Educar Para Aliviar a Dor

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Frias, Ana
Data de Publicação: 2012
Outros Autores: Barros, Maria da Luz
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10174/7447
Resumo: A evolução no cuidar em saúde materna, resultante da investigação nesta área, tiveram grande influência no aparecimento de novas estratégias de alívio da dor no trabalho de parto. Bonica (1990) referia que as medidas farmacológicas não seriam a solução mais correta e completa para a eliminação da dor, considerando a possibilidade de outros recursos. Há fortes evidências científicas sobre a associação positiva entre a educação pré-natal, realizada através da Preparação para o Nascimento e a diminuição da dor percecionada pela parturiente (Hurtado, Donat, Escrivà & Poveda, 2003; Frias & Franco, 2010). Objetivo: Esta pesquisa teve como objetivo conhecer a perceção da dor em parturientes que realizaram Preparação para o Nascimento (PPN), comparando-a com a das parturientes que não realizaram PPN. Metodologia Estudo comparativo, realizado no distrito de Évora, com 385 puérperas, de idades compreendidas entre os 20 e os 34 anos. Estudou-se a perceção à dor, através da Escala da Dor de Hitchcock, constituída pela Escala Visual Analógica (numérica e de faces) e pela Escala Verbal. Resultados: Para analisarmos se a intensidade da dor era diferente entre as primíparas dos grupos com Preparação para o Nascimento (CPPN) e Sem Preparação (SPPN), utilizamos respetivamente o teste “t de student” e o “qui-quadrado”, encontramos valores na Escala Visual (t=-18,691;df=383; p=0,000) assim como na Escala Verbal da Dor ( =2,302E2; df=4; p=0,000), que demonstram a existência de diferenças significativas. De facto, todas as primíparas (100%) que referiram “não sentir dor” e a maior parte das primíparas (88,7%) que classificou a dor como “mínima”, pertenciam ao grupo CPPN. A maior parte das primíparas (93,5%), que classificaram a sua dor como “intensa”, e todas as que referiram “pior possível” pertenciam ao grupo SPPN. Note-se que, das grávidas deste ultimo grupo, nenhuma registou “não ter tido dor”. Podemos ainda acrescentar que as primíparas CPPN são as que apresentaram, em média, uma dor menos intensa ( =4,585) comparativamente com as que não realizaram o Curso de Preparação para o Nascimento ( =7,839). Conclusões: A preparação psicológica antes do parto pode aumentar o limiar da perceção da dor do trabalho de parto (Lowdermilk & Perry, 2008). Nos cursos de PPN utilizam-se várias terapias psicológicas para o controlo da ansiedade e da dor, tais como: ventilação adequada, relaxamento muscular e terapias de apoio. Neste contexto, parece-nos adequado salientar que existe um conjunto de intervenções, que contribuem para o alivio da dor do trabalho de parto, podendo algumas delas ser adotadas pela grávida, necessitando esta de ser ensinada e incentivada para a sua implementação.
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