Os tempos de latência nas respostas aos itens de testes informatizados: Contributos para a compreensão do precessamento cognitivo

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Ribeiro, Rui Bártolo
Data de Publicação: 2001
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.12/853
Resumo: Dissertação de Mestrado em Comportamento Organizacional
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spelling Os tempos de latência nas respostas aos itens de testes informatizados: Contributos para a compreensão do precessamento cognitivoComportamento organizacionalPsicologia cognitivaAvaliação psicológicaSelecção de pessoalProcessos cognitivosOrganizacional behaviorCognitive psychologyPsychological assessmentPersonal selectionCognitive processesDissertação de Mestrado em Comportamento OrganizacionalA velocidade de processamento de informação está fortemente relacionada com o constructo inteligência geral (Jensen, 1982; Vernon, Nador, & Kantor, 1985b), assim como, a velocidade mental, tal como a capacidade da memória de trabalho poderão ser considerados medidas indirectas da inteligência geral. Se bem que a capacidade da memória de trabalho possa ser operacionalizada pela velocidade mental, a verdade é de que não existe racional teórico que sustente a redução da capacidade da memória de trabalho à velocidade mental (Stankov & Roberts, 1997). Por outro lado, o rendimento numa tarefa cognitiva, irá ser, não só uma função da capacidade de armazenamento/processamento da memória de trabalho como também da complexidade da mesma percepcionada pelo sujeito (Marshalek, Lohman, & Snow, 1983; Stankov, 2000). A percepção da estrutura da tarefa e sua complexidade permite a emergência de factores não-cognitivos limitadores da expressão plena da capacidade cognitiva do sujeito (Stankov, 2000; Wilhelm & Schulze, 2002). Nos testes informatizados, a velocidade mental no processamento de informação relativa a provas cognitivas pode ser operacionalizada pelos tempos de latência, que corresponde ao tempo gasto pelo sujeito, desde que o item lhe é apresentado até expressar a resposta. Foram realizados dois estudos centrados nos tempos de latência a itens de testes de realização cognitiva fortemente saturados de factor g (um do tipo das figuras embebidas e outro de inteligência geral) aplicados a sujeitos em situação real de selecção: 731 candidatos ao curso de pilotagem da Força Aérea Portuguesa no primeiro estudo e a 300 candidatos a condutores de veículos pesados de transporte de passageiros. Os tempos de latência médios são diferentes quando os sujeitos acertam ou erram os itens. Aos itens respondidos correctamente corresponderam tempos de latência mais rápidos e mais homogéneos do que aos incorrectos. Verificou-se a emergência de factores não-cognitivos que limitaram a eficiência dos sujeitos em termos de velocidade mental, tendo-se verificado diferenças significativas na comparação entre as diferenças alternativas de respostas. Os candidatos foram significativamente mais rápidos quando a figura-alvo se encontrava nas duas figuras complexas, do que quando não se encontrava em nenhuma. Numa prova de escolha múltipla a incerteza da resposta pode potenciar a complexidade do item proporcionando a emergência de factores não cognitivos que limitam a eficiência da memória de trabalho, baixando a velocidade de resposta. O número de respostas correctas decresce, aumentando o tempo de latência, à medida que aumenta o grau de complexidade Schweizer (1996). Este aspecto é agravado pelo conhecimento do tempo restante para terminar. No segundo estudo, foram utilizadas as Matrizes Progressivas de Raven na sua forma Standard, mas de aplicação em suporte informático. Os resultados, à semelhança do estudo anterior, apontam para a confirmação da hipótese de que à medida que os itens vão apresentando maior índice de complexidade, maior é o tempo gasto na sua resolução. Quando se dividiu a amostra em dois grupos com diferentes níveis de rendimento intelectual global, verificou-se que os sujeitos com maior capacidade mental geral tendem a responder mais rapidamente que os sujeitos com menor índice de capacidade mental geral. Apesar de as diferenças dos tempos de latência entre estes dois grupos tenderem a aumentar à medida que aumenta o grau de dificuldade dos itens, este padrão é significativamente influenciado pela limitação temporal da aplicação do teste. O sujeito mais inteligente tem vantagens em realizar um teste de aptidão mental com complexidade crescente e tempo limite de aplicação. Nos itens iniciais (teoricamente menos complexos) acede mais rapidamente à informação necessária e responde mais rapidamente às perguntas com a excepção dos itens demasiadamente simples. Nas questões mais complexas, os mais inteligentes, ao serem mais rápidos a processarem informação, têm a possibilidade de executá-las sem que a capacidade (limitada) da memória de trabalho entre em sobrecarga. No segundo estudo, também se verificou a influência de factores de ordem não-cognitiva na resolução de tarefas cognitivas. Se considerarmos as cinco séries de doze itens que compõem a prova, os tempos de latência gastos pelos sujeitos nos itens iniciais, intermédios e finais de cada série são diferentes entre si. Quando comparamos os sujeitos em termos do seu nível de capacidade mental geral, verifica-se que as diferenças entre os grupos são apenas estatisticamente significativas para os itens intermédios de cada série. Os resultados convergem com os do estudo de Stankov (2000), em que o aumento de complexidade cognitiva está associado à maior probabilidade de emergência de factores não cognitivos na realização de tarefas intelectuais reduzindo a eficiência da memória de trabalho e baixando consequentemente a velocidade mental. O rendimento do sujeito é, assim, afectado não só pelas suas limitações em termos de processamento de informação, como também por aspectos de ordem não-cognitiva. As características não-cognitivas, nomeadamente as de personalidade poderão interferir na estratégia cognitiva individual de controlo do esforço e tempo. Dos dois estudos realizados, parece ser claro que o acesso ao tempo de latência das respostas, conseguido através da informatização dos testes, permite-nos conhecer melhor, não só as diferenças individuais ao nível do atributo cognitivo que se está a avaliar, como também das implicações da própria estrutura da prova na estratégia de resolução dos itens.Instituto Superior de Psicologia AplicadaAlmeida, Leandro da SilvaRepositório do ISPARibeiro, Rui Bártolo2011-09-03T15:54:15Z2001-01-01T00:00:00Z2001-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.12/853porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2022-09-05T16:36:58Zoai:repositorio.ispa.pt:10400.12/853Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T15:18:57.595449Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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