Aldeia sustentável na Covilhã: uma nova resposta à desertificação do meio rural

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Faria, Telma Marina Oliveira de
Data de Publicação: 2009
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.6/2188
Resumo: As paisagens naturais propiciam momentos de contemplação e/ou reflexão. Possuem a característica de remeter para o que o meio rural e a natureza têm de mais belo e puro, mas também de nos recordarem os problemas e as constantes ameaças que as podem levar a desaparecer. “Todas as civilizações, tenham elas criado as Pirâmides, o Parthénon, Notre Dame de Chartres ou o Empire State Building, nasceram sobre os três centímetros de solo vivo que constitui a película de Húmus, evoluem com a fecundidade desta fina camada fértil, degeneram e desaparecem com ela…” André Birre “Porque há lugares, meu Deus, que têm de ser mantidos. E é preciso que tudo isto continue, quando já não for como agora, mas melhor. É preciso que a vida do campo continue. E a vinha e o trigo e a ceifa e a vindima. (...)” (Charles Péguy) Constata-se que a desflorestação avança ao ritmo de 25 hectares por minuto, o deserto aumenta 1 hectare a cada 4 segundos e o povo rural desaparece aos milhões cada ano, onde simultaneamente, a população mundial sofre um acréscimo de 3 indivíduos por segundo. Logo, é urgente agir. Hoje em dia, necessidades primárias como a água, alimentação e energia estão globalizados e afectam a todos, no planeta. Mas não é obrigatório que assim seja. Os problemas ambientais estão, de certa forma, ligados à economia e o futuro é limitado. É eminente o desenvolvimento de perspectivas a longo prazo. As origens destas preocupações futuras, mas que já fazem parte do nosso presente, estão directamente ligadas à condição humana e até mesmo ao seu espírito. Todos os aspectos da nossa existência estão afectados ao ponto de, hoje em dia, sermos muitos à procura de soluções, na procura de um modo de vida mais respeitoso e responsável: na procura da qualidade de vida. Certa ser uma das causas do crescente êxodo rural, devido à procura de melhores empregos e de melhores serviços sociais. Mas esta ‘qualidade de vida’ não respeita a essência, as origens, as tradições e o socialismo do Homem. Testemunho disso, são as aldeias ecológicas ou eco-aldeias ser cada vez mais numerosas (GEN2- Global Ecovillage Network), porque apresentam uma resposta real, da adaptação do Homem ao seu meio e ao seu tempo. Para a conclusão do mestrado integrado em arquitectura, propõem-se o desenvolvimento de um projecto prático, de interesse social e ambiental: uma eco-aldeia de forma a (re)criar as suas raízes. Uma aldeia que se afirme como paradigma de defesa e preservação patrimonial de vocação turística, tratamento ecológico e valorização da paisagem. No fundo, o projecto prevê o envolvimento da comunidade local na promoção do seu próprio desenvolvimento. Não de uma forma isolada, mas em rede com outras infra-estruturas que serão lançadas no âmbito do mesmo programa de forma a captar o turismo através da recuperação de casas, na criação de restaurante, locais de relaxamento, do desenvolvimento de actividades ao ar livre, etc. Pretende-se a dinamização do voluntariado e associativismo; ajudar a informar e sensibilizar as pessoas para que optem conscientemente por uma vida mais sustentável a todos os níveis; desenvolvimento sustentável, fundamentado na conservação da natureza e na preservação da cultura e tradições que sobrevivem nos meios rurais; percorrer, conhecer e divulgar a vida no campo e nas aldeias, que apesar de árdua e difícil, guarda muitos segredos e valores que simbolizam o respeito e a ligação equilibrada do Homem com a natureza; estar atento sobre os problemas que afectam o mundo rural e a biodiversidade, intervindo na compatibilização do progresso com o desenvolvimento sustentável e com a conservação dos recursos naturais e na tentativa de divulgar e valorizar estes modos de vida, pretende-se criar novas ideias e linhas de acção para uma constante revitalização dos espaços rurais, recorrendo a novas tecnologias e renovando conceitos na busca de uma ruralidade moderna e dinâmica, mas também saudável e sustentável. Pretende-se um lugar pequeno, onde é espontâneo estar com os amigos e os viajantes são recebidos de braços abertos. Este trabalho cinge-se a uma área e a um projecto específico, a revitalização da Aldeia do Souto, do Concelho da Covilhã. É um projecto que utiliza o turismo como meio de reconversão e resolução de problemas, e que procura manter o carácter distintivo da região abrangida pelo programa.
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(...)” (Charles Péguy) Constata-se que a desflorestação avança ao ritmo de 25 hectares por minuto, o deserto aumenta 1 hectare a cada 4 segundos e o povo rural desaparece aos milhões cada ano, onde simultaneamente, a população mundial sofre um acréscimo de 3 indivíduos por segundo. Logo, é urgente agir. Hoje em dia, necessidades primárias como a água, alimentação e energia estão globalizados e afectam a todos, no planeta. Mas não é obrigatório que assim seja. Os problemas ambientais estão, de certa forma, ligados à economia e o futuro é limitado. É eminente o desenvolvimento de perspectivas a longo prazo. As origens destas preocupações futuras, mas que já fazem parte do nosso presente, estão directamente ligadas à condição humana e até mesmo ao seu espírito. Todos os aspectos da nossa existência estão afectados ao ponto de, hoje em dia, sermos muitos à procura de soluções, na procura de um modo de vida mais respeitoso e responsável: na procura da qualidade de vida. Certa ser uma das causas do crescente êxodo rural, devido à procura de melhores empregos e de melhores serviços sociais. Mas esta ‘qualidade de vida’ não respeita a essência, as origens, as tradições e o socialismo do Homem. Testemunho disso, são as aldeias ecológicas ou eco-aldeias ser cada vez mais numerosas (GEN2- Global Ecovillage Network), porque apresentam uma resposta real, da adaptação do Homem ao seu meio e ao seu tempo. Para a conclusão do mestrado integrado em arquitectura, propõem-se o desenvolvimento de um projecto prático, de interesse social e ambiental: uma eco-aldeia de forma a (re)criar as suas raízes. Uma aldeia que se afirme como paradigma de defesa e preservação patrimonial de vocação turística, tratamento ecológico e valorização da paisagem. No fundo, o projecto prevê o envolvimento da comunidade local na promoção do seu próprio desenvolvimento. Não de uma forma isolada, mas em rede com outras infra-estruturas que serão lançadas no âmbito do mesmo programa de forma a captar o turismo através da recuperação de casas, na criação de restaurante, locais de relaxamento, do desenvolvimento de actividades ao ar livre, etc. Pretende-se a dinamização do voluntariado e associativismo; ajudar a informar e sensibilizar as pessoas para que optem conscientemente por uma vida mais sustentável a todos os níveis; desenvolvimento sustentável, fundamentado na conservação da natureza e na preservação da cultura e tradições que sobrevivem nos meios rurais; percorrer, conhecer e divulgar a vida no campo e nas aldeias, que apesar de árdua e difícil, guarda muitos segredos e valores que simbolizam o respeito e a ligação equilibrada do Homem com a natureza; estar atento sobre os problemas que afectam o mundo rural e a biodiversidade, intervindo na compatibilização do progresso com o desenvolvimento sustentável e com a conservação dos recursos naturais e na tentativa de divulgar e valorizar estes modos de vida, pretende-se criar novas ideias e linhas de acção para uma constante revitalização dos espaços rurais, recorrendo a novas tecnologias e renovando conceitos na busca de uma ruralidade moderna e dinâmica, mas também saudável e sustentável. Pretende-se um lugar pequeno, onde é espontâneo estar com os amigos e os viajantes são recebidos de braços abertos. Este trabalho cinge-se a uma área e a um projecto específico, a revitalização da Aldeia do Souto, do Concelho da Covilhã. 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