva do modelo biopsicossocial é avaliar o ajustamento ao divórcio, problemas de comportamento, morbilidade psicológica, saúde física e psicossocial e a relação entre estas variáveis em crianças, na faixa etária dos 10 aos 12 anos, provenientes de famílias separadas/divorciadas há pelo menos um ano. O objectivo primordial é informar os pais que se encontram em processo de divórcio ou separação sobre a importância da prevenção primária infantil, em termos da redução de problemas comportamentais e promoção da saúde, i.e aumento da qualidade relacional pais – criança. A amostra alvo desta investigação foi constituída por 168 participantes, 84 crianças, entre os 10 e os 12 anos e 84 progenitores separados/divorciados há pelo menos um ano. Os dados foram recolhidos usando medidas de auto relato dos pais que avaliaram aspectos sócio demográficos, caracterização do nível sócio económico, ajustamento ao divórcio, comportamento da criança e saúde da criança e nas crianças, crenças sobre o divórcio, morbilidade psicológica e percepção do conflito parental. Os resultados indicam que o divórcio por mutuo consentimento é um processo de divórcio protector da criança, o qual prevê a existência de condições protectoras e melhor resolução do divórcio comparativamente ao divórcio litigioso, que por ser um divórcio sanção exacerba o conflito interparental. Desta forma, as crianças de pais divorciados pelo litigioso apresentam mais problemas sociais e de externalização quando comparadas com as crianças de divórcio por mutuo consentimento. Ao nível da saúde, crenças e morbilidade não se observam diferenças significativas entre os dois grupos. Do estudo desenvolvido pode-se concluir ainda que as crianças cujos pais se apresentam mais adaptados ao divórcio apresentam melhor comportamento e melhor saúde física, tendo o nível sócio económico dos pais sido controlado. Menor conflito e melhor funcionamento familiar relaciona-se com melhor saúde física e psicossocial da criança. É de salientar a existência de relação entre percepção de conflito e morbilidade psicológica. As crianças expostas a conflito intenso, não resolvido, maior ameaça percebida e maior triangulação apresentam níveis mais elevados de depressão. As crianças com maior percepção de ameaça percebida apresentam também níveis superiores de ansiedade. A triangulação está associada a menor saúde psicossocial e pior comportamento. As crianças que apresentam menos problemas de comportamento (isolamento e problemas de atenção) e menor triangulação apresentam maior saúde psicossocial. Quanto maior a intensidade do conflito, pior resolução e maior triangulação maior a tendência para a criança culpabilizar o pai pelo divórcio. Relativamente á saúde, a exposição a conflito intenso e mal resolvido surge associado a funcionamento físico intenso, da criança. Existem diferenças entre os grupos de crianças que experienciaram o divórcio em idade mais jovem (5-7 anos), a apresentar pior auto estima quando comparadas com as crianças de (8-11 anos) que apresentam maior isolamento. Os resultados também mostram que o divórcio tem impacto na saúde física e psicossocial através do conflito. De facto o conflito modera o impacto da saúde física na saúde psicosocial e da saúde psicossocial na saúde física, em ambientes familiares de elevado conflito. As análises exploratórias mostram a existência de relação entre a frequência de visitas do progenitor, não residente, à criança e menos problemas sociais, problemas de pensamento, problemas de atenção, externalização e culpa paternal. A relação interparental negativa está associada a pior comportamento, maior internalização, externalização, culpa paternal e percepção mais negativa do conflito. Observa-se também uma relação positiva entre a necessidade dos pais terem acompanhamento psicológico e a necessidade de acompanhamento psicológico das crianças.Divorce is a very important risk factor for adjustment and health problems in children. The goal of this study, based on the biopsychosocial model, is the assessment of divorce adjustment, behaviour problems, psychological morbility, physical and psychosocial health and the relationship among these variables in children with ages between 10-12 years old, from families that are separated/divorced for at least a year. The results will also help to create intervention programs to prevent behaviour and health problems in children who have experienced divorce. The sample included 168 participants, 84 children, between 10-12 years and 84 separated/ divorced parents. Data was collected using auto reported measures that assessed, in parents, socio demographics characteristics, economic status, divorce adjustment, child behaviour and child health. Children were assessed in terms of beliefs regarding divorce, psychological morbility and parental conflict perception. Results showed that divorce by mutual consent is a protector factor for children, since it includes the existence of protecting conditions and a better divorce resolution when compared with litigious divorce that exacerbates interparental conflict. As a result, children of divorced parents, who used litigious divorce, showed more social and externalization problems when compared with children of divorce by mutual consent. In terms of health, beliefs and morbility, no significant differences were found between the two groups. The results also showed that children whose parents are more adapted to divorce, have fewer behaviour problems and better physical health, when economic status was controlled. Low conflict and high family functioning were related to better physical and psychosocial health in the child. There was also a relationship between conflict perception and psychological morbility. Children who had been exposed to intense non-resolved conflict, high perception of threat and more triangulation, had more depression. Children with high perception of threat, showed higher levels of anxiety. Triangulation was associated to lower psychosocial health and more behaviour problems in children. Children with less behaviour problems (isolation and attention problems) and lower triangulation showed better psychosocial health. Higher conflict, worst conflict resolution and more triangulation were associated with the child´s tendency to blame the father for the divorce. In terms of health, exposure to high non-resolved conflict was associated to more energy, in terms of physical functioning, in the child. Differences were found between children that experienced divorce at an earlier age (5-7 years old) to those who experienced it later ( 8-11 years old). Younger children showed less self-esteem and older ones more isolation. Results also showed that divorce had an impact on physical and psychosocial health through conflict. In fact, conflict moderated the impact of physical health on psychosocial health and of psychosocial health on physical health in families with intense conflict. Exploratory analysis showed a relationship between visits, by the non-resident parent, to the child and less social problems, cognitive problems, attention problems, externalization and father’s blame. A negative interparental relationship was associated with more behaviour problems, internalization, externalization, father ´s blame and a more negative perception of conflict. We also found a positive relationship between parents’ need to receive psychological help on one hand and children’s need to receive psychological help on the other.Pereira, M. GraçaUniversidade do MinhoMorais, Ana Paula Gonçalves de20072007-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/1822/45664porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-07-21T12:31:05Zoai:repositorium.sdum.uminho.pt:1822/45664Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T19:26:19.112017Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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