Repercussão da imunoterapia específica na população T1 e T2 de linfócitos periféricos em doentes atópicos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Rebordão,Manuela
Data de Publicação: 2006
Outros Autores: Delgado,Luís, Pinto,Helena, Remédios,Augusto, Taborda-Barata,L
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0873-21592006000200002
Resumo: A coordenação das características humorais e celulares da resposta alérgica, sabe-se hoje, está dependente da regulação por linfócitos T. As vacinas de alergénios são uma terapêutica que consegue modular a resposta das células T, e cujos mecanismos imunológicos permanecem incompletamente esclarecidos. Objectivo: Avaliar o efeito da imunoterapia, após um ano de tratamento, na expressão de citocinas de perfil T1 e T2 em linfócitos de sangue periférico de doentes atópicos. Material e métodos: Estudaram-se dez doentes atópicos sensibilizados a aeroalergénios comuns a fazerem vacinas de alergénios num período médio de um ano. Dentre estes, seis foram estudados antes e após a vacina. Como controlo estudou-se um grupo atópico sem imunoterapia constituído por 14 doentes também sensibilizados a aeroalergénios comuns e um grupo de indivíduos não atópicos, saudáveis, constituído por 7 elementos. A activação dos linfócitos T fez-se com PMA, ionomicina e brefeldina e estudaram-se as citocinas intracitoplasmáticas IFN-g, IL-4, IL-5 e IL-10 por citometria de fluxo. Procedeu-se a análise estatística por testes não paramétricos (Teste de Mann-Whitney U e Wilcoxon), considerando-se significativo p£0,05. Resultados: A expressão de IL-4 e IL-5 nas células T, caracteristicamente aumentada nos doentes atópicos, respectivamente 13,8 (3,1-31,8) e 6,7% (1,0-20,4), é significativamente mais baixa no grupo que realizou a imunoterapia [5,4 (2,9-15,6) p= 0,007 e 2,1% (0,6-4,8) p=0,035] não diferindo do grupo controlo não atópico [5,1 (4,1-6,9) e 1,0 (0,4-2,1)]. Os níveis de IFN-g não variaram significativamente entre os três grupos estudados, mas a razão IFN-g//IL-4 nos linfócitos T CD4 aumentou significativamente nos doentes submetidos a imunoterapia. Por outro lado, houve um aumento da expressão de IL-10 nas células T circulantes do grupo sob imunoterapia, comparativamente a controlos não atópicos [1,9 (1,0-4,9) versus 1,4% (0,9-1,4) p=0,02], sendo mais evidente nos linfócitos T CD8. A IL-10 correlacionou-se de forma significativa com todas as citocinas de perfil T2 (IL-4 e IL-5) e com o fenótipo Tc2. Conclusão: Após um ano de imunoterapia, a resposta das células T do sangue periférico a uma estimulação policlonal evidenciou uma diminuição da expressão das citocinas (IL-4 e IL-5), caracteristicamente aumentadas na doença alérgica. O aumento da IL-10, que também verificámos, sugere a existência de uma população reguladora de perfil T2, sendo mais evidente nos linfócitos T CD8.
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