Utilization of by-products from the wine industry: characterization, biotechnological applications and extraction of dyes from grape pomace

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Moutinho, Joana Isabel Ferreira
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: eng
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10348/11564
Resumo: A indústria vitivinícola é uma das principais atividades na área alimentar, com uma produção de cerca de 74 milhões de toneladas de uva por ano, sendo que esta matriz é rica em compostos bioativos, tal como os subprodutos do seu processamento. Cerca de 14,5 milhões de toneladas de resíduos da produção de vinho são produzidos na Europa e o meio ambiente sofre quando estes são aí descartados. O bagaço é um dos subprodutos gerados durante o processo de vinificação, sendo rejeitado depois da sua utilização tornando-se num problema ambiental. Porém, devido à riqueza deste subproduto em compostos bioativos o seu reaproveitamento para aplicação em novas indústrias é promissor, implementando assim uma economia circular. A potencialidade deste resíduo no enriquecimento de novos produtos é do interesse atual, visto que apresenta uma elevada riqueza no seu conteúdo fenólico e uma atividade antioxidante elevada, pelo que o poder benéfico na saúde dos consumidores pode ser potencializado. Desta forma os objetivos deste trabalho foram, não só otimizar as condições de extração de compostos bioativos do bagaço através da Metodologia de Superfície de Resposta (RSM), como também a implementação do extrato obtido nas melhores condições num iogurte natural de modo a acrescentar valor a este produto, não só pela potencialização das propriedades biológicas, como pela adição de um corante natural ao produto. Foram realizadas análises ao extrato de bagaço de uva relativamente ao conteúdo fenólico e capacidade antioxidante, de acordo com diferentes parâmetros de extração: a temperatura, a percentagem de etanol e a percentagem de HCl. Através do estudo de RSM, as condições ótimas de extração obtidas foram a 60ºC e com 3.5% HCl. Relativamente à percentagem de etanol, diferentes percentagens foram otimizadas perante as análises realizadas, no entanto foi selecionada a 70% em conformidade com os resultados obtidos. Após a otimização de extração, o extrato foi adicionado a um iogurte natural, que foi submetido a diferentes análises ao longo de 21 dias de armazenamento, com intervalos de 7 dias (dia 0, 7, 14 e 21). Os resultados demonstraram que o iogurte fortificado obteve valores superiores comparativamente ao controlo, quer em orto-difenóis (3,07 e 2,33 mg GAE/g, respetivamente), no conteúdo em fenóis totais (0,509 e 0,204 mg GAE/g, respetivamente) e por fim em flavonóides (1,28 e 0,82 mg CTE/g, respetivamente). Na avaliação da atividade antioxidante, por ABTS e DPPH, os valores são superiores na amostra enriquecida em comparação à amostra controlo, com 0,0033 e 0,0018 mmoles Trolox/g, respetivamente e 0,0111 e 0,0091 mmoles Trolox/g, respetivamente. Também foi avaliada a cor dos iogurtes através do método CIElab durante o período de armazenamento, que demonstrou uma maior perda de cor na amostra corada. Relativamente ao pH, os valores foram decrescendo ao longo dos dias tornando o meio mais propício a contaminações. A reutilização dos subprodutos vitivinícolas e a substituição de corantes artificiais foram os principais domínios abordados neste estudo. Perante tudo que foi analisado e elaborado, concluímos com sucesso a criação de um corante natural assim como a sua implementação num iogurte natural, originado assim um produto alimentar corado naturalmente rico em compostos fenólicos. Contudo o melhoramento do produto perante os diversos fatores externos seria um tópico a ser estudado mais profundamente, recorrendo a outras formas de proteger o corante.
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A potencialidade deste resíduo no enriquecimento de novos produtos é do interesse atual, visto que apresenta uma elevada riqueza no seu conteúdo fenólico e uma atividade antioxidante elevada, pelo que o poder benéfico na saúde dos consumidores pode ser potencializado. Desta forma os objetivos deste trabalho foram, não só otimizar as condições de extração de compostos bioativos do bagaço através da Metodologia de Superfície de Resposta (RSM), como também a implementação do extrato obtido nas melhores condições num iogurte natural de modo a acrescentar valor a este produto, não só pela potencialização das propriedades biológicas, como pela adição de um corante natural ao produto. Foram realizadas análises ao extrato de bagaço de uva relativamente ao conteúdo fenólico e capacidade antioxidante, de acordo com diferentes parâmetros de extração: a temperatura, a percentagem de etanol e a percentagem de HCl. Através do estudo de RSM, as condições ótimas de extração obtidas foram a 60ºC e com 3.5% HCl. Relativamente à percentagem de etanol, diferentes percentagens foram otimizadas perante as análises realizadas, no entanto foi selecionada a 70% em conformidade com os resultados obtidos. Após a otimização de extração, o extrato foi adicionado a um iogurte natural, que foi submetido a diferentes análises ao longo de 21 dias de armazenamento, com intervalos de 7 dias (dia 0, 7, 14 e 21). Os resultados demonstraram que o iogurte fortificado obteve valores superiores comparativamente ao controlo, quer em orto-difenóis (3,07 e 2,33 mg GAE/g, respetivamente), no conteúdo em fenóis totais (0,509 e 0,204 mg GAE/g, respetivamente) e por fim em flavonóides (1,28 e 0,82 mg CTE/g, respetivamente). Na avaliação da atividade antioxidante, por ABTS e DPPH, os valores são superiores na amostra enriquecida em comparação à amostra controlo, com 0,0033 e 0,0018 mmoles Trolox/g, respetivamente e 0,0111 e 0,0091 mmoles Trolox/g, respetivamente. Também foi avaliada a cor dos iogurtes através do método CIElab durante o período de armazenamento, que demonstrou uma maior perda de cor na amostra corada. Relativamente ao pH, os valores foram decrescendo ao longo dos dias tornando o meio mais propício a contaminações. A reutilização dos subprodutos vitivinícolas e a substituição de corantes artificiais foram os principais domínios abordados neste estudo. Perante tudo que foi analisado e elaborado, concluímos com sucesso a criação de um corante natural assim como a sua implementação num iogurte natural, originado assim um produto alimentar corado naturalmente rico em compostos fenólicos. Contudo o melhoramento do produto perante os diversos fatores externos seria um tópico a ser estudado mais profundamente, recorrendo a outras formas de proteger o corante.The wine industry is an important food business, with an annual production of 74 million tonnes of grapes, a matrix rich in bioactive compounds as well as by-products. Around 14.5 million tonnes of waste is produced in Europe and the environment suffers when it is discarded. Grape pomace is one of the by-products generated during the winemaking process and is rejected after use, becoming an environmental problem. However, due to the richness of this by-product in bioactive compounds, its reuse in new industries is promising, implementing a circular economy. The potential of this waste in the enrichment of new products is of current interest, since it presents a high richness in its phenolic content and a high antioxidant capacity, the beneficial power for consumers' health is evident. Thus, the objectives of this work were not only to optimize the best conditions for the extraction of bioactive compounds from grape pomace through Response Surface Methodology (RSM), but also to implement an extract of the studied matrix in a natural yogurt in order to improve its impact on consumer health and to provide a natural coloration to the product. The analyses of the extract regarding phenolic content and antioxidant capacity were performed according to different extraction parameters. Temperature, percentage of ethanol and HCl were the parameters studied to obtain the best results. After the RSM study performed, it was at 60ºC and with 3.5% HCl that the best results were obtained regardless of the solvent used. As for the percentage of ethanol, different percentages were optimized according to the analyses performed, but 70% was selected. When the extract was added to the yogurt, different analyses were performed over a storage period of 21 days (at 7 day intervals – Day 0, 7, 14, and 21). The results showed that the fortified yogurt obtained higher values than the control, either in ortho-diphenols (3,07 e 2,33 mg GAE/g, respectively), in total phenol content (0,509 e 0,204 mg GAE/g, respectively) and finally in flavonoids (1,28 e 0,82 mg CTE/g, respectively). In the evaluation of the antioxidant capacity, by ABTS and DPPH, the highest values were again presented in the enriched sample, with 0.0033 and 0.0018 mmol Trolox/g, respectively and 0,0111 e 0,0091 mmol Trolox/g, respectively. The colour of the yogurts was also evaluated using the CIElab method during the storage period, thus demonstrating a greater loss of colour in the coloured sample. Like the pH, the values decreased over the days, making the medium more susceptible to contamination. The reuse of wine by-products and the replacement of artificial colorants were the main areas addressed in this study. Taking into account everything that was analysed and elaborated, we successfully concluded the creation of a natural dye as well as its implementation in a natural yoghurt, thus originating a naturally coloured food product rich in phenolic compounds. However, the improvement of the product before the various external factors would be a topic to be studied further, using other ways of protecting the colorant.2023-05-22T14:27:23Z2022-12-16T00:00:00Z2022-12-16info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfapplication/pdfapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10348/11564engMoutinho, Joana Isabel Ferreirainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-02-02T12:38:48Zoai:repositorio.utad.pt:10348/11564Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T02:02:07.584270Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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