Doença invasiva meningocócica em Portugal - Vigilância epidemiológica integrada, 2007-2016: relatório anual da Rede de Laboratórios VigLab Doença Meningocócica

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Simões, Maria João
Data de Publicação: 2020
Outros Autores: Martins, João Vieira
Tipo de documento: Relatório
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.18/7024
Resumo: O Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, através do seu Departamento de Doenças Infeciosas, divulga o relatório da Rede de Laboratórios VigLab-Doença Meningocócica, elaborado pelo seu Laboratório Nacional de Referência de Neisseria meningitidis, em colaboração com a Direção-Geral da Saúde. O presente relatório tem como objetivo divulgar os resultados da Vigilância Epidemiológica Integrada da Doença Invasiva Meningocócica (DIM) relativa ao período de 2015 e 2016 e a sua evolução nos últimos 10 anos (2007-2016). Dos principais resultados e conclusões apresentados, destaca-se o seguinte: i) As taxas de incidência global da DIM registadas em Portugal em 2015 e 2016 foram, respetivamente, 0,67 e 0,41 casos por 100 mil habitantes. São valores semelhantes aos de incidência média nos países da EU/EEA no mesmo período de tempo (0,61 e 0,63 por 100 mil habitantes) que confirmam a tendência decrescente que tem vindo a ser observada em Portugal e na Europa desde 2003. Esta tendência decrescente deve-se à diminuição da incidência da DIM causada por estirpes do serogrupo C, como resultado da vacinação, e das estirpes B, desde 2007, por razões não completamente compreendidas; ii) Em Portugal, a distribuição etária dos casos tem o padrão esperado, com a incidência mais elevada registada em crianças menores de 12 meses (10,5 e 9,1 / 100 mil, respetivamente, em 2015 e 2016), decrescendo acentuadamente no grupo 1-4 anos (4,0 e 2,6 /100 mil, respetivamente, em 2015 e 2016) e mantendo-se com valores baixos a partir dos 10-14 anos de idade; iii) Em 2015 e 2016 verificou-se um acentuado decréscimo de incidência em crianças com idade inferior a 12 meses, cerca de metade, quando comparada com a incidência no mesmo grupo etário registada entre 2007 e 2013. Este decréscimo ficou a dever-se ao menor número de estirpes do serogrupo B identificadas neste grupo etário, eventualmente devido à utilização da vacina para este serogrupo; iv) A DIM por serogrupo B tem sido a mais frequente em Portugal, no período de 10 anos em análise. Esta população bacteriana apresenta uma grande diversidade de genótipos, sendo os mais frequentes dos complexos clonais ST41/44 e ST213; v) Desde 2011 que a DIM causada por estirpes do grupo Y é a segunda mais frequente no país. Estas estirpes são emergentes na Europa desde o início dos anos 2000, maioritariamente do complexo clonal ST23, o que sugere a emergência de um clone bem-adaptado e endémico; vi) Desde 2007, depois da introdução da vacina MenC no PNV e da campanha de vacinação dos adolescentes decorrida entre 2006 e 2008, a DIM por serogrupo C é rara e tem-se registado em adultos, presumivelmente não vacinados. As estirpes do grupo C têm um caráter clonal, maioritariamente ST11; vii) Em 215 e 2016 registaram-se 6 e 2 óbitos, respetivamente (taxa de letalidade de 8,7% e 4,7%). Quatro óbitos registaram-se em crianças com 1 a 5 anos de idade, por DIM por serogrupo B. Os restantes óbitos registaram-se em adultos (62 a 78 anos), por DIM por serogropos B, Y e C, e num adolescente de 15 anos, por DIM por serogrupo Y; viii) A taxa de letalidade por DIM verificada entre 2007 e 2016 foi de 6,4%, valor abaixo do esperados (10%). Desconhece-se a taxa e o tipo de sequelas associados à doença; ix) Os dados epidemiológicos apresentados e a existência de novas vacinas evidenciam a utilidade da vigilância epidemiológica integrada e reforçam a necessidade do investimento na vigilância da epidemiologia da DIM em Portugal, uma vez que esta é uma das bases mais importantes para apoiar a tomada de decisão na prevenção e controlo da doença.
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